Clima favorável garante qualidade à safra da uva
inda é cedo para afirmar, mas, se o tempo continuar seco, produtores, além de colher uma fruta mais doce, ainda terão mais quantidade em seus vinhedos
Se a falta de chuvas está prejudicando algumas culturas em determinadas partes do Rio Grande do Sul, o mesmo não se pode afirmar diante dos cachos de uva. As altas temperaturas e a pouca quantidade de chuvas estão favorecendo a qualidade da fruta. Tanto é que, se continuar assim, a expectativa é de que essa seja uma das melhores safras dos últimos anos, sendo comparada com a colheita de 2005. “Ainda é um pouco cedo para afirmarmos que esta será uma ótima safra, mas ao que tudo indica sim. Projeta-se que a fruta tenha de dois a três graus babo a mais que 2010”, diz o pesquisador da área de agrometereologia da Embrapa Uva e Vinho, José Eduardo Monteiro. De acordo com levantamento feito pela Embrapa, entre outubro e dezembro de 2010 choveu 70% da média esperada, de 415 milímetros. O principal motivo para o melhor desenvolvimento das frutas foi o fenômeno climático La Niña, que ocasiona um menor índice de chuvas na primavera e no verão no Rio Grande do Sul.
Outra vantagem trazida pelo clima mais seco para os produtores é a redução de fungos e outras doenças causadas pelo excesso de umidade. “Percebe-se que a fruta tem um bom aspecto sanitário, os cachos estão sadios, cheios de vigor”, salienta o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Flores da Cunha e Nova Pádua e presidente da Comissão Interestadual da Uva, Olir Schiavenin. Mas ele também pontua que é cedo dizer que essa será uma excelente safra. “Estamos apenas no início da colheita das variedades precoces, como a Chardonnay e a Riesling. Até colhermos as mais tardias, muita coisa pode mudar. Tudo dependerá do clima”, alerta o pesquisador da Embrapa.
Na Vinícola Luiz Argenta, a variedade Pinot Noir será a primeira a ser colhida, por volta do dia 25 de janeiro, segundo o gestor agrícola da empresa, Zair Molon. Depois será a vez da Charddonnay. A Pinot será utilizada para base de espumante. “Até o momento o clima está ajudando. A qualidade está muito boa, até porque tivemos um controle das doenças devido ao clima seco”, afirma. No entanto, ele chama atenção para as chamadas “chuvas de verão”, comuns nesta época do ano. Elas podem ser prejudiciais, esperamos que não venham com tanta frequência”, diz.
Além da qualidade, a quantidade da fruta também deverá ser maior que a safra passada. “Prevê-se um incremento entre 10 e 20%. Mas deve-se observar que há novas áreas em produção”, diz Schiavenin. Na vindima passada foram colhidos 526 milhões de quilos de uva no Rio Grande do Sul.
Empresas deverão comprar mais uvas
Outra boa notícia para os agricultores é que algumas vinícolas da Serra deverão receber mais uvas do que nos anos anteriores. Em Flores da Cunha, é o caso da Fante Indústria de Bebidas, que espera dobrar a quantidade. Isso porque a empresa investirá forte também no suco de uva. Por lá está sendo construída uma unidade especificamente para a elaboração desta bebida.
A ideia surgiu há três anos, mas é agora, em 2011, que a Fante passará a produzir seu próprio suco de uva integral. O projeto será organizado em três etapas, a primeira delas, relativa a elaboração do produto, ficará pronta até o final de janeiro. As outras duas, expansão e diversificação, serão entregues em 2014, segundo informa seu diretor, Júlio Fante. O projeto completo estará 100% concluído em seis anos. “Nosso objetivo é oferecer mais um produto dentro do mix da empresa. Além disso, outra motivação foi o crescimento nas vendas de suco de uva diante da divulgação dos benefícios que o mesmo pode trazer para a saúde”, diz Fante. A possibilidade de elaborar um produto de acordo com as exigências do consumidor também foi um incentivo.
As obras da nova unidade, localizada ao lado da sede atual, iniciaram em março de 2010. Serão três mil metros de área construída. Diversas frentes trabalham para que tudo esteja pronto para os próximos dias, quando as uvas começam a chegar. Grande parte dos tanques já foi instalada (até o momento 40, de 40 mil litros cada), juntamente com outros equipamentos específicos para a produção da bebida. “Neste espaço a previsão é de que, em 2011, sejam elaborados cerca de 1,5 milhão de litros de suco”, explica o diretor. Quando finalizado, o local terá capacidade para absorver até 12 milhões de quilos de uva. Serão apresentadas ao consumidor três marcas distintas, duas delas já definidas: Quinta do Morgado e Faroni Lopes. Os valores investidos até o momento, e a previsão de gastos para a conclusão do projeto, não foram divulgados pela empresa.
O incremento no mix e demais aquisições que fazem parte do processo de ampliação da empresa farão com que a Fante dobre a quantidade de uvas adquiridas nesta safra no comparativo com 2010. De acordo com o diretor, serão mais de 5 milhões de quilos da fruta. Em 2010, a empresa produziu 12 milhões e 400 mil unidades de vinhos, espumantes e destilados, 45% a mais do que em 2009. A Fante, atualmente, possui 90 funcionários, mas a previsão é de que mais sejam contratados, de acordo com a necessidade.
No final da página, veja o novo espaço, criado especialmente para a elaboração de suco, que entrará em funcionamento ainda nesta safra, segundo Júlio Fante e a nova unidade que terá 3 mil metros de área construída.
