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Campanha do Desarmamento parou em Flores e Nova Pádua

Evento organizado pelo governo federal é permanente. Armas podem ser entregues na Delegacia de Polícia local ou na Polícia Federal de Caxias

Como uma ação permanente, a Campanha do Desarmamento continua a receber armas de fogo em todo o país. Em março deste ano foi registrado um aumento de 34% no número de armas entregues, segundo dados do Ministério da Justiça. São Paulo lidera o ranking, seguido por Bahia e Rio Grande do Sul. Em Flores da Cunha e Nova Pádua há pelo menos dois anos não ocorrem entregas, conforme a titular da Delegacia de Polícia (DP), delegada Aline Martinelli.

Desde outubro de 2012 a campanha apresenta tendência de crescimento, acentuada em março deste ano, quando foram entregues 886 armas em todo o país. No total, desde que foi lançada a primeira mobilização, em 2004, a população entregou ao governo federal 621.839 milhões de armas de fogo para serem destruídas.

De acordo com a delegada Aline, embora a campanha seja permanente, em Flores e Nova Pádua a entrega cessou. “No início da campanha tivemos uma boa participação, mas há dois anos não recebemos mais nada. Temos ligações com pedidos de orientação de como proceder na entrega. O primeiro passo é a guia de trânsito, que deve ser obtida pelo site www.entreguesuaarma.gov.br e tem validade de alguns dias”, explica a policial.

As armas podem ser entregues na DP florense ou na Polícia Federal (PF) de Caxias do Sul. O dono da peça não precisa se identificar e a mesma não carece de registro. “Qualquer um pode entregar, desde que tenha essa guia de trânsito, que não exige nenhum dado ou documentação. Após este processo a pessoa recebe a indenização”, complementa a delegada. O valor pago por arma muda conforme o calibre, podendo variar de R$ 100 a R$ 300. A campanha é permanente e não tem data de encerramento.

Passo a passo
Para entregar uma arma, primeiramente o interessado deve acessar o site www.entreguesuaarma.gov.br. Na página será gerada a guia de trânsito, que permite que o objeto seja transportado até a delegacia mais próxima. Essa guia será entregue com a arma, gerando o recibo de indenização. A campanha foi originada após a aprovação do Estatuto do Desarmamento, em 2003.

No Rio Grande do Sul, entre 2011 e março deste ano, foram 8.593 armas recolhidas, colocando o Estado no topo de ranking brasileiro de entrega de armas por número de habitantes. Em valores absolutos, o Estado gaúcho está na terceira posição. Em contrapartida, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou recentemente uma pesquisa que aponta a Região Sul como líder nacional de aquisição de armas (incremento de 21%), contrariando a tendência do país, que está em queda (de 2003 a 2009 o número de compras caiu de 57 mil para 37 mil, ou seja, -35%).

A delegada de Flores da Cunha salienta que o processo de compra de uma arma conta com o registro de porte ou posse. “O de porte é mais complicado, pois é quando a arma pode ser levada para qualquer lugar pelo dono. A posse é quando o cidadão tem uma arma em casa ou no trabalho. A orientação é para que quem tenha uma arma irregular faça a entrega ou tente regularizá-la. Muitas vezes as pessoas têm armas de família, e isso pode acontecer desde que ela esteja regularizada”, destaca Aline.

Homens são os maiores compradores
Ao traçar o perfil do comprador de armas no Brasil, pesquisas do Instituto de Pesquisas Aplicadas (Ipea) apontaram que os homens têm oito vezes mais chances de comprar uma arma de fogo do que as mulheres. Outra característica é a idade: homens e mulheres de 20 a 29 anos têm a proporção 172% maior de compra do que a população dos 40 aos 49 anos.

Os analfabetos e os consumidores com até três anos de estudo compram duas vezes mais do que os passaram mais de 12 anos na escola. Pertencer à classe C é outro traço do perfil apontado pelo levantamento. A proporção de compra de armas supera em 7,5% a dos enquadrados nas classe A/B e em 103% os da classe E.

Andar armado sem o registro de porte é um crime afiançável, desde que a arma esteja regularizada. Se a numeração estiver raspada ou for objetivo de furto o crime passa a ser inafiançável, com pena que varia de um a cinco anos de prisão. Para regularizar uma arma o cidadão precisa procurar a Polícia Federal.

Saiba mais

Campanha Nacional do Desarmamento
- Site: www.entreguesuaarma.gov.br

Delegacia de Polícia de Flores da Cunha
- Rua da Paz, 1.671, no bairro Aparecida.
- Telefone: (54) 3292.2100

Delegacia da Polícia Federal – Caxias do Sul
- Avenida Júlio de Castilhos, 150, no bairro Lourdes.
- Telefone: (54) 3213.9000.



 - Camila Baggio
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