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Cuidado ao percorrer as ruas de Flores da Cunha

Asfaltos e calçadas exigem atenção da comunidade e da administração pública

Às vezes, quando estou dirigindo, fico pensado como deve ser difícil comandar um município. São tantas demandas, todos pedindo melhorias daqui e dali. E como fazer tudo? Até que, um solavanco dentro do carro – sim, caio seguidamente nos mesmos buracos mesmo sabendo que há dias estão no mesmo lugar – me faz questionar: por que ainda não arrumaram isso? E me coloco no lugar de cidadã que reivindica melhorias.  
Todos os dias, passo duas vezes pelo pórtico de acesso Sul da cidade para ir para casa. E é fato que vocês também já sabem onde quero chegar. Não sei mais para qual lado ir para não entrar em um buraco logo após o quebra-molas, sentido Caxias do Sul-Centro. O asfalto está se esmigalhando e meu carro, coitado, todos os dias já sabe que vai cair em um buraco. Daí vejo a prefeitura fazendo um tapa-buraco. No outro dia, chove, e se foi todo o asfalto, de novo. Que difícil! E penso: “Mas é a entrada da nossa cidade, cidade que está querendo se desenvolver cada vez mais no turismo, mas que ainda tem pontos a melhorar, como esse”.
E não é só na Avenida. Na sexta-feira, dia 22 de julho, a redação do O Florense saiu às ruas e passou por vários locais, analisando a situação dos asfaltos e calçadas no Centro e bairros arredores. Conclusão: temos muitos lugares bons, ruas boas, calçadas boas. Mas, os poucos locais ruins se sobressaem – pode ser do intelecto do ser humano – e, novamente, nos colocamos no lugar dos cidadãos e da administração e nos perguntamos: O que fazer? Quem são os responsáveis? Como podemos melhorar as ruas e calçadas?
Conforme o secretário de Obras e Serviços Públicos do município, Lucas Daniel Carenhato, “tanto os buracos superficiais no asfalto, quanto os causados pelo deslocamento das redes de esgoto subterrâneas, têm relação direta com o volume de chuva dos últimos meses”. 
De acordo com dados da Secretaria de Agricultura, de maio a julho, choveu o previsto para um período de seis meses. 
Ainda de acordo com o chefe da pasta, a equipe da Secretaria de Obras e Serviços Públicos tem feito operações tapa-buraco com frequência para manter a trafegabilidade de veículos em dia e, em muitos casos, realiza trabalhos mais profundos para evitar a recorrência da abertura de buracos. “Estamos aumentando o controle da qualidade técnica das obras de pavimentação, o que interfere diretamente na vida útil dos novos asfaltos – fato que poderá ser comprovado nas próximas décadas em nossas estradas do interior. Já na área central e bairros, além desta atenção com a qualidade do asfalto, todas as pavimentações e repavimentações executadas são planejadas com substituição total de rede de esgoto, inclusive ligações prediais e ramais de ligações de água. Todos esses cuidados resultam diretamente no aumento da durabilidade das nossas obras, evitando reparos frequentes”, garante Carenhato.
Em específico, aos buracos da entrada da cidade, logo após o pórtico, Carenhato relata que, em virtude do projeto de revitalização da Avenida 25 de Julho, que é uma obra de grande porte, este trecho ficou para segundo plano. “Mas, por conta do grande volume de chuva do último trimestre, o asfalto se deteriorou. A equipe de Obras já está prevendo uma operação mais significativa para os próximos dias neste local”, enfatiza - esta obra iniciou na sexta-feira, dia 29.
Já em relação aos paralelepípedos, Carenhato informa que a rede de drenagem do centro da cidade é muito antiga, sendo que grande parte é de tubo de concreto simples (sem ferro), o que acaba cedendo com o peso e gerando grandes crateras embaixo do pavimento. “Ao invés de fazer correções pontuais ou apenas reparos na pavimentação, estamos atuando de forma efetiva na substituição das redes de drenagem, a exemplo das obras recentes nas ruas Heitor Curra, Júlio de Castilhos e John Kennedy. Nos últimos 12 meses, foram mais de 4 mil metros de tubos substituídos ou instalados nas obras do município”.
Quando há buracos em asfaltos, no Centro, ou bairros, a comunidade pode informar a prefeitura e solicitar a recuperação do trecho através do WhatsApp (54) 9.9660.9937. O requerente deve incluir localização, fotos e/ou vídeos. “Em breve, a prefeitura fará o lançamento de um aplicativo que vai proporcionar muito mais agilidade e pontualidade para solucionar estes casos, além de otimizar as equipes de manutenção”, destaca.

