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Cemitérios viram alvo de vandalismo

Nos últimos meses, foram registrados atos de depredação no Cemitério Público. Em São Gotardo, local é mantido trancado

Além de local de oração e culto aos entes queridos, os cemitérios abrigam informações históricas e culturais. O hábito de zelar pelos mortos é antigo e preservado por grande parte da população florense – são mais de 30 cemitérios no município. Porém, atualmente, os campos santos, como são chamados na linguagem cristã, têm sido alvo de vandalismo e roubo – alguns túmulos e capelinhas possuem artefatos em mármore, bronze e granito. Nos últimos meses, foram registrados diversos atos de vandalismo no Cemitério Municipal. Conforme o zelador, Claudemir Santos de Godoy, as ações ocorrem, principalmente, quando não há ninguém no local. “Os vândalos entram aqui depois do horário ou de madrugada, andam em cima dos túmulos e causam estragos”, conta. Godoy relata que, em algumas oportunidades, avistou um grupo de jovens de aproximadamente 15 anos pulando sobre os telhados das capelinhas. “Quando perceberam que eu estava aqui, acabaram fugindo”, declara. Com isso, após as invasões, o zelador encontrou danos nas telhas, marquises, vidros e em parte dos rebocos das capelinhas. “Tiveram até que trocar o telhado de uma capelinha. Também dá para ver as marcas das mãos nos túmulos”, diz Godoy, que trabalha no cemitério público há 27 anos. O cemitério fica aberto de segunda a sexta-feira, a partir das 7h15min. O horário de visita encerra às 19h, quando o local é trancado por um guarda da prefeitura. 
A depredação também foi identificada na comunidade de São Gotardo. Há cerca de um ano o cemitério da localidade está trancado. Para realizar visitas é necessário retirar a chave na casa do presidente da Sociedade Cemitério São Gotardo – que fica próxima ao local – ou em um estabelecimento comercial. O fechamento deu-se por conta de atos de vandalismo. De acordo com o atual presidente da entidade, Valmor Rigo, há cerca de dois meses foi realizada uma reunião com a pastoral da comunidade e um dos assuntos tratados foi a situação do cemitério. Na ocasião, decidiu-se abrir o espaço aos domingos, das 9h às 17h. “No ano passado começou a ocorrer vandalismo e roubos de placas no cemitério. Por isso, a gestão anterior tomou a decisão de colocar cadeado no portão. Até o fim do ano, quando ocorre a assembleia, vai ficar assim. Depois será decidido juntamente com a comunidade o que pode ser feito”, relata.
Segundo uma moradora da localidade, que prefere não se identificar, a medida prejudica quem tem o costume de frequentar o cemitério. “Isso atrapalha quem quer rezar e visitar, até mesmo para limpar. Deveria ficar aberto durante o dia e fechar no fim da tarde” diz. Conforme a moradora, o espaço também é visitado por pessoas de outras cidades, além dos próprios moradores. “Agora que chega o verão, muitos saem do trabalho e vão até o cemitério”, declara. 

Patrimônio histórico cultural
Os cemitérios são lugares repletos de significados. O primeiro campo santo construído na capela São Martinho, no final do século XIX, foi tombado como patrimônio histórico cultural em 2018. Ele está localizado ao lado da antiga estrada que ligava às famílias Gazzi e Panizzon, próximo à Estrada Ricardo Panizzon. O espaço é o último cemitério de imigrantes italianos do município que ainda preserva parte das características originais. No local, estão cerca de 80 italianos enterrados entre os anos de 1890 e 1940. Além deles, estão aproximadamente 40 revolucionários não identificados, mortos durante a Revolução de 1923. As 20 cruzes de ferro que restaram demarcam algumas covas.

O zelador do Cemitério Público, Claudemir Santos de  Godoy, conta que vandalismos têm sido frequentes. - Bruna Marini
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