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Comércio contabiliza prejuízo

Empreendedores lamentam as perdas em razão do abre e fecha

No rastro da pandemia do novo coronavírus, o comércio florense teve que se reinventar para evitar prejuízos ainda maiores. Um ano que se desenhava promissor, de acordo com diversos empreendedores, teve as expectativas completamente alteradas em decorrência das incertezas na economia e do impacto causado por medidas restritivas ao funcionamento dos estabelecimentos na tentativa de frear a disseminação da Covid-19. 
Em uma publicação nas redes sociais no dia 10 de julho, a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) aponta que desde o início da pandemia, 68 alvarás foram cancelados no município, o que representaria, de acordo com a entidade, o fechamento de aproximadamente 340 vagas de emprego. A postagem é uma crítica ao Modelo de Distanciamento Controlado do Governo do Estado que determina o fechamento do comércio de itens não essenciais sempre que a região for classificada com a bandeira vermelha. 
“Pontuamos, desde o início, que o comércio não é o culpado, e que restringir de forma profunda somente o varejo de rua não seria a solução. Quando houve o primeiro decreto municipal, argumentamos que com a chegada do frio haveria aumento na incidência de casos e que a prefeitura deveria postergar. Foram irredutíveis, e isso foi um erro. Hoje, os comerciantes amargam essas decisões que continuam angustiando o setor, como esse abre e fecha do Governo do Estado. Enquanto economistas projetam redução de 10% na atividade varejista, em Flores da Cunha há relatos de reduções superiores a 50%. A maioria lutando para não demitir”, lamente o presidente da CDL, Jásser Panizzon.

Sensação de insegurança
De fato, muitos comerciantes viram o faturamento despencar desde março. “Em janeiro e fevereiro tivemos crescimento, mas quando começou a pandemia tivemos uma queda de 40% no período de março a julho, em comparação ao ano anterior. Esse abre e fecha é muito prejudicial, tanto pra nós quanto para os consumidores, que estão com insegurança se vão conseguir manter seus empregos”, reflete Munique Zorgi Bertin.
Proprietária da Dani Calçados e Acessórios, a empresária conta que o estabelecimento passou a focar mais as vendas via redes sociais, como Instagram e WhatsApp, na tentativa de atrair consumidores. 
“Estamos apostando todas as fichas e estamos conseguindo vender alguma coisa”, afirma. Para superar a crise, a loja aderiu à suspensão de contrato de uma funcionária para evitar a demissão.

Situação complicada
Marcelino Finger também acompanha com resignação e apreensão o desenvolvimento da pandemia, na esperança de que os negócios na loja que mantém há 36 anos retomem o fôlego. 
Até o ano passado, Ino, como é conhecido, mantinha dois pontos, a Ino Sports e a Trapo Show, que foram unidos em um mesmo endereço para reduzir custos. “O fechamento em março e abril prejudicou bastante. Em maio e junho melhorou um pouquinho, mas em julho piorou bastante. Em relação ao ano passado, a queda nas vendas é de aproximadamente 50%. A situação está bem complicada”, lamenta o comerciante.
Mesmo assim, ele se mantém otimista. “Esperamos que em mais duas, três semanas, passando o frio, as coisas voltem a melhorar. Temos que ter paciência porque vai ser meio lenta (a recuperação)”.
Evandro Beneduzi, proprietário da Loja Beneduzi, também faz críticas ao fechamento do comércio imposto pelo Distanciamento Controlado. 
Na opinião do comerciante, o modelo poderia prever alternativas que permitissem aos estabelecimentos manterem-se abertos, porém com redução do fluxo em seu interior. “Tem muitos outros locais, como bancos e supermercados, onde há muito mais aglomeração. Porque penalizar só um setor?”, questiona.
 

 - Diego Adami
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