Geral

Conclusões de obras municipais exigem mais de R$ 25 milhões

Cerca de 20% desse valor são de recursos próprios e o restante de emendas parlamentares

A poucos dias do final do ano, a prefeitura florense já se prepara para entrar no ano novo com diversas obras e ações iniciadas em 2018 e outras programadas há mais tempo. Os investimentos previstos para as principais obras em Flores da Cunha ultrapassam os R$ 25 milhões. Cerca de 20% desse valor são recursos do município, e o restante é oriundo de projetos com o governo federal e emendas parlamentares. Desse montante, não estão incluídos os gastos com a restauração do recém tombado prédio do Museu Municipal. Duas grandes obras devem ficar com a maior fatia do valor: a construção das 144 unidades habitacionais, no âmbito do Programa Minha Casa Minha Vida, na Rua João XXIII, no bairro União, onde está previsto investimento de R$ 15,8 milhões. A empresa J Barp Incorporações, do município, venceu o processo de licitação e será responsável pela construção dos apartamentos.

Outra obra que há muito tempo é aguardada por moradores das margens da Estrada Velha para Caxias do Sul, é a pavimentação do trecho de 6,6 km que ainda restam de um total de 12 km, incluindo 2,7 km de pavimentação feita no território caxiense, além de 1,2 km já pavimentados em solo florense. Moradores da região já não suportam mais tanta poeira, que acaba afetando a saúde. De acordo com a diarista Fátima Maltauro, 58 anos, recentemente sua mãe de 85 anos foi diagnosticada com problemas pulmonares e respiratórios por conta da poeira que respira diariamente. Elas residem às margens da via, próximo a divisa com Caxias do Sul. O entroncamento que liga à sede do Sindicato dos Metalúrgicos é o ponto de maior movimentação devido ao fluxo de veículos e ônibus que transportam funcionários e pessoas que frequentam a sede dos metalúrgicos. “Tenho muita pena das pessoas que residem na região”, diz o empresário Gevaldino Tadeu Chiarani, 74 anos, que passa as horas de folga em sua chácara, localizada ao lado da Estrada Velha, próximo a São Cristóvão. Outro morador insatisfeito por conta do descaso com a manutenção da estrada é o caminhoneiro Denis Prada, 38, que reside próximo à família de Fátima Maltauro. “As casas por aqui ficam tapadas de poeira quando passa algum veículo”, reclama o motorista. “Não tem como deixar janelas abertas, que enche a casa de pó”, completa a diarista. Os moradores, que estiveram várias vezes reivindicando melhorias junto ao gabinete do prefeito Lídio Scortegagna, não sabem mais a quem apelar para ter uma solução. “Se a situação está assim agora, imagina daqui em diante com a chegada do verão”, frisa o empresário Chiarani.

De acordo com a secretária de Planejamento, Meio Ambiente e Trânsito, Ana Paula Ropke Cavagnoli, o valor de R$ 4 milhões, oriundo do Ministério da Integração Nacional destinado para a obra, já foi empenhado. O município aguarda análise de documentos para posterior assinatura de convênio, o que deverá ocorrer a partir do próximo ano.  Das mais de dez obras em andamento, a única que deve ser finalizada ainda em 2018, é a pista de motocross, que está sendo construída no Parque de Eventos Antônio Dante Oliboni.

Acompanhe como estão as principais obras do município.

Casa da Cultura

O que é a obra: reivindicação antiga da comunidade florense, a Casa da Cultura começou a sair do papel em 2013 e desde lá encontra dificuldades de seguir sem interrupção. No início da construção, a obra foi embargada pela prefeitura porque a empresa responsável não estava seguindo o projeto proposto. A construção da primeira etapa iniciou de fato em 2014 e foi concluída no final de 2016. Em setembro de 2017, a Câmara de Vereadores aprovou o projeto de lei que denomina o futuro prédio de Casa da Cultura Flávio Luís Ferrarini.  Até o momento, foram gastos R$ 1,19 milhão para edificação da parte estrutural, sendo R$ 887,5 mil da União, por meio de uma emenda parlamentar do deputado federal Pepe Vargas (PT), e o restante da prefeitura. Pelo projeto, a Casa da Cultura terá três andares, o que contemplará um auditório com capacidade para 330 pessoas. Ao todo, o projeto deve custar R$ 5 milhões.

