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Cantando e contando histórias

Há mais de 20 anos, Rudimar Sotoriva se dedica a dar aula de voz, violão, guitarra e inglês, em Flores da Cunha

Uma admiração que surgiu ainda na infância e, logo, se transformou em paixão. Assim é a relação do professor Rudimar Sotoriva, de 51 anos, que despertou o gosto pela música aos 13, quando ingressou no seminário e passou a tocar violão e cantar nas missas. A partir daí, surgiu o desejo de transformar o hobby em profissão e ajudar os talentos a transformarem  os seus sonhos em realidade. 
“Desde pequeno eu admirava as pessoas que cantavam, que tinham aquela voz bonita. Lembro que quando comecei tentei buscar dentro de mim produzir aquela voz bonita, aquela voz que vem da alma, que encanta, que o pessoal admira. Então eu acho que em virtude do meu interesse próprio, do meu gosto, do meu prazer de tocar e cantar, acredito que, por isso, esse ano está fazendo 22 anos que dou aula e não estou cansado, quero continuar”, emociona-se o florense. 
Atualmente, Sotoriva ministra aulas de voz, violão e guitarra e, sempre que possível, inclui músicas em inglês no repertório – uma vez que também atua como professor de inglês e já teve oportunidade de participar de alguns projetos com o idioma, como forma de reforçar o contato com a língua.
“Eu aconselho a iniciar as aulas de música assim que aprender a ler, mas, tem casos de crianças que ainda não sabem e os pais ajudam, em casa, e eles vão decorando a música. Dou aula para adolescentes, pessoas de meia idade, idosos, é um público amplo, da mesma forma que, o que eu ensino busca proporcionar uma experiência bem eclética: desde músicas gospel até rock and roll, clássicos antigos e sucessos do momento”, explica o professor sobre a metodologia de ensino, ao mesmo tempo em que ressalta que o importante é encontrar músicas que se encaixem no gosto dos alunos, afinal, cada um é único.
O musicista – que já chegou a ter 40 alunos por semana e trabalhava com agenda cheia antes da pandemia – explica que, geralmente, as pessoas procuram aprender a tocar violão e cantar,de forma conjunta. “Por isso, sempre procuro ensinar uma música que o aluno gosta ou já conhece. Eu verifico o timbre dele para ver que tom fica melhor determinada música, então ele já começa treinando no violão a nota de acordo com a voz dele. É uma coisa bem personalizada”, esclarece. 
Sotoriva acompanha de perto o sucesso de seus alunos e lembra que teve um período no qual preparava-os para participar do Show de Calouros de Nova Pádua e para a Semana Farroupilha, de Flores da Cunha. Outro trabalho desenvolvido por ele foram as gravações de CDs, que ainda ocorrem, embora em menor quantidade devido à expansão das plataformas digitais. Atividade que ele começou a desenvolver em 1994, com o objetivo de estimular os aprendizes a se dedicarem cada vez mais para evoluírem rápido e em um constante processo de conhecimento. “Os alunos começam a progredir e selecionamos um grupo de músicas, geralmente sete. Eu preparo eles, ensaiamos bastante como se eles fossem se apresentar, e vamos gravar em um estúdio profissional. O meu parceiro é o Estúdio Sona, daqui do município”, revela, ao mencionar que só de 2014 para cá foram produzidos 23 CDs.
Nomes como: Kalyane, Geovana, Morgana, Franciel, Carol, Dudu, Gabriel, Júlia, Mônica, Marti, Miguel, Yasmin, João Vitor, Carol e Kaira, Thaís, Lucas, Anna Lara e Danilo forram a parede da sala onde o professor exibe, orgulhoso, o trabalho com seus alunos. “Se alguém quiser aprender a tocar e a cantar que não pense que é uma coisa impossível. Eu sou de dividir uma tarefa em pequenas etapas, então quem vem fazer aula aqui e quer aprender, dificilmente vai sair sem aprender, vamos dividindo tudo em etapas. Tem que enxergar o progresso e as pequenas conquistas”, finaliza Sotoriva.
Quem quiser conhecer mais sobre o trabalho do musicista, que atende no bairro São José, pode entrar em contato pelas redes sociais, ou, pelo WhatsApp (54) 9.9161.2208. 

A música e o aprendizado 

Que a música propicia o desenvolvimento da criatividade, estimula a coordenação motora e cognitiva dos pequenos, já se sabe. Mas, praticar essa atividade regularmente pode resultar, também, na melhora da fala, no processo de alfabetização, na capacidade de concentração e, até, no desempenho escolar, uma vez que diminui a ansiedade.  
“Eu vejo que, hoje, eu tenho um filho pequeno e os videogames são muito de surpresa, de raciocínio rápido. As crianças têm dificuldade de ficar muito tempo esperando um resultado, então a música, com certeza, exige muita tolerância, paciência e dedicação. A maior dificuldade que eu vejo nos alunos é que eles vêm para as aulas e sentem que não estão conseguindo progredir”, revela Rudimar, que testemunha, na prática, a ansiedade dos alunos e argumenta que artes que evocam sentimentos consistem em trabalhos longos, que exigem muita concentração, dedicação e motivação.
Segundo o professor, diversas pesquisas já revelaram que a música ajuda muito a desenvolver a pessoa, como um todo, e a inteligência em tudo que ela fizer. Como prova disso, o florense recebe constantes feedbacks dos pais que alegam que os filhos estão mais inteligentes e motivados, que se desenvolveram muito a partir da música. 
Sentimento de orgulho e gratidão que é compartilhado por ele. “Eu acho que a mesma experiência que os pais têm quando um filho se dá bem na vida é saber que faz parte daquele sucesso que o aluno alcançou, daquele progresso. Eles sempre precisam, no início, de uma orientação, como para dar os primeiros passos, como uma criança pequena que ainda não sabe caminhar e a mãe e o pai seguram pela mão”, emociona-se Sotoriva. 

Aos 51 anos, Rudimar Sotoriva ama a música e não pensa em se aposentar tão cedo. - Karine Bergozza
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