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Um amor que vem de família. A agricultora Evandra Scopel, de 51 anos, se dedica há mais de três décadas ao cultivo da uva e do alho. Ao lado do marido, Gilmar Pelegrino Scopel, ela auxilia na propriedade, localizada na comunidade de Monte Bérico, em Flores da Cunha. 
Com cerca de 8 hectares de parreiras e terras arrendadas para o plantio de alho, estas no município de Ipê, ela revela que a tradição vem de família: “Faz tempo que a gente está nesse segmento, isso vem do meu sogro e depois a gente continuou. Inclusive o meu marido e o meu cunhado têm uma sociedade, eles trabalham juntos na mesma propriedade”, conta Evandra, que acrescenta que seus pais também são produtores e ela sempre gostou de trabalhar no interior. 
Conforme a florense, o cultivo das videiras ocorre em diferentes etapas, logo, existem períodos mais trabalhosos, como na poda, mas também os mais tranquilos, nos quais eles conseguem se organizar para dar conta das inúmeras atividades. “Em época de safra a gente trabalha juntos, tem um senhor que nos ajuda também, mas meu marido só vive disso, na colônia, ele cuida das parreiras. Na poda a gente sempre se vira e na colheita tem gente que ajuda”, revela, ao mesmo tempo em que acredita que, nos dias de hoje, a mulher agricultora tem alcançado o reconhecimento que merece.
“É bem importante a mulher na colônia, porque ela ajuda o homem, ela faz as coisas de casa e a gente se sente bem com isso, é algo que eu gosto. E acredito que os agricultores também gostam do que fazem, porque estão trabalhando na propriedade deles”, destaca Evandra, que também defende que, apesar de seus dois filhos trabalharem na área urbana, não pensa em deixar de morar e trabalhar no interior.  
“Eu tenho orgulho de ser agricultora e orgulho dos agricultores também, porque eles têm uma vida bastante desqualificada porque é sol, é chuva e mesmo assim eles persistem para poder colher o produto que está na mesa das pessoas, e claro, tem seu retorno”, emociona-se.