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Cultura em Construção

Conferência Municipal deu ao público a chance de ser protagonista na escolha das prioridades culturais do município

Dez diretrizes para os próximos dez anos. Um plano que não nasceu em uma sala fechada da prefeitura, mas em discussão aberta com toda a sociedade, que pôde sugerir e escolher os rumos da cultura florense. Depois de intensas trocas de ideias, entre 18 e 20 de agosto, uma votação deu ao público o protagonismo de eleger seus projetos preferidos e evidenciou o caráter democrático da Conferência Municipal de Cultura.
Em apenas três dias, a classe artística e a sociedade civil do município levantaram, juntas, cerca de 100 demandas e escolheram 10 como prioritárias, sendo a conclusão do teatro da Casa de Cultura Flávio Luis Ferrarini a maior delas, com 51,8% dos votos. “Não é surpresa que a comunidade quer isso. Mas agora temos o aval: não é o que nós achamos que as pessoas querem, é o que elas querem de fato”, afirma a chefe do Departamento Municipal de Cultura, Nata Francisconi.
Segundo ela, o número maior de votantes do que o de participantes dos grupos de discussão, que foram divididos por segmentos (literatura, música, artes cênicas, etc), é uma prova de que o interesse não ficou restrito aos produtores de arte, mas atingiu também os consumidores. “Eu tenho muito orgulho de fazer essa articulação, permitir que as pessoas conversem entre si”, diz Nata, enfatizando que o intuito é promover a construção coletiva da cultura municipal.
Para que essas ideias saiam da conversa e virem realidade será preciso justamente a união de vários braços: dos poderes Executivo e Legislativo na criação de um Plano Municipal de Cultura, válido pelo período de dez anos, mas também da população como um todo. “Com o resultado alcançado, a hora é de continuar, produzir, elaborar o plano, ir para a Câmara votar, aprovar, sancionar e começar a trabalhar nele. O "trabalhar nele" não é só a gente trabalhando para a comunidade, mas é a comunidade trabalhando para ela mesma”, afirma.
A viabilidade das dez diretrizes eleitas, segundo Nata, também depende de uma união de esforços entre as secretarias, já que boa parte delas não se esgota na Cultura, mas esbarra em outros segmentos, como Educação, Turismo e Desenvolvimento Social. “Isso vai validar todo o processo. O Plano será desenvolvido em todos os âmbitos da Administração Pública, junto com a comunidade, atingindo várias frentes de atuação”, comenta.
Quanto às outras 80 demandas, não significa que elas não possam ser atendidas – e em breve, elas também podem virar prioridade, já que o plano será revisado a cada dois anos, quando ocorrerão novas edições da Conferência. “Mas a discussão não se encerra nela, a discussão apenas começou. Coisas novas podem surgir, tudo é muito dinâmico”, encerra Nata, lembrando que a cultura é um organismo vivo e que, pouco a pouco, ganha mais pulso em Flores da Cunha.  

As dez prioridades eleitas
1. Concluir o teatro da Casa de Cultura;
2. Criar a Lei Municipal de Incentivo à Cultura;
3. Inserir oficinas de dança e teatro no contraturno das escolas;
4. Inserir oficinas de música nas escolas;
5. Promover a Vindima da Canção em novo formato, com artistas nacionais e locais; 
6. Promover passeios guiados e roteiros turísticos que visem valorizar o patrimônio;
7. Restaurar o Museu e Arquivo Histórico Pedro Rossi; 
8. Revitalizar os grupos de canto e música, como o Coral Nova Trento e a Banda Florentina;
9. Despertar nas crianças o valor pela cultura; 
10. Direcionar recursos municipais para o Fundo Municipal de Cultura para financiar ações.

 - Gabriela Fiorio
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