Cooperativas vitivinícolas unificadas
Santo Antônio e São Pedro, com sede em Flores da Cunha, integram o projeto
A união foi aprovada em assembleias realizadas de 18 a 20 de agosto. O processo de constituição da central está andando rápido: hoje, 28, pela manhã, em Caxias do Sul, diretores das cooperativas reúnem-se, com o intento de finalizar o estatuto do estabelecimento que nascerá da união entre elas. Um dos líderes do processo – o presidente da Aliança e também da Federação das Cooperativas Vinícolas do Rio Grande do Sul (Fecovinho) –, Alceu Dalle Molle, a propósito, não descarta que a nova cooperativa seja hoje mesmo fundada. Paralelamente, está em andamento o processo de levantamento patrimonial individual, para se saber com quanto cada cooperativa poderá participar no projeto. Um marco A aproximação entre as cooperativas é emblemática: acontece justamente no momento em que o modelo de produção associativista completa oito décadas desde a sua retomada no Rio Grande do Sul, com a fundação, a 11 de agosto de 1929, da ainda atuante Cooperativa Vitivinícola Forqueta (também a mais antiga da América Latina em seu segmento), em Caxias do Sul. Nesse sentido, Dalle Molle classifica a unificação atual como “uma nova guinada no associativismo vitivinícola do Estado”. De acordo com o líder, segundo quem na vindima 2010 cada cooperativa continuará operando em sua base, apesar da unificação econômica, social, administrativa e técnica, a “ideia é já estar funcionando na próxima safra”. A ‘corporificação’ do processo, com a construção de uma sede – provavelmente em Flores da Cunha –, está programada para a vindima 2011. Baixa – Apesar de já bastante ampla, há duas semanas previa-se que a unificação seria ainda maior, com a adesão da Cooperativa Victor Emanoel (também fundada em 1931, em Caxias do Sul). No entanto, o estabelecimento, por conta de mudança em sua diretoria, explica Alceu Dalle Molle, preferiu não participar da aproximação antes anunciada.
Para as florenses, “solução diante das dificuldades de mercado” Para as duas cooperativas vitivinícolas florenses participantes do processo, a aproximação surge basicamente com um mesmo propósito. No caso da São Pedro, a união foi aprovada pela maioria de seus associados, em assembleia a 19 de agosto, “com a intenção de buscar alternativas diante de problemas sérios de mercado, para a colocação do vinho”, afirma o gerente do estabelecimento, Itacir Pellizzer. A Cooperativa, que reúne 110 famílias, produziu em torno de três milhões de litros de vinho em 2009, informa Pellizzer. Os problemas de colocação “e as grandes dificuldades para ‘transformar’ o vinho estocado em produto engarrafado, de maior valor agregado” foram as principais razões consideradas pelos associados à Santo Antônio para aprovarem a unificação. A informação é do diretor-presidente da Cooperativa, Celso Chiarani, que acrescenta que o engarrafamento de vinho é um processo “com altos custos e riscos”. A Santo Antônio também aprovou a união por maioria, em assembléia realizada dia 20. O estabelecimento, que tem 196 associados, produziu, nesta safra, cerca de 5,5 milhões de litros de vinho.
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