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Como funciona a Usina Castro Alves

Reportagem de O Florense teve acesso ao empreendimento localizado às margens do Rio das Antas, entre os municípios de Nova Pádua e Nova Roma do Sul

A reportagem do jornal O Florense teve acesso, na tarde do dia 17, à Usina Hidrelétrica (UHE) Castro Alves, empreendimento que começou a ser construído em agosto de 2003 e foi concluído em setembro de 2006 junto ao Rio das Antas. Margeado à direita pelos municípios de Nova Roma do Sul e Antônio Prado e, à esquerda, por Nova Pádua e Flores da Cunha, a unidade integra o Complexo Energético Rio das Antas, formado ainda pelas usinas Monte Claro e 14 de Julho, abrangendo também as cidades de Bento Gonçalves, Cotiporã e Veranópolis. A energia assegurada pelas três usinas é suficiente para atender 630 mil famílias da região, segundo estimativa da Companhia Energética Rio das Antas (Ceran). Somente a Castro Alves supriria a demanda de cerca de 227 mil famílias.


A Castro Alves é composta por três unidades geradoras (turbinas), as quais começaram a operar em março, abril e junho de 2008. Com potência instalada de 130 megawatts (MW), a unidade gerou, entre janeiro e dezembro de 2009, 629.387 MW/h. A usina hidrelétrica tem uma estrutura de represamento (barragem) e uma casa de força, onde a energia potencial hidráulica é transformada em energia elétrica. A produção da energia começa com a captação da água do reservatório. A água é conduzida sob pressão, em declive, por tubulações forçadas, até a casa de máquinas, onde estão instaladas as turbinas e os geradores.

Na casa de força estão instalados os equipamentos para a geração de energia. A água movimenta o eixo da turbina, criando um campo eletromagnético dentro do gerador, produzindo, assim, a eletricidade (veja na página 17). Na subestação elevadora são instalados os transformadores elevadores, que possibilitam o transporte de energia por meio das linhas de transmissão.


Ao final do processo, a água que passou pela turbina é devolvida ao rio, em outro ponto. No caso da Castro Alves, explicam o gerente de operações e manutenção, Marcelo Kurokawa, e o gerente de usina, Orlando Hanauer, um túnel com 7 quilômetros de extensão foi construído debaixo de Nova Roma do Sul, com tubulações que levam a água do lago de 5 km² de área inundada – e profundidade máxima de 45 metros – até a usina. Esta foi construída dentro da rocha, após escavações, sendo que o ponto mais baixo, na base das turbinas, localiza-se a 17 metros abaixo do nível do rio.

Ao final do processo, depois de passar pelas turbinas, a água é devolvida ao Antas, em outro ponto do leito, e as linhas de alta tensão transportam a energia da usina até uma subestação, localizada junto à Usina Monte Claro, em Veranópolis. Ela está conectada a uma rede da Eletrosul, que por sua vez transmite às distribuidoras, e essas fornecem a eletricidade aos consumidores.


Orlando Hanauer (E) e Marcelo Kurokawa (D)

Como funciona uma usina
- A usina hidrelétrica é uma instalação que transforma a energia potencial hidráulica em energia elétrica. Para que isso aconteça é necessário que exista um desnível hidráulico natural, ou criado por uma barragem, para captação e condução da água à unidade geradora de energia (turbina). Uma usina é composta por barragem, reservatório, casa de força, circuito hidráulico e subestação elevadora.
- A água represada possui energia potencial gravitacional, que se converte em energia cinética. Essa energia cinética é transferida às turbinas, que movimentam o gerador; e o gerador, por sua vez, converte essa energia cinética em energia elétrica, a qual será enviada por meio de condutores ao seu destino.
- O reservatório é formado pelo represamento das águas do Rio das Antas, por meio da construção de uma barragem. Na barragem, é construído o vertedouro da usina, por onde passa o excesso de água do reservatório. A casa de força é o local onde são instalados os equipamentos para produção de energia. O circuito hidráulico é formado por condutos, canais e túneis que levam a água das barragens até as turbinas – três, no caso da Castro Alves.
- Na Castro Alves existe uma sala de comando, onde pode ser conferido todo o funcionamento da usina. Entretanto, a operação é feita pela Usina Monte Claro, em Veranópolis.
- Até chegar na casa do consumidor, energia percorre o seguinte roteiro: barragem, turbina, subestação elevadora, linhas de transmissão, subestação interligadora, rede de distribuição e, por fim, residências, indústrias, comércio, zona rural, etc.
Fontes: gerentes Marcelo Kurokawa e Orlando Hanauer e www.ceran.com.br


A Usina Castro Alves




Localização
- Margem direita: Nova Roma do Sul e Antônio Prado.
- Margem esquerda: Nova Pádua e Flores da Cunha.
- Construção: início em agosto de 2003 e conclusão em setembro de 2006.
- Operação: turbina 1 – março de 2008; turbina 2 – abril de 2008; e turbina 3 – junho de 2008.
- Potência Instalada: 130 megawatts (MW)
- A energia produzida pela usina é suficiente para atender 227 mil famílias da região, segundo estimativa da Ceran.
Fonte: Ceran.

Saiba mais
- A Companhia Energética Rio das Antas (Ceran) é a empresa que construiu e opera o Complexo Rio das Antas, formado pelas usinas hidrelétricas Monte Claro (130 MW, iniciada em abril de 2002 e finalizada em fevereiro de 2005), Castro Alves (130 MW) e 14 de Julho (100 MW, iniciada em setembro de 2003 e finalizada em setembro de 2006).
- A Ceran tem como investidores a CPFL – Geração de Energia S/A (65%), a Companhia de Geração e Transmissão de Energia Elétrica (CEEE-GT, 30%) e a Desenvix (5%).
- O empreendimento agrega 360 MW de potência ao Sistema Interligado Nacional. Essa potência é equivalente ao consumo dos sete municípios da área de influência do Complexo: Antônio Prado, Bento Gonçalves, Cotiporã, Flores da Cunha, Nova Pádua, Nova Roma do Sul e Veranópolis, além de Carlos Barbosa, Caxias do Sul e Farroupilha.
- Os primeiros estudos sobre as barragens no Rio das Antas remontam à década de 1930, quando a extinta Empresas Elétricas Brasileiras S/A propôs a construção de três aproveitamentos hidrelétricos na bacia hidrográfica Taquari/Antas. Na década de 1990, a Companhia Estadual de Energia Elétrica do Rio Grande do Sul (CEEE) fez estudos de investigação do potencial hidráulico da bacia, culminando na identificação de 57 aproveitamentos. No Rio das Antas foram selecionados 20 aproveitamentos, entre eles, os três que foram implantados pela Ceran.
- Após o início de operação das hidrelétricas, o Rio Grande do Sul e os sete municípios recebem, aproximadamente, R$ 5,7 milhões anuais, a título de royalties. Desses recursos, 50% serão destinados para o Estado e 50% para os municípios.
Fonte: Ceran.


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