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Como você cuida do seu lixo?

Basta um passeio rápido para perceber que ainda temos muito que aprender quando o assunto é descarte correto. Em média, cada florense produz 18 quilos de lixo mensalmente

Lixo, aquela coisa que sobra, você junta em um saco plástico e manda embora no caminhão público de coleta. Parece simples, mas descartar nosso lixo de maneira ambientalmente correta não é uma realidade absoluta em Flores da Cunha. Nesta semana, o Jornal O Florense circulou por algumas ruas centrais e de bairros e percebeu que não é difícil ver móveis, eletroeletrônicos e outros materiais jogados nas calçadas. E não são só esses lixos. São também aqueles do dia a dia, latinhas, embalagens de comida, tudo jogado na rua, deixado naquela mesa da praça a menos de um metro da lixeira.

Essa falta de senso de responsabilidade, onde muita gente ainda não se sente responsável pelo lixo que produz, não é novidade, mas cada vez mais está na pauta. De acordo com a diretora de Meio Ambiente de Flores da Cunha, Franciele Zorzi, não existe como calcular como essa falta de conscientização onera o município, mas alguns prejuízos são óbvios. “A Associação dos Recicladores tem um retrabalho quando o lixo está misturado, além de inutilizar outros resíduos que ficam sujos. Todos os tipos de lixo têm um destino correto, basta se interessar por isso. Além disso, a cidade fica muito feia”, lamenta. Em 2017, a cidade produziu mais de 6,4 mil toneladas de lixo (leia ao lado). Precisamos ou não dar mais atenção a esse assunto?

Para onde vai

Hoje Flores da Cunha conta com 840 contêineres seletivos e orgânicos espalhados pela cidade. Quando jogamos nosso lixo nesses equipamentos, caminhões da empresa Biasotto fazem o recolhimento. Na área rural do município, existe apenas a coleta do seletivo.

– Depois disso, os resíduos orgânicos seguem para uma estação de transbordo localizada no Travessão Medianeira.

– O lixo seletivo também vai para o Medianeira, mas este para um pavilhão específico, onde a Associação dos Recicladores Amigos de Flores da Cunha faz a triagem do material. Junto com o seletivo ainda é encontrado muito lixo orgânico misturado, esse material vira rejeito e é misturado ao orgânico. De acordo com associação, a área central é onde o lixo é mais mal separado. Nos bairros e no interior o cuidado é maior.

– Com isso, lixo orgânico e rejeitos seguem em uma carreta para a Central de Tratamento de Resíduos de São Leopoldo.

– O material que pode ser reciclado é comercializado pela Associação.

 

Os destinos corretos

Eletroeletrônicos: A prefeitura não pode armazenar esse tipo de material, por isso são realizadas campanhas de recolhimento – a última, na Semana do Meio Ambiente, teve 8 toneladas de materiais recolhidos. Outra ação semelhante será realizada em novembro. “A orientação nesses casos é guardar em um cantinho em casa até a campanha. Como tivemos um bom volume nesta última, vamos repetir a ação, até pelas trocas de televisores analógicos para os digitais a demanda é grande”, complementa Franciele Zorzi.

– Resíduos volumosos: São os móveis, sofás, armários, mesas, entre outros. O município conta com uma coleta diferenciada, realizada a cada 15 dias. O morador precisa entrar em contato pelo telefone 3292.3221, com a Biasotto, e passar o endereço completo para que a coleta ocorra. “Muitas vezes se você vê esse material na rua, pode anotar o endereço e avisar. Infelizmente não tem como o caminhão percorrer a cidade em busca desses resíduos jogados”, lembra a diretora.

– Resíduos verdes: Galhos resultantes da poda de árvores, da limpeza de jardins, grama, entre outros, são recolhidos por equipes da Secretaria de Obras. Basta entrar em contato pelo telefone 3279.3600 e solicitar o recolhimento.

– Embalagens de agrotóxicos: Esse tipo de material não pode ser descartado no lixo comum, nem mesmo no seletivo. Por isso, existem campanhas específicas que destinam essas embalagens.

– Resíduos da construção civil: O município não possui uma coleta gratuita desses materiais. Existe uma empresa florense licenciada para a coleta. “Essa caliça é reutilizada em aterros de estradas, fundações de construções e assim por diante. Infelizmente existe muitos desses resíduos espalhados pela cidade e as vezes misturado ao lixo convencional”, complementa a diretora.

Alternativa para transformar o lixo orgânico

Se educação começa em casa e a escola reforça esse conceito, a Escola Municipal Francisco Zilli, situada em Otávio Rocha, está fazendo a lição de casa. Na instituição, o lixo é tratado com todo o cuidado e, ainda, ajuda no adubo para a produção de alimentos. Há 22 anos, a cozinheira da escola Odila Fabian Trentin, 59 anos, utiliza os restos dos alimentos do preparo da merenda escolar, como cascas, sementes, folhas para adubo orgânico, que é usado na horta escolar. A chamada compostagem é um processo biológico de valorização da matéria orgânica, tornando-se uma solução fácil para reciclar resíduos gerados pela população, além de adubar o solo. É a transformação do lixo em algo positivo.

“Não gostava de colocar fora esses restos de alimentos e uma vez visitei a Associação dos Recicladores e vi como é difícil. Fica fácil colocar na horta, além disso, contribuiu muito para o solo do espaço, que antes tinha uma terra muita seca e hoje está bem boa”, conta Odila, complementando que apenas jogando os restos orgânicos, nasceram diversas plantas frutíferas, como de maracujá, laranja, abacate, goiaba, mamão, além de temperos diversos e plantas medicinais.

Na Francisco Zilli, os 300 alunos são ensinados desde pequenos a evitar desperdícios e cuidar do seu próprio lixo. Na hora da merenda, todo o resto da comida é colocado, pelos próprios estudantes, numa lixeira, que serve para compostagem ou ainda para alimentar animais de rua. “É uma questão de conscientização reduzir o lixo e evitar que sejam levados aos aterros sanitários. O hábito de cuidar do lixo é extremamente importante”, diz a diretora da Francisco Zilli, Gabriela Slaviero.

Quanto resíduo geramos

A Secretaria de Planejamento, Meio Ambiente e Trânsito de Flores da Cunha, por meio da diretoria de Meio Ambiente, repassou dados do recolhimento de lixo de 2017:

Durante o ano foram recolhidos 6.480 toneladas de lixo – orgânico e seletivo.

Isso dá uma média de 540 toneladas por mês, sendo 390 toneladas de resíduos orgânicos e rejeitos e mais 150 toneladas de resíduos seletivos (reciclados pela Associação dos Recicladores Amigos de Flores da Cunha).

Levando em conta a população de 29,6 mil florenses, cada um produz cerca de 18,2 quilos de lixo por mês.

Um florense gera, em média, 600 gramas de lixo por dia.

 

 - Camila Baggio  - Antonio Coloda
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