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Contratações superam desligamentos em 2013

Diferença de contratações e dispensas em Flores da Cunha é 12% maior do que a registrada no mesmo período do ano passado

Dados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) revelam que as empresas de Flores da Cunha contrataram mais do que demitiram entre janeiro e setembro deste ano. São 3.779 admissões contra 3.358 desligamentos. A variação é quase 12% maior do que a registrada no mesmo período de 2012, quando o município marcou 3.882 contratações e 3.511 dispensas.

Segundo o levantamento feito pelo jornal O Florense, 531 pessoas foram admitidas no primeiro emprego. Mais de 44% dos desligamentos ocorram por pedido do próprio funcionário e ainda foram registradas duas aposentadorias.

As admissões florenses representam 2,78% do total registrado na Serra gaúcha. No contexto estadual, 0,31%; e no total registrado no país, 0,02%. A indústria de transformação foi o setor que mais registrou contratações: 2.084, proporção seguida pelos desligamentos, 1.838.

Segundo a responsável pelo Sistema Nacional de Empregos (Sine) de Flores da Cunha, Suzana Maria Crippa, a maior oferta de vagas é para cargos de auxiliar de produção. Porém, o maior número de pessoas que procuram por emprego são mulheres, que geralmente não se adaptam ao trabalho pesado.

Nesta época do ano, em que se aproximam as compras de Natal e Ano-Novo, ao lado de vagas para caseiros, para o setor de móveis e para metalurgia, aparecem as oportunidades para trabalhar na área de vendas. No entanto, nem a possibilidade de aumentar o salário com comissões atrai candidatos, que não querem abrir mão do descanso. “Muitas pessoas não querem trabalhar nos sábados e domingos”, diz Suzana.

Outro obstáculo, em alguns casos, é a falta de transporte nas localidades do interior – onde nem todas as empresas fornecem locomoção –, o que prejudica o deslocamento do funcionário até o emprego.

Assim como em diversas partes do país, a rotatividade nas empresas florenses também é alta. Segundo Suzana, entre os jovens, a troca de emprego é ainda maior. “Os jovens são muito ansiosos. Não sei o que eles querem”, sentencia. E o tempo considerado regular em um mesmo emprego passou de dois anos para sete meses. “Hoje o perfil dos candidatos é mais maleável”, diz.

Entre os que procuram por vagas em Flores da Cunha é comum que haja pessoas de fora da cidade. Os haitianos, por exemplo, já são conhecidos da funcionária. Ela diz que eles têm muito interesse em trabalhar, porém, o idioma tem sido um dos fatores que dificulta a contratação. A própria Suzana recorre a sites tradutores na internet para conversar com os estrangeiros que ainda não compreendem o português.

Atualmente, há quase 150 vagas de emprego abertas em Flores da Cunha. Interessados podem visualizá-las no site da prefeitura (www.floresdacunha.rs.gov.br) ou pessoalmente na prefeitura, das 8h30min às 11h e das 13h30min às 17h, de segunda à sexta-feira, levando Carteira de Trabalho e currículo.



Rotatividade é um problema
O empresário Léo Morandi, proprietário da fábrica de móveis Novo Millenium, calcula que tenha pelo menos 20 funcionários a mais do que no início do ano. O número, porém, poderia ser maior não fosse a grande rotatividade de empregados. Ele estima que tenha dado oportunidade a cerca de 50 pessoas, mas muitos abandonam o emprego ou logo pedem para sair. “Eu só mandei embora duas pessoas este ano”, diz.

Para conseguir funcionários ele conta com o Sine de Flores, com a divulgação de cartazes pela cidade e com a indicação dos próprios funcionários. “Cinquenta dos meus funcionários são extremamente fiéis”, elogia. Diferentemente de outras empresas do ramo, a Novo Millenium está com expressiva demanda, por isso Morandi já sabe que terá que contar com pelo menos mais 10 colaboradores até janeiro de 2014.

Por enquanto ele pode contar com o empenho de funcionários como Lucas Marcanti, 18 anos, que está há cerca de quatro meses no emprego sem nenhuma falta, para alegria do empregador, que já teve funcionários que começaram a faltar na terceira semana após a admissão.

Marcanti, que já havia trabalhado na área como jovem aprendiz em outra empresa, divide a rotina entre o terceiro ano do ensino médio, cursado à noite, e o trabalho. Todo este esforço tem um destino no fim do mês: “Estou guardando na poupança para pagar a faculdade”.

Foto/Camila Baggio

Lucas Marcanti, contratado há quatro meses pela fábrica de móveis Novo Millenium, integra o saldo positivo de admissões no município.

Demanda de contratações deve aumentar até janeiro, afirma empresário Léo Morandi. - Gesiele Lordes
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