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Clima altera mapa vitícola

Garibaldi foi palco, na semana passada, do 1º EnoMeeting, evento promovido pela ConceptWine, escola do vinho fundada por Edegar Scortegagna e André Mallman. Especialistas de oito países se reuniram para debater os impactos das mudanças climáticas na produção de uvas e vinhos, um tema que tem gerado grande preocupação no setor.
Realizado entre os dias 29 e 31 de agosto, o congresso trouxe à tona estudos alarmantes que indicam que regiões vinícolas tradicionais da Grécia, Espanha e Itália correm o risco de extinção devido às alterações climáticas.
O dado foi destacado pela delegada científica brasileira na Organização Internacional da Vinha e do Vinho (OIV), Fernanda Spinelli, durante a palestra de abertura. Ela também apresentou informações do último relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), que projeta um aumento de até 4°C na temperatura média global da superfície terrestre nos próximos 80 anos, caso não sejam adotadas medidas urgentes de mitigação.
— Em contrapartida, regiões historicamente frias, que antes não conseguiam cultivar uvas, estão agora se tornando aptas para o cultivo. Os próximos anos exigirão investimentos em estudos sobre castas resistentes à seca, porta-enxertos alternativos, reutilização de água e práticas mais sustentáveis ao longo de todo o processo, desde o vinhedo até a garrafa selada — ressaltou Fernanda Spinelli.
Os intensos eventos climáticos dos últimos anos têm transformado as paisagens e culturas de várias regiões produtoras, tanto no Velho quanto no Novo Mundo. Os reflexos dessas mudanças no universo do vinho foram amplamente debatidos ao longo dos três dias do EnoMeeting.
Com mais de 170 participantes vindos de 14 estados brasileiros, o evento proporcionou mais de 25 horas de conteúdo e troca de experiências. O congresso contou com o apoio da OIV e da Associação Brasileira de Enologia (ABE), e já anunciou sua próxima edição para 2026.

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