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Comércio aumenta previsão de vendas no Natal

Contratações também crescem nesta época do ano, especialmente no setor de alimentação

Estamos a pouco mais de um mês para o Natal e com ele logo chega o final do ano. Na lista de coisas para se fazer nesta época estão as compras para presentes, itens e ingredientes das ceias, decoração, roupa nova. E quem agradece o ‘empurrãozinho’ é o comércio, que sente no caixa o incremento nas vendas após um período economicamente perturbado. O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Flores da Cunha, Márcio Dotti Rech, adianta que o crescimento local nas vendas tem uma boa expectativa. “O segundo semestre já demonstra uma recuperação do comércio, principalmente após as eleições, onde o cenário econômico já dá sinais de melhora. É isso que nos relatam alguns comerciantes, principalmente do setor de alimentos, como mercados e padarias, uma vez que tanto o feriado de Natal, quanto o de Ano Novo serão prolongados, com as datas importantes caindo na terça-feira”, complementa Rech.

A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) compartilha dessa expectativa e, neste ano, revisou para cima a previsão de vendas e contratações no setor varejista para o Natal. Em meio à queda da inflação e dos juros, a entidade agora calcula que a data movimentará R$ 34,5 bilhões na economia brasileira, um avanço de 2,8% em relação ao mesmo período do ano passado, ante previsão anterior de alta de 2,3%. A estimativa de contratação de trabalhadores temporários também foi ampliada, de 72,7 mil para 76,5 mil vagas no período.

No Rio Grande do Sul ainda não foram divulgadas projeções de vendas, mas a Federação do Comércio de Bens e de Serviços (Fecomércio-RS) realizou uma pesquisa que adianta que os empregos temporários vão movimentar a economia do Estado, aumentando em 33,1% a força de trabalho das empresas gaúchas. A entidade ouviu estabelecimentos do varejo em Porto Alegre, Santa Maria, Caxias do Sul, Ijuí e Pelotas – 87,8% das vagas que estão abertas são para as áreas de vendas e comercial. Em seguida vem a função de caixa e crediário (20,8%). Os estabelecimentos consultados pela entidade acreditam que 29,4% dos trabalhadores contratados como temporários possuem chance de efetivação após o final de seu contrato.

Ainda segundo a Confederação Nacional, os principais aumentos nas vendas devem ser registrados pelos segmentos de hiper e supermercados, lojas de vestuário e artigos de uso pessoal e doméstico. A expectativa é que esses ramos respondam por cerca de 75% das vendas durante o Natal.

 

Ano de movimentação tímida

O comércio é o terceiro setor no ranking de participação no Valor Adicionado (VA) de Flores da Cunha, sendo o responsável por 11,9% do índice (escolhido como parâmetro por ser um dado público, e que significa o acréscimo de valor que cada empresa incorpora ao bem na cadeia produtiva), de acordo com dados do Perfil Socioeconômico 2018. Apesar de apresentar uma pequena queda de -0,5% em 2017 com relação a 2016, o setor vinha apresentando alta nos últimos anos e espera ser impulsionado pelas compras de Natal e final de ano, além de ganhar novos patamares em 2019.

O número de empreendimentos cresceu de um ano para o outro, chegando a 626 em 2017 – 42 novos negócios se comparado ao ano anterior, um percentual positivo de 7%, de acordo com dados da prefeitura. O vestuário puxou esse crescimento com +122 lojas, seguido pelo setor automotivo (+10), da construção, decoração e elétricos (+7), nos estabelecimentos em geral (+60) e nos produtos agrícolas (+1). Na comparação dos dois anos, diminuição de estabelecimentos no setor de alimentação e bebidas – com 56 locais que deixaram de existir, além de medicamentos (-2).

Para o presidente da CDL, o ano de 2018 se manteve tímido para as vendas do comércio florense, mas as perspectivas para 2019 são animadoras. “O consumidor ainda está receoso e o empresário também, fazendo poucos investimentos e reduzindo ao máximo suas despesas. A maioria dos comerciantes relata que 2018 se manteve no mesmo patamar de 2017, alguns ramos em específico tiveram uma tímida melhora. Mas todos se demonstram otimistas para uma grande recuperação em 2019”, planeja Márcio Rech.

 

Alimentação em crescimento constante

De um ambiente com 100 metros quadrados destinados para loja e produção, hoje a Padaria e Confeitaria Qualitá possui 500 metros quadrados específicos para a produção de delícias gastronômicas e duas lojas com 200 metros quadrados cada. O crescimento constante é um reflexo da demanda local onde a família Variza, há 13 anos sob o comando do empreendimento, teve o cuidado de observar e aproveitar. Nesta época de festas de final do ano, a expectativa é sempre de incremento na produção, atendendo a uma procura específica do período. “Calculamos um aumento de cerca de 30% nas nossas vendas com a chegada do Natal e celebrações do Ano Novo. Temos produção própria de colombas e panetones, além de tortas, cestas natalinas e pratos de salgados”, lista Daniele Venturin Variza.

Aos 23 anos, Daniele é estudante de Engenharia de Alimentos e pretende seguir no negócio da família. “Acompanhei a batalha do meu pai, que era caminhoneiro, desde o início da padaria, onde havia somente o básico. Hoje, percebendo a necessidade de crescimento do nosso comércio, fico muito feliz em poder contribuir e dar continuidade”, conta. A empresa, que nesta semana inaugurou sua segunda unidade no Centro da cidade, fez um grande investimento, justamente em uma época do ano propícia para o setor alimentício. “Contratamos 15 novos funcionários, agora somos em 45, formando uma equipe bastante engajada. Investimos em maquinário para agilizar os processos, pois não dávamos conta da demanda, além de um novo sistema e a contratação de um motoboy para realizar telentregas pela cidade”, acrescenta, não deixando de lado o bom atendimento.

Com uma vasta linha de panificação e confeitaria, a Qualitá investe e inova no setor constantemente. “No começo éramos só a família e fomos sentindo a necessidade da ampliação. Temos muitas pessoas que auxiliam e nos motivam a continuar sempre. Nesta época de festas de final do ano nos sentimos parte da ceia de Natal de muitas pessoas, e isso é gratificante”, valoriza Daniele.

A empreendedora Daniele Venturin Variza estima em cerca de 30% o aumento nas vendas da padaria da família neste final de ano. - Gabriela Fiorio
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