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Casarão Veronese prestes a ser restaurado

Secretaria Estadual da Cultura aprova a captação de recursos para recuperação da casa centenária no distrito de Otávio Rocha

Finalmente o Casarão Veronese vê uma luz no fim do túnel. Vinte e seis anos após ser tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado (Iphae), o prédio deverá ser restaurado em 2013. No dia 5 de dezembro foi publicado no Diário Oficial do Rio Grande do Sul a portaria que autoriza a captação de recursos, por meio da Lei de Incentivo à Cultura (Lic), para reformas da casa centenária, localizada no entroncamento das estradas entre o distrito Otávio Rocha e as localidades de Linha 60 e Santa Justina. O projeto passou pelo Conselho Estadual da Cultura com a denominação de ‘prioritário’, o que faz renascer a esperança de ver as obras de recuperação iniciadas em 2013.

Conforme o secretário de Turismo, Indústria, Comércio e Serviços, Floriano Molon, no momento estão sendo realizadas visitas a empresas para a captação de recursos, visto que em projetos via Lic os empreendimentos têm isenção de impostos. Se tudo correr como o previsto a intenção é que entre março e abril do próximo ano se iniciem as obras de restauração. O valor do investimento não foi divulgado por Molon. “Há mais de duas décadas estamos tentando a aprovação do projeto com o objetivo de cumprir a sentença do Supremo Tribunal Federal (STF), que determina a restauração do imóvel com as mesmas características. Com a recuperação do Casarão Veronese acresce-se mais um importante atrativo para Flores da Cunha”, afirma o secretário.

Espaço cultural
De acordo com o projeto de ocupação, o prédio irá se transformar em um centro de cultura, preservando as características arquitetônicas originais. O restauro preparará o imóvel para o seu aproveitamento em três aspectos, que valorizam a cultura dos imigrantes italianos, como religiosidade, trabalho, cotidiano, gastronomia e divertimentos. Haverá um museu com salas temáticas sobre uva, vinho, milho, polenta, trigo e pão; recriação do quarto de colônia, da moenda (retratando como era extraído o mosto da cana de açúcar), do forno à lenha e do alambique (para preparação da graspa) e aspectos da família Veronese.

A casa centenária terá ainda espaços culturais multiusos que servirão para a realização de reuniões, cursos e apresentações artísticas e também um local de difusão gastronômica. Neste, serão preparadas refeições que valorizam a culinária deixada pelos imigrantes italianos. A moradia também servirá como sede do roteiro turístico Caminhos da Colônia.

A ação de buscar a aprovação da restauração foi liderada pela Secretaria de Turismo florense e tem como órgão gerenciador a Associação dos Amigos de Otávio Rocha.

Saiba mais

- O Casarão Veronese foi construído em 1895 por Felice Veronese, imigrante de Monte Magré que se estabeleceu em 1882 no Travessão Marcolino Moura, hoje distrito de Otávio Rocha.

- A casa com 800m² em pedra foi erguida para abrigar a residência da família e também uma pequena vinícola. Ela serviu de sede das primeiras fábricas de pólvora, foguetes e produtos químicos que deram origem à empresa Veronese S.A.

- Com a mudança da família Veronese para Caxias do Sul, o imóvel foi adquirido por Libânio Scur e Sétimo Galiotto.
- Em 27 de novembro de 1986 o Casarão, considerado um dos mais importantes prédios históricos da imigração italiana, foi tombado pelo Iphae. É o único bem tombado de Flores da Cunha.

- Em 1989 é iniciada uma restauração que não seguiu adiante devido à inflação da época.

- Em 2000, o Supremo Tribunal Federal (STF) condena o Estado do Rio Grande do Sul e o município de Flores da Cunha a iniciarem o restauro do prédio.

- Em 2012 é encaminhado o pedido de recuperação/ocupação do espaço por meio da Lei de Incentivo à Cultura (Lic).

Datado de 1895, Casarão foi todo construído em pedra. - Arquivo O Florense
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