Geral

Morador histórico do distrito, o enólogo Valter Marzarotto, 64, lembra que, em 1996, a Associação dos Amigos de Otávio Rocha, com ajuda da prefeitura, abriu uma licitação e contratou uma empreiteira, a Construtel. Na oportunidade, instalaram a Central Telefônica, que fica atrás da subprefeitura, e a Companhia Riograndense de Telecomunicações (CRT) colocou um cabo de fibra ótica ligando Otávio Rocha a Flores da Cunha. 
— Até na época quando vi aquilo (sistema de telefonia) fiquei com dúvida se funcionaria. Era uma coisa totalmente inovadora, mas funcionou até hoje. Cada família interessada no telefone fez um contrato com a Construtel. Teve família que comprou dois ou três ramais. Foram investidos mais de R$ 600 mil na época para montar o sistema (Central e todo cabeamento na Vila e arredores). Eram mais ou menos 500 telefones que foram instalados. Em valores atualizados, hoje daria em torno de R$ 6 milhões. Quando estava tudo funcionando, foi doado para CRT, que era a titular do serviço de telefonia pública do estado. Depois eles passaram para Oi, que assumiu a concessão. 

R$ 12 mil por morador
Marzarotto disse que parte do valor foi devolvido na época em forma de serviço, pois ficaram um ano sem precisar pagar a conta de telefone. O que para ele é insignificante, pois se a Oi fosse devolver o valor investido pelos moradores para viabilizar o sistema de telefonia seria em torno de R$ 12 mil. 
— Minha indignação é que nós pagamos para ter a Central Telefônica e agora eles estão literalmente abandonando. Eu liguei para lá e pedi o conserto. Mas, já faz quase dois meses e não apareceu ninguém. Eu moro há duas quadras da Central Telefônica. Eles poderiam puxar um fio e consertar. Liguei para ouvidoria da Oi e eles me fizeram uma proposta, eu teria que disponibilizar um ponto de internet para eles, que assim fariam o telefone funcionar. Isto é, eu teria que contratar um serviço de terceiro para aí fazerem a parte deles. E em momento algum falam sobre os cabos cortados, apenas afirmam que estão mudando de tecnologia. Abandonando a tecnologia do cobre. Eles poderiam fazer isso: colocar internet e botar o telefone para funcionar. Acabei tendo que fazer uma queixa na Anatel, que acionou a Oi. Mas, a operadora me ligou e seguiram insistindo com a mesma proposta. Eu disse que não aceitaria isso, pois este serviço quem deveria fazer é Oi.

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Nota da Prefeitura

Município Trabalha para Solucionar Problema com os Serviços da Oi

Gostaríamos de informar que o Município está ciente dos problemas enfrentados pela comunidade de Otávio Rocha devido à interrupção dos serviços prestados pela Oi S.A., que ocorreu sem aviso prévio. Estamos empenhados em ajudar a resolver essa situação o mais rapidamente possível.
Desde que fomos informados sobre a interrupção dos serviços, tomamos medidas imediatas para entrar em contato com a Oi S.A., buscando esclarecimentos sobre o ocorrido e solicitando urgência na solução do problema. Entendemos a importância desses serviços para a população e estamos acompanhando de perto o desenrolar dos acontecimentos, cobrando uma resposta rápida e eficaz da operadora.
É essencial que a Oi S.A. se manifeste oficialmente sobre a situação, permitindo-nos oferecer à população orientações claras e eficientes, como a opção de realizar a portabilidade para outra operadora que possa atender melhor às suas necessidades.
Além disso, sugerimos que os moradores que se sentirem lesados pela situação entrem em contato com o nosso Procon para receberem orientação e apoio. O Procon pode ser acessado através dos telefones (54) 9-9933-5126 ou (54) 3292-3885.
Reforçamos que o Município está comprometido em encontrar soluções para minimizar o impacto deste problema e garantir que a população não fique desassistida. Aguardamos um posicionamento da Oi S.A. para que possamos avançar com as orientações necessárias.
Reiteramos nosso compromisso com a comunidade e estamos à disposição para fornecer qualquer informação adicional à medida que novos detalhes surgirem. 

Prefeitura de Flores da Cunha

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Nota da Câmara de Vereadores

Desde antes de ser levantada esta questão por um vereador que costuma defender esse assunto de forma recorrente, durante a sessão ordinária do dia 22 de julho, temos conhecimento que, ao menos uma bancada parlamentar está e continua em constante contato com a empresa de telecomunicações fornecedora deste serviço, por meio dos telefones 0800 e por diversos e-mails, mas não obtiveram nenhum retorno concreto. Quando, finalmente, as ligações são atendidas, o atendente fornece outro número (também 0800) e assim sucessivamente, até o presente momento. Essa situação tem se estendido dessa maneira, o que lamentamos, pois, a comunicação é um direito essencial do ser humano e a nossa comunidade não pode ficar sem satisfações em relação a este assunto tão fundamental para dar seguimento às tarefas de seu dia a dia.

Diretoria da Câmara de Vereadores de Flores da Cunha