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Centro Empresarial: uma trajetória de conquistas

Em 2015, entidade de Flores da Cunha completa 25 anos de fundação. Uma das ações para marcar a passagem ocorre nesta terça-feira com a palestra-jantar do publicitário Dado Schneider

O mês de fevereiro de 1990 foi histórico para Flores da Cunha. O município colhia uma de suas mais grandiosas safras da uva, eram 100 mil toneladas da fruta; realizava-se a sétima edição da Festa Nacional da Vindima; inaugurava-se a pavimentação da estrada que liga o município ao então distrito de Nova Pádua; surgia o Loteamento Popular União; e nascia umas das mais representativas entidades de classe, o Centro Empresarial. No almoço de abertura da Fenavindima, em 17 de fevereiro de 1990, reunidos no salão paroquial, um grupo de empresários fundaria oficialmente a entidade que em 2015 completou 25 anos e comemora durante todo o ano seu aniversário. “O Centro Empresarial nasceu de muitos propósitos e posso dizer que hoje, na minha gestão, estou colhendo os frutos de muito trabalho. É uma entidade reconhecida, com parcerias importantes com outros órgãos e focada em prol da comunidade. Dentro do nosso Planejamento Estratégico remodelamos o Consepro e vamos apresentar um estudo sobre a Fenavidima para apoiar as futuras edições”, comenta o presidente, Vanderlei Dondé.

A semente do CE germinou graças ao sonho de muitos, a iniciativa de algumas lideranças municipais e ao apoio incondicional do poder público. Tudo começou a partir da eleição a prefeito de Alberto Walter de Oliveira, em 1989. Foi ele que deu luz e voz para o surgimento de uma entidade que representasse os interesses do setor produtivo. “Quando assumimos a prefeitura havia uma série de planos a serem desenvolvidos e um deles era formar uma entidade que agregasse os empresários da cidade para ajudar na Feira de Inverno. Tínhamos uma equipe administrativa muito boa e com o apoio do então secretário da Indústria e Comércio do Estado, Gilberto Mossman, conseguimos elaborar as bases de um estatuto”, relembra Oliveira.

A Festa da Vindima era o momento ideal para impulsionar a ideia de uma nova entidade. Os laços com os dirigentes do evento foram estreitados e durante uma reunião com empresários da cidade foi abordada a possibilidade. A adesão à proposta foi maciça. Em menos de uma semana estava criada a nova entidade. A primeira ata foi redigida em 12 de fevereiro de 1990 e a grande preocupação era formar um quadro social e buscar a adesão de associados. As primeiras reuniões aconteceram no Parque da Vindima, junto ao espaço da Secretaria de Cultura e Turismo. “Tive a preocupação, desde o início, em ter as diretorias setoriais, ou seja, trazer os setores representativos da entidade dos ramos vinícola, malheiro e moveleiro, de modo que procurei um líder de cada setor e reuni essa turma toda para discutir. Não existia em Flores uma entidade ou um centro que aglutinasse as empresas, o que fazia com que a maioria não soubesse a importância e nem o benefício que trazia sua existência”, conta o primeiro presidente, Moacir Guarese, no livro Onde a Terra toca o Céu – Um Horizonte a Conquistar.

Primeiras ações
Com as reuniões mensais e a adesão de sócios, os trabalhos começaram a progredir. Em 1990, foi criada a Feira de Inverno, que deu grande impulso ao Centro Empresarial e servia para as empresas promoverem seus produtos. Uma grande notícia chegou em 1992, quando Júlio Fante assumiu a presidência: a prefeitura doava um terreno próximo ao Camping da Vindima para a construção da sede da entidade. Uma rifa foi feita para arrecadar fundos para a edificação da primeira parte do prédio.

Na transmissão do mandato de Fante para Ari Koppe foi inaugurada a nova sede. Era 22 de março de 1996 e a entidade já contava com 270 sócios. Agora, tinha salas próprias para realização de palestras e cursos profissionalizantes. Realizava parcerias com entidades estaduais e estava engajada nas questões sociais do município, como segurança e educação – a entidade tomou a frente para a construção da unidade do Corpo de Bombeiros, realizando uma campanha de contribuições. “Sabemos que uma cidade que possui um Corpo de Bombeiros, os custos com seguro são menores, por isso mostramos que as doações eram um investimento. Abrimos uma conta para a construção da unidade e tivemos um respaldo muito bom. Conseguimos mobilizar a cidade em torno de uma causa que é comum a todos”, conta Oliveira, na época prefeito do município.

Durante o mandado de Sérgio Rizzoto, passou a funcionar o ensino supletivo de primeiro grau no município e foi dado início as missões empresariais. No final da década de 1990, Alberto Oliveira assume a presidência e o CE participa, com o poder público, de duas importantes conquistas: a instalação de uma subestação da Rio Grande Energia (RGE) e a abertura para o atendimento a diversos planos de saúde. “A subestação era uma luta antiga, pois as quedas de luz na cidade eram constantes. E com o apoio da prefeitura e dos empresários conseguimos doar um terreno para a construção da subestação. Em 13 de março de 2000 foi inaugurada e as quedas cessaram. Essa foi uma conquista relevante e mostra como a entidade tem um significado importante no desenvolvimento da cidade bastante sólido e como um todo, e não apenas no interesse da classe empresarial. Particularmente sou muito grato com a fundação e os rumos que a entidade tomou. Ela teve um papel importante naquela época e melhor ainda agora”, pontua Oliveira.

Ampliação
Em 2000, o número de associados já chegava aos 500 e sob o comando de Eusébio De Bastiani a entidade contribui para a instalação da Escola de Gastronomia UCS-Icif e firma a realização de cursos de extensão com a Universidade de Caxias do Sul. Uma nova fase inicia com a presidência de Deunir Argenta. Durante seus mandatos é criado o Planejamento Estratégico, que direcionou a expansão da diretoria, a abertura de novas Câmaras Setoriais e a ampliação do espaço físico. As ações deram certo e o número de associados pula para 1.320.

A primeira mulher a chegar à presidência, Eroni Mazzocchi Koppe, dá uma nova vivência à entidade, fortalecendo as Câmaras Setoriais, firmando novas parcerias e remodelando as feiras de inverno e de verão do município. “O momento era de fomentar atividades permanentes das Câmaras Setoriais que há pouco tinham recebido espaços próprios. O prédio era novo, bonito e precisava recheá-lo, dar corpo. Esse foi o meu papel”, sintetizou Eroni no livro sobre o CE.

Atualmente, a entidade tem o comando de Vanderlei Dondé e conta com mais de 1.300 associados que representam os segmentos da indústria, comércio e serviços de pequeno, médio e grande porte. Possui nove Câmaras Setoriais (Agroindústria, CE Jovem, Construção Civil, Malhas e Confecções, Metalurgia, Móveis, Nova Pádua, Serviços e Vinhos), quatro comitês (Infraestrutura, Meio Ambiente, Qualidade e Recursos Humanos), convênios com planos de saúde e telefonia e serviços de programas de estágios, cursos de extensão e pós-graduação e o Ponto de Atendimento do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-RS), entre outros.


Ex-presidentes do Centro Empresarial, da esquerda para a direita, Sérgio Rizzotto, Alberto de Oliveira, Eroni Koppe, Vanderlei Dondé, Moacir Guarese e Eusébio De Bastiani. - Antonio Coloda
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