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Brasil comemora recorde no consumo de vinho

Consumo per capita de cresceu 26%, passando de 2,13 litros em 2019 para 2,70 litros de janeiro a setembro deste ano

O brasileiro nunca tomou tanto vinho como em 2020. Entre janeiro e setembro deste ano, o consumo per capita teve um aumento histórico de quase uma garrafa: foram em média 2,68 litros consumidos por pessoa maior de 18 anos – crescimento de 26% ante igual período de 2019, que teve a marca de 2,13 litros. Os dados constam em estudo desenvolvido pela Ideal Consulting e revelam o bom momento do setor, que teve neste ano uma das melhores safras da história.

O volume comercializado teve um salto de 37,2% de janeiro a setembro de 2020, conforme aponta o estudo. Passou de 265,3 milhões de litros de vinhos e espumantes em igual período de 2019 para 363,9 milhões de litros. Somente nos meses de junho e julho, a comercialização atingiu 60 milhões de litros e 63,4 milhões de litros no país, respectivamente – uma marca histórica. Performance similar foi alcançada em outubro de 2019, com a comercialização de 47,7 milhões de litros. 

O levantamento aponta ainda que o consumo de vinho de mesa nacional teve um incremento de 44%, e o do vinho fino nacional mais que dobrou – aumento de 106% no período. Já os importados tiveram um acréscimo de 22% nas vendas. Os tintos lideram a preferência dos consumidores, com 74%; seguido pelos vinhos brancos (19%) e pelos rosés (7%) – que já vêm ganhando espaço entre os consumidores e tiveram crescimento de 35% neste ano.

“Um dado importante a ser considerado por todos os elos da cadeia é que o mercado de vinhos finos dobrou no Brasil em 2020”, destaca o presidente da ABS-RS, Orestes de Andrade Jr. “O consumo de vinhos foi acelerado, com a conquista de quase uma garrafa por pessoa este ano. É um resultado histórico, um sonho que se torna realidade”, completa o presidente da ABS-RS.  

O presidente da Uvibra (União Brasileira de Vitivinicultura), Deunir Argenta, fala em cautela na análise dos resultados positivos e atípicos de 2020. “Ainda temos muito para conquistar e recuperar no nosso mercado. Tivemos três anos muito ruins na comercialização de nossos produtos. Agora, o desafio é manter pelo menos parte desses novos consumidores que foram atraídos para os rótulos brasileiros para um consumo habitual”, pondera. Argenta comenta que uma dificuldade das vinícolas, no momento, é a escassez de insumos. “Há falta de garrafas, caixas, entre outros itens, por isso estamos correndo para atender os pedidos de final de ano”, revela.

Entre os fatores citados para a valorização do consumo de vinho estão o fato de as pessoas terem buscado o prazer da gastronomia mais refinada e em família, além da possibilidade de compra direta de distribuidores e produtores e do incremento no e-commerce.

Espumantes nacionais em ascensão

Os espumantes sofreram no início da pandemia, mas agora os rótulos brasileiros já ultrapassaram o volume de comercialização do ano passado e a expectativa para o final do ano é de grandes vendas. A comercialização de janeiro a setembro praticamente se manteve nos mesmos patamares de 2019, com incremento de 0,2% – passando de 12 milhões de litros para 12,1 milhões. No entanto, a venda da bebida nacional aumentou 6% no período – passou de 9 milhões de litros no ano passado para 9,59 milhões de litros no atual período.

Sobre os espumantes, o presidente da Uvibra ainda considera uma incógnita a comercialização de final de ano. “Ainda não teremos eventos, festas e comemorações. E isso faz falta no volume de vendas”, aponta. Argenta está otimista com a safra 2021. “Se não tivermos nenhum problema climático, devemos ter uma safra bem maior do que a anterior. E se a estiagem se manter, a qualidade deve ser parecida com a de 2020”.

 

 - Pexels/ Divulgação
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