Geral

Colono e Motorista: Pelas estradas da vida

Para celebrar o dia do motorista, conheça histórias de caminhoneiros que se orgulham da profissão escolhida

“Vivo na estrada a mercê da sorte. Amigo da vida, inimigo da morte. De leste a oeste e de sul a norte. O país precisa do meu braço forte”. Na letra da música de Chitãozinho e Xororó, ‘Caminhoneiro é bicho louco’, está a realidade da vida dos caminhoneiros. Eles que são fundamentais e transportam a economia pelos asfaltos. Como é o caso do florense Ariel Androcheski, 59 anos, que há 38 vive pelas estradas do país, e também fora dele. “Mais me diverti do que sofri, mas não é fácil”, declara o profissional que começou por empolgação e até hoje vive em cima de um caminhão. 
“Primeiro temos que agradecer a Deus por estar aqui. Depois pela tecnologia que avançou demais, a modernização, os caminhões com ar condicionado. Hoje eu tenho duas geladeiras, um privilégio para pouca gente. Então isso incentiva muito para trabalhar e continuar”, assegura o motorista que agradece por todo o conforto e relembra dias difíceis no começo da carreira, onde nada disso existia. “No início foi muito sofrido, deixar de ver a família. Já fiquei até seis meses fora de casa, não acompanhei o crescimento dos meus filhos. Mas eu gosto do que faço”, relembra Androcheski, que relata que a estrada está perigosa. “Está muito perigoso, muitos assaltos. Nós temos que ter um posto credenciado para pernoitar, não é qualquer posto que a gente consegue parar para dormir, então é muito difícil a vida da gente, o banho principalmente”, conta. 
Mas a vida de caminhoneiro tem, sim, seus pontos positivos. “É as amizades que a gente tem, vai conversando, trocando ideias nas horas que dá e assim prossegue a vida. É suado ser caminhoneiro, é difícil. O conselho que eu dou para quem quer começar agora, é que tem que gostar muito da profissão”, diz Androcheski que está esperando pela aposentadoria: “Só me aposentar que eu vou trocar uma ideia, eu quero curtir uns dias de folga”, finaliza, aos risos.

Uma pausa para ser caminhoneiro
Patrique Fernando Fabro, de 41 anos, há 10 decidiu sair da empresa em que trabalhava e se tornar motorista de caminhão. “É um aprendizado de vida. Em 10 anos, é um desafio por dia. A vida de caminhoneiro é um pouco sofrida, mas também tem seus lados bons, vale a pena”.
A amizade, o conhecimento, as cidades e os estados percorridos, são o diferencial da profissãoo: “Tu nunca vai estar no mesmo lugar, um dia tu está aqui, no outro tu já está lá no Rio de Janeiro, no outro está em São Paulo, Minas e assim acontece. As vezes ficamos empenhado em algum lugar, mas aí conhece alguns colegas novos, faz um churrasquinho e assim vai”, conta Fabro.
A atenção é fundamental, desde para o buraco na pista até um assalto, mais frequentes nos últimos tempos. “Tem estradas boas, mas tem estradas péssimas. Umas tem asfalto, outras não tem, mas enfim, tem que andar sempre se cuidando, esse é o principal”, declara o caminhoneiro que, desde o princípio, sabia que ficaria em casa poucos dias. “Todo caminhoneiro sabe que para pouco em casa. É dois, três dias em casa, no máximo, uma semana, 10 dias, fora, então a gente leva saudades, às vezes aperta, porque tu queria estar em casa, tem um compromisso, mas aí tem o teu trabalho, tem que cumprir agenda, horário”, relata Fabro, informando que ao final do mês, um salário bom está garantido. “Eu fui para a estrada pensando em parar com seis, sete anos. Já estou há 10”, finaliza.

Ariel Androcheski tem como única profissão ser motorista de caminhão. - Gabriela Fiorio
Compartilhe esta notícia:

Outras Notícias:

0 Comentários

Deixe o Seu Comentário