Como está: a segunda etapa da obra, que foi dividida em duas partes, teve início há 10 dias. A primeira parte será executada com recursos próprios no valor de R$ 424,7 mil e contempla a conclusão do volume frontal, o Complexo de Educação e Cultura, áreas de alvenarias, divisórias, pisos, escadas, coberturas, forros, revestimentos, pinturas, esquadrias, instalações elétricas e hidráulicas e PPCI. A segunda parte será executada com recursos pleiteados junto à Lei de Incentivo à Cultura do Estado do Rio Grande do Sul, já aprovado pelo Conselho Estadual de Cultura - Programa Pró Cultura RS, no valor de R$1,3 milhão – e que está em fase de captação de recursos junto a empresas.

 

Pavimentação Estrada Velha

O que é a obra: a Estrada Velha foi a principal via de ligação entre Flores da Cunha e Caxias do Sul até a década de 1980, quando foi inaugurada a ERS-122. Por muitos anos era utilizada apenas pelos moradores próximos, entretanto tornou-se uma alternativa para os motoristas que desejam desviar do tráfego da estrada principal, por isso busca-se sua pavimentação. Em 2014, a prefeitura cadastrou o asfaltamento no Ministério do Desenvolvimento Agrário e, em janeiro deste ano, o então ministro do Desenvolvimento Social e Agrário, Osmar Terra, anunciou uma verba de R$ 4 milhões para a pavimentação.

A Estrada Velha tem 12 km de extensão, sendo que o perímetro pertencente a Caxias do Sul recebeu 2,7 km de asfalto em 2012, e no trecho florense restam 6,6 km a serem asfaltados, visto que 1,2 km já receberam pavimentação.

Como está: em julho desse ano o valor de R$ 4 milhões para pavimentação foi empenhado, por meio do Ministério da Integração Nacional. Com o empenho, o valor fica garantido para a obra. No momento, a prefeitura aguarda análise de documentos para posterior assinatura de Convênio no Ministério da Integração. Por isso, não há uma data prevista para início.

 

Skatepark

O que é a obra: em julho de 2016 a prefeitura municipal contratou uma empresa para elaboração do projeto de construção de uma nova pista de skate no município e realizou um cadastro junto ao Ministério de Esportes para viabilização de recursos para a obra. O pedido para liberação de recursos foi reforçado durante visita do prefeito Lídio Scortegagna a Brasília no ano passado. Em janeiro deste ano, o Ministério do Esporte liberou R$ 297,3 mil para execução da pista de skate. O valor seria aplicado na construção do espaço junto ao Centro Municipal de Esportes e Lazer (Cemel). Conforme o projeto, a pista terá 600m² com rampas, caixotes, corrimões, traves e plataformas, além de área de convivência e bancos.

Como está: projeto em análise e aguardando aprovação da área técnica da Caixa Econômica Federal.

 

Pista de Motocross e Veloterra

O que é: uma pista de Motocross e Veloterra está sendo construída junto ao Parque de Eventos Antônio Dante Oliboni. O projeto de 1.116 metros, com oito metros de largura no decorrer do traçado e sete metros de largura para os pulos, terá nove obstáculos pelo percurso. Um dos maiores saltos da pista tem o comprimento médio de 60 metros e altura de 9 metros. Conforme o Moto Clube Galos da Serra em Flores da Cunha, cerca de 300 pilotos participam de campeonatos e levam o nome da cidade para todo o Brasil. Com a construção da pista, a intenção é atrair provas de competição regional e estadual. O projeto prevê ainda área para estacionamento e de lazer, e posteriormente será construída a sede do Moto Clube Galos da Serra.

