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Comunidades: Quatro comunidades, um objetivo: o desenvolvimento

Nossa Senhora do Carmo, São Roque, São Vitor e Restinga. Unidas mostram a força de Flores da Cunha

União, fé, amizade. Quatro comunidades que formam travessões onde os moradores viram a pujança do local, buscam sempre preservar as origens e se desenvolver economicamente. 
O Travessão Rondelli (Carmo e São Roque) faz parte da 15ª légua, juntamente com a Lagoa Bela, Salgado (Restinga) e Diogo dos Santos. O Travessão Rondelli é duplo, começando em Flores da Cunha e terminando junto ao Rio das Antas, compreendendo 118 colônias ou lotes. Segundo documentos, os primeiros moradores-imigrantes da localidade chegaram entre 1877 e 1878 vindos das regiões de Vêneto e Lombardia, das Províncias de Verona, Vicenza, Mâtua (Mantova), Belluno, Cremona e Milão. Entre os primeiros povoadores havia um francês e cinco famílias de luso-brasileiros, entre os quais Zeferino Camargo, que teria começado a transportar as pessoas através do Rio das Antas em direção a Antônio Prado. O local ainda hoje é lembrado como Passo Zeferino, perto da grandiosa ponte. Conforme relatos do livro ‘Piccoli’, escrito por José Victorio Piccoli, em 1877 chegaram as primeiras seis famílias ao local que se chamaria Travessão Rondelli. Em 1878 veio uma grande leva com 55 famílias. Em 1882 chegaram 32 famílias. De acordo com o livro, o Travessão inicia junto ao perímetro urbano de Flores da Cunha e terminar no Rio das Antas, com um traçado longitudinal em linha reta. 
O Travessão Rondelli recebeu esse nome para homenagear Constantino Rondelli, um ilustre agrimensor e engenheiro, responsável pela abertura de estradas e construções de pontes. Ele é atravessado por uma importante estrada que liga Antônio Prado, Flores da Cunha e depois Caxias do Sul, por onde, antigamente, passavam os carreteiros e tropeiros. No entroncamento das estradas, as capelas: Nossa Senhora do Carmo, São Roque, São Vitor, Restinga, São Liberal (Serra Negra) e Sete de Setembro. 
Comunidades unidas, engajadas e que procuram se desenvolver a todo o tempo. “Sempre reivindicamos asfalto na colônia, ajudar mais na agricultura, fazer estradas no meio dos parreirais. Nasci em São Vitor e nunca sai daqui, crescemos bastante, desenvolvemos, mas sempre pode mais”, conta Gema Mascarello Pagno. 
E as localidades que eram lugares de muita poeira vieram o desenvolvimento: “O asfalto foi um grande avanço”, declara Bertinho Piccoli, morador de São Roque. Ele e os amigos, Donato Piccoli, Nestor Piccolli e Fernandes Veadrigo, nunca imaginaram sair do local onde sempre viveram e têm suas origens. “Nós preservamos muito isso. Na frente no salão da comunidade nós tínhamos um Capitel que, antigamente antes das Igrejas, tinha um pequeno lugar para rezar um terço, e nós, conversando, tivemos a ideia de fazer uma réplica, porque nós nascemos aqui e nos vamos ficar aqui, isso eu tenho certeza. Além de nós gostarmos, nós temos muita raiz aqui, então nós queremos preservar tudo isso”, relatam os amigos.
De acordo com os moradores do Travessão Rondelli e arredores, o que diferencia a comunidade é a localização. “Nós temos a estrada, tem telefone, tem jornal, tem ônibus toda hora, temos indústrias de ponta, de tecnologia, restaurantes, cantinas de vinho, o turismo se desenvolvendo a cada dia, e o pedágio, que nos atrapalha bastante, mas isso é questão de tempo”, revelam os amigos, que informam que a localização é forte no turismo de passagem. “É o turista que está viajando, passa ali, que para para comprar, visitar, ver, é uma vantagem que se tem”. E claro, as raízes italianas que permanecem e que são preservadas: “todos aqui falam talian”.

 - Gabriela Fiorio
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