Cinco anos sem Leonel Brizola
Fundador do Partido Democrático Trabalhista morreu em 21 de junho de 2004
Estudante de Engenharia, ele ingressou no recém-fundado Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) em agosto de 1945 para apoiar a política social de Getúlio Vargas. Era um universitário atípico, uma vez que a maioria de seus colegas era comunista. Provavelmente porque o gaúcho teve uma infância pobre e trabalhou para pagar os estudos, o que o identificou com a classe operária. No Parlamento, Brizola se tornou o líder das esquerdas e o principal coordenador do grupo de pressão sobre João Goulart, o Jango, na consecução das reformas de base, principalmente a reforma agrária, que em sua opinião devia “ser feita na lei ou na marra”. Articulou a Frente de Mobilização Popular, apoiada pelas principais lideranças de esquerda, inclusive por Luiz Carlos Prestes. Brizola se pronunciava muito pelo rádio e percorria todo o Brasil em pregações, mobilizando o povo para forçar as reformas estruturais. Liderou, em 1961, o Movimento da Legalidade (o qual resultou na renúncia de Jânio Quadros), dando posse ao presidente João Goulart. Nesse ambiente é que se desencadeou o Golpe Militar de 1964.
Na companhia de Jango, partiu ao exílio, no Uruguai. Mesmo isolado, seu prestígio político era tão grande que a Ditadura Militar obrigou os governantes uruguaios a expulsá-lo, em 1977, seguindo para os Estados Unidos e Europa. Em setembro de 1979 entrou no país por Foz do Iguaçu (PR) e foi para São Borja. Com seu retorno, estabeleceu-se uma acirrada disputa pela legenda PTB. Ao perder na Justiça o comando da sigla, Brizola e colegas trabalhistas fundaram o Partido Democrático Trabalhista em 6 de junho de 1980. Ascensão política Filho dos agricultores José Brizola e Onívia Moura Brizola, Leonel de Moura Brizola nasceu em 22 de janeiro de 1922, no distrito de Cruzinha, então pertencente ao município de Passo Fundo – hoje Carazinho, na região norte do Estado. Com 17 anos, forma-se em Técnico Agrícola. Em 1944, fez vestibular para a faculdade de Engenharia e iniciou intensa atividade político-estudantil. Fundou o PTB gaúcho em 1945. Um ano depois, ainda universitário, foi eleito e reeleito deputado estadual pelo Rio Grande do Sul. Em 1954 assume o cargo de deputado federal, também pelo Rio Grande. Um ano depois, concorreu e ganhou a prefeitura de Porto Alegre. Aos 36 anos, em 1958, foi eleito governador do Rio Grande do Sul e deu início a um projeto que construiu mais de 6 mil escolas no Estado durante seu mandato, as chamadas Brizoletas. Foi também deputado federal (1962) e governador (1982 e 1990) do Rio de Janeiro. Candidatou-se ainda à presidência da República em duas oportunidades (1989 e 1994), sem conseguir êxito, o mesmo ocorrendo em 1998 (vice-presidente na chapa de Lula), 2000 (prefeito do Rio) e 2002 (senador). Casado com Neusa Goulart (filha de Jango, falecida em 1993), com que teve uma filha, Neusinha Brizola, e dois filhos, José Vicente e João Otávio, nos últimos 10 anos de vida teve como companheira Marília Martins Pinheiro. No dia 21 de junho de 2004 Brizola morreu, aos 82 anos, vítima de insuficiência respiratória seguida de infarto.
0 Comentários