Como está a obra: a obra deverá estar concluída até o final do ano. O projeto foi uma parceria entre a prefeitura, que realizou os trabalhos de terraplenagem com a adição da quantidade de 7.000m³ de terra ao local, com o Moto Clube Galos da Serra, investidores e voluntários, que realizaram o projeto estrutural e ambiental.

 

Oficina e parque de máquinas

O que é a obra: em fevereiro deste ano foi assinada a ordem para construção da primeira etapa do prédio que abrigará as novas garagens da prefeitura municipal, às margens da ERS-122, no bairro Granja União. O pavilhão principal onde funcionará a oficina, almoxarifado e depósito terá uma área construída de 1.272 m² - num terreno de 9.108 m². O restante da construção abrigará refeitório, vestiários, espaços para receber resíduos e guarita, além de um espaço para 25 vagas de estacionamento para caminhões e máquinas. O projeto também prevê a construção de uma área administrativa. O atual espaço do parque de máquinas, no bairro São José, será utilizado para ampliação do cemitério público.

Como está: na primeira etapa, finalizada na segunda-feira, dia 17, foram executadas todas as estruturas pré-moldadas de concreto, totalizando investimento de R$ 870 mil. A próxima etapa, que será a cobertura metálica dos pavilhões está prevista para iniciar em janeiro. O valor orçado para esta etapa é de R$ 493 mil.

 

Ampliação do cemitério público

O que é a obra: em janeiro de 2016 foi anunciada a ampliação do cemitério público de Flores da Cunha em 9.571m² com a abertura de 516 novos terrenos. O campo santo seguirá os padrões do espaço atual com carneiras ao fundo e dois tipos de lotes. Haverá ainda um espaço ecumênico e acesso pela Rua Heitor Curra. O cemitério será ampliado após a retirada do parque de máquinas de prefeitura.

Como está: as obras de ampliação da área devem iniciar no começo de 2019, quando for concluída a construção do novo parque de máquinas no Granja União e a atual área das oficinas e garagens estiver desocupada.

 

Restauração do Museu

O que é a obra: construído na metade da década de 1940, na gestão do então prefeito Dr. Otto Bélgio Trindade, o prédio que durante 40 anos abrigou a sede da prefeitura municipal foi inaugurado em 1946. Atualmente, a estrutura abriga o museu, o arquivo histórico, a biblioteca pública e a sala de exposições temporárias. A edificação, localizada na esquina da Avenida 25 de Julho com a Rua Doutor Montaury, foi tombada no dia 20 de novembro deste ano. Desde maio, a prefeitura está em negociação para contratação de empresa para execução de Serviços Técnicos para Fornecimento de Dados Científicos às Patologias do Museu Municipal Pedro Rossi. O contrato com a empresa WO Projetos, Arquitetura e Restauro foi assinado em 15 de outubro e o serviço concluído em 29 de novembro, pelo valor de R$13, 4 mil. A empresa forneceu laudos técnicos referentes às argamassas, sais e umidades, tintas, madeiras e estruturas. Estes estudos embasarão o futuro projeto de restauro da edificação.

Como está: as obras, provavelmente serão financiadas com recursos de Lei de Incentivo à Cultura - nos mesmos moldes de captação de verbas junto às empresas, como foi feito com o Casarão dos Veronese. A previsão é que em fevereiro de 2019 o projeto de restauro seja encaminhado. Após isso, são necessários de quatro a cinco meses para tramitação, depois mais um período de captação dos recursos. Por isso, as obras só estão previstas para o final de 2019.

