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Como tratar queimaduras por água-viva

Animal pode causar ferimentos na pele. Veja o que fazer

O verão é a época para ir para praia e se banhar no mar. Porém, um perigo anda rondando as praias gaúchas. De acordo com um levantamento realizado em janeiro pela Operação Verão foram 38,3 mil lesões por água-viva. Nesses casos, o que é preciso fazer. Primeiramente, saiba que a água-viva é um animal marinho, invertebrado, que faz parte do filos dos cnidários e habita praticamente todos os oceanos do planeta. Já se sabe que há mais de 1500 espécies diferentes descritas e que algumas conseguem sobreviver em ambientes de água doce.

Em geral, as águas-vivas vivem por volta de seis meses e alimentam-se de pequenos animais aquáticos (são carnívoras) ou de microplânctos em suspensão nas águas. Seu corpo em forma de sino possui consistência gelatinosa e é composto, em sua quase totalidade, por água. Na fase adulta do animal, na borda interna dessa estrutura arredondada, formam-se longos tentáculos portadores de células especializadas na produção de toxinas, que atuam como órgãos de defesa ou como instrumento para a coleta de alimentos.

Águas-vivas se movimentam nas águas promovendo contrações do corpo ou levadas pelas correntes marítimas. Quando se sentem ameaçadas, soltam um tipo de ferrão microscópio dotado de filamentos que injetam uma substância venenosa na pele do suposto agressor, produzindo uma dor intensa semelhante à da queimadura.

A rigor, no entanto, o ferimento provocado pelas águas-vivas não é uma queimadura. Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia é um envenenamento da pele causado pelas toxinas liberadas pelas medusas. Ninguém está livre de tocar inadvertidamente numa água-viva durante o banho de mar ou pisar numa delas enquanto caminha pela praia. Manter-se informado sobre o que fazer nesses momentos e o que não fazer é a melhor maneira de não agravar o ferimento e evitar complicações.

 

Sintomas

Os principais sintomas da lesão provocada pela água-viva são dor forte, inchaço e ardência acompanhados por marcas vermelhas ou escurecidas deixadas pela ação do veneno na pele da vítima. A gravidade das lesões, entretanto, está diretamente associada ao tipo e tamanho do animal que produziu o ferimento e à idade e condições de saúde da vítima.

Nos quadros mais graves, outros sintomas podem surgir e provocar reações sistêmicas que agravam o quadro. Entre eles, podem ocorrer: dificuldade para respirar e engolir, dor no peito e de cabeça, câimbras, erupção cutânea, náuseas e vômitos.

Embora sejam poucos os casos, algumas pessoas estão sujeitas a reações alérgicas, como o edema de glote e o choque anafilático, que podem pôr em risco a vida.

 

Primeiros socorros

Se o contato com a água-viva ocorreu na praia, a pessoa deve ser retirada imediatamente do mar e o ferimento lavado, sem esfregar, com muita água salgada. Compressas de água do mar e de soro fisiológico gelado são úteis, porque têm efeito analgésico. Sob nenhuma hipótese, deve-se jogar água doce, xixi, passar sabonete ou álcool na área afetada, pois essas substâncias, em vez de conter, vão estimular a liberação do veneno que possa ainda estar retido nas células dos tentáculos.

O passo seguinte é remover os tentáculos que podem ter aderido à superfície da pele da vítima. Depois de ter jogado bastante água do mar sobre a região afetada, utilizando um cartão de crédito, um palito de sorvete ou uma pinça, por exemplo, será possível retirá-los sem promover a liberação das toxinas ainda retidas nas células do animal.

Vencidas essas etapas, fazer compressas de vinagre, por mais ou menos 30 segundos, ajuda a aliviar a dor, porque o ácido acético neutraliza a ação das toxinas liberadas pela água-viva.

Outro cuidado indispensável é repetir a aplicação do protetor solar na área atingida pelas toxinas a cada duas horas, porque a incidência direta dos raios solares sobre a pele machucada pode agravar o ferimento.

 

Tratamento

Desde que sejam observados os critérios estabelecidos para os primeiros socorros, os ferimentos provocados pelas águas-vivas podem ser tratados em casa. No entanto, é preciso lembrar que cada organismo reage de uma forma diferente ao contato com o veneno que a água-viva produz. Por isso, se os sintomas persistirem, ou piorarem, o bom senso determina que a vítima receba, sem perda de tempo, atendimento médico. Crianças e idosos, especialmente, merecem atenção redobrada, porque são mais sensíveis aos efeitos tóxicos dessa substância inflamatória e urticante que as medusas produzem e eliminam quando ameaçadas.

Nunca é demais repetir que é preciso atenção. Águas-vivas podem ser vistas em águas rasas ou encalhadas na areia das praias.  Não toque nelas. Mesmo os animais encontrados mortos na praia podem eliminar veneno pelos tentáculos, se forem tocados.

 

Fonte: Dráuzio Varella

 - Divulgação
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