Fiscalizando a segurança dos pedestres 

Quem nunca ouviu a expressão “pisar em ovos”? Geralmente ela é utilizada no sentido figurado, quando nos referimos a uma situação ou pessoa com a qual devemos agir de forma cautelosa. 
No entanto, ao andar por muitas ruas de Flores da Cunha, é possível perceber o significado literal desse dito, afinal, em diversos trechos é preciso caminhar atentamente e com cuidado, para não correr o risco de cair e se machucar. 
Todos os dias percorro, caminhando pela Rua Prof. Maria Dal Conte, um trajeto que inicia próximo à Escola São Rafael e finda na sede do Jornal O Florense. No verão, procurando andar pela sombra e, no inverno, buscando o calor do sol, vou observando os desníveis das calçadas do município. Apesar de a situação não ser das melhores, mesmo com o tempo seco, o problema é ainda maior nos dias chuvosos e úmidos. 
Calçadas molhadas, repletas de limo e vegetação, com folhas e lixo ocultando os vãos esburacados, resultantes do crescimento de raízes, formam poças de água e barro em meio às elevações e declives. O piso escorregadio no entorno da própria escola e, logo adiante, nas proximidades do Caps (Centro de Atenção Psicossocial), na quadra em frente ao Castelo da Família Castellan – um dos pontos turísticos da cidade – é inimigo dos apressados e, sobretudo, dos idosos e pessoas com algum tipo de deficiência motora, que se obrigam a tentar desviar dos trechos precários para evitar quedas que, inclusive, já aconteceram. 
Eu mesma, nos dias chuvosos, considero mais seguro andar próximo ao meio-fio, junto ao asfalto, já que ele é menos liso, mais plano e permite caminhar de forma mais rápida. Medida que também é válida para os dias com excesso de umidade.
Em meio à essa situação e como uma cidadã florense consciente de que, para viver em comunidade temos direitos, mas também deveres, cabem os questionamentos: Quem deve assumir a responsabilidade de arrumar essas calçadas? O que pode ser feito?
De acordo com a secretária municipal de Planejamento, Urbanismo e Meio Ambiente, Rosiane Machado Pradella, e com o secretário de Obras e Serviços Públicos, Lucas Carenhato, as calçadas são de responsabilidade dos proprietários dos terrenos. No entanto, cabe à prefeitura orientar quanto às normas de construção, bem como fiscalizar a execução e a manutenção das mesmas, além de auxiliar com serviço de máquina para preparação de cancha e fornecimento de pó de brita. “A administração municipal tem ciência de que muitas calçadas não estão em conformidade com as normas vigentes. Porém, todos os munícipes recebem a orientação adequada para a construção no momento em que encaminham seus projetos junto à Secretaria de Planejamento, Urbanismo e Meio Ambiente. Todas as orientações para piso tátil e revestimentos de calçada também estão disponíveis no site da prefeitura, na seção de Código de Obras (disponível na aba da Secretaria). Inclusive, no momento das instruções, reforçamos para que a comunidade entenda a importância da sua contribuição em executar e preservar a manutenção desses espaços”, esclarecem os secretários.
No que diz respeito às condições no entorno das escolas São Rafael e Frei Caneca – nesta precisamente na Rua Severo Ravizzoni, que está em situação precária –, por se tratarem de instituições estaduais, Rosiane e Lucas explicam que a responsabilidade pela manutenção das calçadas não é da administração pública. Já em relação à área danificada em frente ao Caps, os secretários afirmam que já estão cientes da situação e estão providenciando os reparos necessários.
Os secretários também defendem que os munícipes podem e devem alertar a prefeitura de eventuais danos nas calçadas, sobretudo os que possam colocar em risco a integridade dos pedestres: “A comunidade pode relatar problemas, como buracos nas calçadas, por meio do canal de Ouvidoria, disponível em nosso site. A denúncia pode ser feita de forma anônima. Também é possível fazer o registro de forma presencial, abrindo um protocolo na prefeitura e através do aplicativo – que será lançado em breve. Essas demandas são encaminhadas para a Divisão de Fiscalização, que vai notificar o proprietário para que providencie o conserto”, finalizam. 

Em virtude do projeto de revitalização da Avenida, trecho ficou em segundo plano. - Gabriela Fiorio Buracos têm relação direta com o volume de chuva dos últimos meses. - Gabriela Fiorio O desnível se faz presente nas calçadas do entorno da Escola São Rafael. - Karine Bergozza Calçada da Rua Severo Ravizzoni é outro local crítico. - Karine Bergozza
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