Comunidades e Bairros: "Hoje temos orgulho em falar que moramos no Pérola"
A frase de Flori de Oliveira Galvão reflete o pensamento dos moradores do bairro, que já foi visto com muita discriminação
Atualmente com 187 mil metros quadrados, com a Lei dos Bairros sancionada em 2017, o Pérola teve sua área territorial reduzida e passou a contar apenas com o lado esquerdo (sentido Caxias do Sul – Antônio Prado) da ERS-122, uma vez que anteriormente, também ocupava um trecho que hoje pertence ao bairro São Pedro. Atualmente é o menor bairro em extensão territorial de Flores da Cunha.
Formado basicamente por residências, o Pérola conta com a Escola Municipal Leonel de Moura Brizola, que inaugurou em 2015 o turno integral. Possui também a igreja dedicada à Nossa Senhora de Guadalupe e um salão comunitário, onde são realizados diversos eventos.
Mas, nem sempre foi assim. De acordo com um dos primeiros moradores do local, Flori de Oliveira Galvão, 47 anos, quando ele chegou em Flores da Cunha com a família, na infância, não havia água e nem luz na localidade. “Nos pegávamos a água em um poço, com um balde e jogávamos cal para matar os micróbios”, lembra ele, que hoje fala do bairro com brilho nos olhos.
Natural de Esmeralda, no norte do estado, o motorista acompanhou o desenvolvimento de nosso município. “Vi isso aqui crescer, a faixa passando e o asfalto chegando. Ao lado da minha casa tinha mato e uma cascata com um riozinho, que até dava para tomar banho”, relembra. Ao mesmo tempo em que relata outro problema: “Hoje está feia a coisa com o esgoto”, uma das bandeiras defendidas por ele durante o período em que foi presidente da associação do bairro.
O Pérola era um dos loteamentos irregulares de Flores da Cunha, mas, com o passar do tempo, a infraestrutura melhorou. “Mesmo assim, ainda falta. Precisamos de um centro comunitário, nós temos a quadra, mas é da escola, precisaríamos não só para o esporte, mas também para o lazer das pessoas do bairro, um espaço mais familiar”, ressalta Galvão, que também já fez parte do CPM da escola e cuidou da quadra de esportes.
Outro aspecto mencionado por ele é a discriminação do bairro, que sentiam na pele. “Hoje está bem bom o bairro. Uma vez era mal falado. Se dizia que morava no Pérola as pessoas te olhavam atravessado. Até para abrir uma conta em uma loja, se morasse aqui era mais complicado. Chegávamos a dizer que morávamos no São Pedro para não ficar tão ruim, por causa do preconceito”, evidencia.
No entanto, com as constantes melhorias realizadas nos últimos anos, Galvão destaca que não parece o mesmo lugar dos anos 1990. Que hoje, com a escola de turno integral, o salão comunitário, e a regularização do espaço, ele pode dizer que tem orgulho de morar no bairro Pérola e acreditar que ainda mais melhorias estão por vir.
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