 

Novas unidades habitacionais

O que é a obra: a construção de novas unidades habitacionais do programa Minha Casa Minha Vida foi anunciada em 2015 quando ocorreu a inauguração do Residencial Flores da Cunha, no bairro União, e que abrigou 80 famílias que residiam às margens da ERS-122 e do Arroio Curuzu. Em outubro do ano passado, foi lançada a chamada pública para credenciamento da empresa responsável pela elaboração do projeto para construção dos 144 novos apartamentos que serão erguidos no bairro União, próximo ao residencial inaugurado em 2015. Em junho deste ano, foi anunciada a empresa vencedora, a J Barp Incorporações, de Flores da Cunha. A obra terá recursos de R$ 15,8 milhões provenientes do governo federal e municipal, sendo responsabilidade do município o repasse do terreno para a empresa, além da terraplanagem e isenções fiscais – valores estimados em R$ 1,6 milhão. O novo residencial será feito por meio de financiamento das famílias, as quais se enquadram dentro da renda estipulada e atendem as regras do cadastramento habitacional da prefeitura.

Como está: o trabalho de terraplenagem está 80% concluído e na sequência serão iniciadas as obras do Residencial João XXIII.

 

Loteamento Popular em Nova Roma

O que é a obra: com uma área de aproximadamente 4,8 mil metros quadrados, dividida em 28 lotes, a prefeitura está finalizando a construção das três primeiras unidades, que são financiadas aos beneficiários pelo valor de R$ 22 mil cada. As demais residências serão construídas pelos beneficiados que foram selecionados pelo setor de Habitação, conforme regulamentação e cadastro municipal. Os beneficiários, que estavam previamente cadastrados, atenderam a critérios como a renda de até três salários mínimos e residir na cidade há pelo menos cinco anos, com prioridade para idosos, deficientes, pessoas com doenças crônicas e com impossibilidades de trabalhar.

Como está: a Rio Grande Energia (RGE) está finalizando a instalação da rede elétrica e a prefeitura dando os toques finais na pavimentação das vias com bloquetos. O local possui estrutura de abastecimento de água, luz, esgoto sanitário e drenagem pluvial. O empreendimento recebeu investimentos de mais de R$ 1,6 milhão.

 

Estação de Tratamento de Esgoto

O que é a obra: o contrato com a Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) para tratamento do esgoto sanitário municipal foi assinado pela prefeitura de Flores da Cunha em fevereiro de 2011. O contrato, com prazo de vigência de 25 anos, prevê que até janeiro de 2021 seja executada a primeira etapa, com a construção da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Lagoa Bela. Com a ETE Lagoa Bela e a ligação da rede pluvial a este local, o município passaria a tratar 70% do esgoto cloacal.

Como está: as obras ainda não começaram e a previsão é para iniciarem em 2019. O terreno para construção da ETE já foi adquirido e está em nome da estatal. Um orçamento de R$ 12 milhões estaria encaminhado para o início da ETE.

 

Pavimentações no interior

O que é a obra: as estradas de São Valentin e Serra Negra aguardam pavimentação total - 50% estão finalizados. Na estrada de São Valentin, que vai em direção a Estrada Velha, já foram pavimentados em duas etapas 1,8 km de um total de 3,3 km.

A via que liga a capela de Sete de Setembro a Serra Negra já teve asfaltado 950 metros de um total de 2,2 km. A terceira etapa irá contemplar mais 600 metros com um investimento de R$ 270 mil. Depois disso restam ainda 650 metros para serem pavimentados.

Como está: na estrada de São Valentin o projeto técnico para execução de mais 700 metros da via foi aprovado pela Caixa Econômica Federal no dia 13. Nos próximos dias a prefeitura deverá iniciar o processo licitatório para execução da terceira etapa da obra, que tem recursos do Ministério do Turismo no valor de R$ 250 mil. Depois de concluída essa etapa, faltarão ainda 850 metros até o entroncamento com a Estrada Velha, na região da Família Maurina.

Na estrada de Serra Negra o projeto se encontra em análise e aguardando aprovação da área técnica da Caixa Econômica Federal. Os recursos virão do Ministério do Desenvolvimento Agrário.

Uma das reivindicações mais antigas, a Estrada Velha já está com o valor emprenhado - Antonio Coloda
Compartilhe esta notícia:

Outras Notícias:

0 Comentários

Deixe o Seu Comentário