Como estão as ruas de Flores?
Em um município em que o número de veículos aumenta ano a ano as ruas precisam ser vistas com cuidado
A revitalização da Avenida 25 de Julho foi apresentada na última semana e promete mudanças significativas no trânsito do município. Porém, após algumas reclamações e até a abertura de uma cratera, levantaram uma pergunta crucial: como está a situação das ruas de Flores?
Em um município em que o número de veículos aumenta ano a ano – conforme dados do Detran, em 2018 eram 23.713 veículos. Até outubro de 2019, o número aumentou 1,8 %, chegando aos 24.379 veículos – já são um veículo para 1,3 habitantes – as ruas do município precisam ser vistas com cuidado. Por isso, o Jornal O Florense esteve transitando por elas para ver como se encontram. Uma das ruas que mais precisa de atenção, além de possuir um tráfego significativo, é a John Kennedy sentido Centro-Aparecida. “Parece uma montanha russa. Sempre desviando dos buracos e andando bem devagar. Não dá pra passar dos 30 quilômetros por hora”, avalia um morador, que preferiu não se identificar.
O taxista Jaudir Antônio Bezutti, 59 anos, trabalha nas ruas de Flores há 40 anos e nunca viu melhorias nas vias de paralelepípedo. “Quando cheguei no município fui morar na Rua John Kennedy, no Aparecida. Daquela época até hoje está igual. Apelidei ela até de ‘rua digestiva’, porque nada para no estômago”, brinca Bezutti. Para ele, falta asfalto e manutenções. “Nem todas as ruas precisam de asfalto, mas qualquer melhoria já ajuda”, declara.
Conforme o secretário de Obras e vice-prefeito, Almir Zanin, a partir de janeiro a rua irá receber uma camada asfáltica. “Primeiro vamos abrir a via, fazer uma averiguação de como estão as tubulações e, se for necessário, fazer a troca, para depois pavimentarmos”, explica Zanin.
Um fato curioso é que a Rua John Kennedy, em frente ao Clube Independente, não possui nenhuma tubulação. “É um caso atípico. Não podemos ter ruas sem tubulações”, diz o prefeito Lídio Scortegagna.
Outra via que está precária é a João XXIII, sentido Centro-Colina de Flores. Nela, os bloquetos de concreto estão se soltando e, literalmente, descendo o morro. A rua também tem uma grade que dificulta a passagem de veículos. “Esta via é bem complicada. O morro é muito íngreme e se analisarmos não devia ter sido aberta uma rua ali. É uma via que sempre precisará de manutenção”, avalia a secretária de Planejamento, Meio Ambiente e Trânsito, Ana Paula Cavagnoli.
Outras vias, como a General João Manuel e Quintino Bocaiúva, no bairro Aparecida, além da Raimundo Montanari e Severo Ravizzoni, no Centro, também sofrem com os paralelepípedos, entre tantas outras. “Hoje não fizemos mais ruas de paralelepípedos. Primeiro porque é muito trabalhoso e segundo porque não se acha mão de obra qualificada. A única solução para essas vias seria asfaltar todas elas”, diz o secretário de Obras. Segundo ele “quanto mais se mexe em rua de paralelepípedos pior fica. Por isso, em muitas ruas se enxerga pedaços de asfalto”.
Se os paralelepípedos são ruins, a pavimentação asfáltica pode ajudar em algumas situações e conforme o secretário de Obras não prejudica a cidade quando chove demais. “Com o asfalto a água corre mais livre e é só realizarmos uma limpeza nas bocas de lobo que não teremos problema”, garante.
A promessa é que obras asfálticas serão realizadas na área central e nos bairros até o início de 2020. “Em 99% das ruas vamos asfaltar por cima dos paralelepípedos. A pavimentação asfáltica nessas ruas é inevitável, senão será apenas um retrabalho se tentarmos somente ajeitar o que precisa”, declara o prefeito Lídio.
A manutenção nos paralelepípedos é feita por meio de licitação de mão de obra, o que é escassa, e não está prevista pela Secretaria de Obras.
Estudo analisará galerias pluviais
A abertura de uma cratera na Rua General João Manuel, que ocasionou um acidente com um veículo, deixou os moradores preocupados. A via passa por cima de um sistema pluvial de galerias subterrâneas que possuem mais de 50 anos e se estendem por aproximadamente dois quilômetros. A pergunta que ficou é: e se acontecesse novamente a abertura de uma cratera?
A Secretaria de Planejamento, Meio Ambiente e Trânsito está orçando a vinda de uma equipe qualificada para percorrer todas as galerias do município a fim de investigar qual a real situação. “Em 2012 foi realizado um estudo parecido para ver como estavam as galerias. E, conforme o laudo técnico, o que precisava ser alterado foi feito na época”, afirma a secretária Ana Paula Cavagnoli.
Conforme a topografia, a galeria subterrânea inicia na Rua Borges de Medeiros, vira na Ernesto Alves, desce a Tiradentes, segue pela Júlio de Castilhos, dobra na Rua General João Manuel e segue em direção a Lagoa Bela. Conforme a secretária, esta galeria é a maior do município e compreende 70% da área urbana. Os bairros São Cristóvão, São Pedro, Pérola e Vilaggio pertencem à galeria da Linha 80. Nas demais ruas existem as tubulações. “Conforme vai crescendo a contribuição, vai aumentando o tamanho dos tubos até se transformar em uma galeria”, explica Ana Paula.
Na área em que o asfalto cedeu, estão sendo realizadas a limpeza e a colocação de novas galerias, numa extensão de 30 metros. “Antigamente elas eram feitas diferentes, de pedras. Hoje colocamos galerias pré-moldadas com concreto armado, até porque o fluxo de veículos, principalmente caminhão, aumentou, então precisa ser algo forte e duradouro”, esclarece a secretária.
Lembrando que quando um novo asfalto é feito na cidade, há a averiguação e a troca das tubulações, caso seja necessário – como será realizado na Rua John Kennedy. “Então tem vários pontos que a galeria já foi substituída e as tubulações também. Mas vamos contratar está análise porque pode ser que outros pontos estejam críticos”, finaliza.
A RUA QUINTINO BOCAIUVA ESTA MUITO RUIM TEM PEDRAS SOLTAS BURACOS EM CIMA DA CALCADA PEDRAS QUE SAEM DA RUA TERIA QUE VER ISSO NÃO SÓ ASFALTAR AS ESTRADAS DO INTERIOR.
Comentário editado pela redação.