Crematório para animais começa a ganhar forma em Flores da Cunha
Local será também um ponto turístico, conforme os empreendedores
Com a verticalização da cidade, com o aumento de pessoas procurando um pet para estar ao seu lado e construindo um sentimento afetivo, juntando com os problemas sanitários ao enterrar um bichinho, ou mesmo o descartando numa lixeira após sua morte, é que a Clínica Veterinária São João, de Caxias do Sul, administrada pelos Médicos Veterinários Dr. Nardeli Osvaldo Lucena e Dr. Alessandro Nora Lucena, pensou em construir um crematório para animais, o primeiro da Serra Gaúcha. “O processo é demorado, diversas licenças ambientais, mas agora estamos chegando aos últimos passos”, declara o empreendedor e veterinário Dr. Nardeli Lucena.
O espaço, que será construído em Otávio Rocha, distrito de Flores da Cunha, está passando por todas as aprovações da Fundação Estadual de Proteção Ambiental Henrique Luiz Roessler (Fepam) para poder se instalar. “O forno será de última geração, utilizando como fonte energética a eletricidade, não gerará fumaça nem cheiro. Nenhum resíduo sairá de lá para o meio ambiente”, destaca o médico veterinário. Será, “uma estrutura moderna, além de demandar de mão de obra local, tanto para a construção quanto para funcionários”.
Conforme Dr. Lucena, o local foi escolhido, primeiramente, pela receptividade da prefeitura municipal e pela logística, pois a cidade está localizada no centro da Serra Gaúcha. “Tudo favoreceu”, informa, tranquilizando a população do distrito. “Estamos chegando para somar, seremos parceiros, será mais um ponto turístico e vamos gerar empregos e impostos ao município”, garante.
A prefeitura de Flores da Cunha emitiu, ainda em 2019, uma certidão de zoneamento, certificando que a atividade pode ser operada na cidade, desde que atenda à legislação municipal. De acordo com a secretária de Planejamento, Meio Ambiente e Trânsito, Rosiane Pradella, o licenciamento ambiental para esta atividade é de competência estadual, não passando pela prefeitura, tendo a Fepam como responsável por conduzir as questões ambientais, bem como fiscalizar, ou mesmo coibir eventuais danos. “Como é sabido, qualquer licença ambiental só é emitida quando todos os projetos de operação para tal atividade estão de acordo com a legislação pertinente, levando em consideração resíduos gerados, emissões atmosféricas, efluentes e demais consequências da operação realizada”, declara a secretária.
Conforme o prefeito César Ulian, o desenvolvimento econômico da cidade é importante, mas “como a notícia da vinda desta empresa tem gerado opiniões diversas no distrito, pensamos em realizar uma reunião com a comunidade e a empresa, para que esta apresente o projeto e explique as atividades, a fim de sanar as preocupações da população”.
O que diz a comunidade
A comunidade está apreensiva pelo novo empreendimento estar localizado no roteiro turístico de Otávio Rocha – na Estrada Olindo Carlos Toigo. O presidente do Otávio Rocha Vila Colonial, Michael Molon, declara que “é um assunto bem novo, conversamos internamente no roteiro e estamos aguardando mais informações, que foram solicitadas”.
O presidente da Associação dos Amigos de Otávio Rocha e vereador, Ademir Barp, salienta que as poucas informações repassadas causaram o mal-estar. “Como a competência das licenças é em esfera estadual, o município possui poucas informações sobre o empreendimento. Agora que está se consolidando, estamos um pouco preocupados por se tratar de algo bastante novo para a comunidade e não saber qual o impacto isto vai ter para o distrito”, declara.
O presidente da Associação informou ainda que espera um pouco mais de diálogo daqui em diante, para entender melhor o serviço e o propósito da empresa. “É claro que nos preocupamos também com o destino correto dos animais, mas estamos receosos por sua localização. Queremos ouvi-los e estamos abertos”, enfatiza Barp que deverá entrar em contato com os proprietários para esclarecer dúvidas.
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