Granizo provoca destruição
Um temporal com queda de granizo, ocorrido na tarde de quarta-feira, dia 12, deixou muito prejuízo na propriedade de Gilmar Molon, um florense que cultiva hortifrutigranjeiros no município de Ipê. A plantação de cenoura (3 hectares, foto acima), beterraba (8 hecatres) e moranga (16 hectares) foi toda afetada. Molon estima que, juntando as três culturas, foram perdidos mais de 1 milhão de quilos. Os prejuízos financeiros não foram calculados. (foto/Gilmar Molon/Divulgação).
Outra vantagem trazida pelo clima mais seco para os produtores é a redução de fungos e outras doenças causadas pelo excesso de umidade. “Percebe-se que a fruta tem um bom aspecto sanitário, os cachos estão sadios, cheios de vigor”, salienta o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Flores da Cunha e Nova Pádua e presidente da Comissão Interestadual da Uva, Olir Schiavenin. Mas ele também pontua que é cedo dizer que essa será uma excelente safra. “Estamos apenas no início da colheita das variedades precoces, como a Chardonnay e a Riesling. Até colhermos as mais tardias, muita coisa pode mudar. Tudo dependerá do clima”, alerta o pesquisador da Embrapa.
Na Vinícola Luiz Argenta, a variedade Pinot Noir será a primeira a ser colhida, por volta do dia 25 de janeiro, segundo o gestor agrícola da empresa, Zair Molon. Depois será a vez da Charddonnay. A Pinot será utilizada para base de espumante. “Até o momento o clima está ajudando. A qualidade está muito boa, até porque tivemos um controle das doenças devido ao clima seco”, afirma. No entanto, ele chama atenção para as chamadas “chuvas de verão”, comuns nesta época do ano. Elas podem ser prejudiciais, esperamos que não venham com tanta frequência”, diz.
Além da qualidade, a quantidade da fruta também deverá ser maior que a safra passada. “Prevê-se um incremento entre 10 e 20%. Mas deve-se observar que há novas áreas em produção”, diz Schiavenin. Na vindima passada foram colhidos 526 milhões de quilos de uva no Rio Grande do Sul.
Empresas deverão comprar mais uvas
Outra boa notícia para os agricultores é que algumas vinícolas da Serra deverão receber mais uvas do que nos anos anteriores. Em Flores da Cunha, é o caso da Fante Indústria de Bebidas, que espera dobrar a quantidade. Isso porque a empresa investirá forte também no suco de uva. Por lá está sendo construída uma unidade especificamente para a elaboração desta bebida.
A ideia surgiu há três anos, mas é agora, em 2011, que a Fante passará a produzir seu próprio suco de uva integral. O projeto será organizado em três etapas, a primeira delas, relativa a elaboração do produto, ficará pronta até o final de janeiro. As outras duas, expansão e diversificação, serão entregues em 2014, segundo informa seu diretor, Júlio Fante. O projeto completo estará 100% concluído em seis anos. “Nosso objetivo é oferecer mais um produto dentro do mix da empresa. Além disso, outra motivação foi o crescimento nas vendas de suco de uva diante da divulgação dos benefícios que o mesmo pode trazer para a saúde”, diz Fante. A possibilidade de elaborar um produto de acordo com as exigências do consumidor também foi um incentivo.
As obras da nova unidade, localizada ao lado da sede atual, iniciaram em março de 2010. Serão três mil metros de área construída. Diversas frentes trabalham para que tudo esteja pronto para os próximos dias, quando as uvas começam a chegar. Grande parte dos tanques já foi instalada (até o momento 40, de 40 mil litros cada), juntamente com outros equipamentos específicos para a produção da bebida. “Neste espaço a previsão é de que, em 2011, sejam elaborados cerca de 1,5 milhão de litros de suco”, explica o diretor. Quando finalizado, o local terá capacidade para absorver até 12 milhões de quilos de uva. Serão apresentadas ao consumidor três marcas distintas, duas delas já definidas: Quinta do Morgado e Faroni Lopes. Os valores investidos até o momento, e a previsão de gastos para a conclusão do projeto, não foram divulgados pela empresa.
O incremento no mix e demais aquisições que fazem parte do processo de ampliação da empresa farão com que a Fante dobre a quantidade de uvas adquiridas nesta safra no comparativo com 2010. De acordo com o diretor, serão mais de 5 milhões de quilos da fruta. Em 2010, a empresa produziu 12 milhões e 400 mil unidades de vinhos, espumantes e destilados, 45% a mais do que em 2009. A Fante, atualmente, possui 90 funcionários, mas a previsão é de que mais sejam contratados, de acordo com a necessidade.
No final da página, veja o novo espaço, criado especialmente para a elaboração de suco, que entrará em funcionamento ainda nesta safra, segundo Júlio Fante e a nova unidade que terá 3 mil metros de área construída.
Granizo provoca destruição
Um temporal com queda de granizo, ocorrido na tarde de quarta-feira, dia 12, deixou muito prejuízo na propriedade de Gilmar Molon, um florense que cultiva hortifrutigranjeiros no município de Ipê. A plantação de cenoura (3 hectares, foto acima), beterraba (8 hecatres) e moranga (16 hectares) foi toda afetada. Molon estima que, juntando as três culturas, foram perdidos mais de 1 milhão de quilos. Os prejuízos financeiros não foram calculados. (foto/Gilmar Molon/Divulgação).
0 Comentários