Geral

Há 17 anos, outubro é o Mês do Idoso no Brasil. Em 1º de outubro de 2003, o Estatuto do Idoso era criado e, desde então, a data foi reservada para valorizar a contribuição dos idosos para o país e reforçar a proteção a esse tipo de público. Proteção que é mais necessária do que nunca, pois 2020 foi um ano hostil para eles, já que a maioria segue isolada para diminuir as consequências de ser um grupo de risco.
Pensando nisso, o município de Flores da Cunha, com o apoio do Conselho Municipal do Idoso, realizará diversas atividades para comemorar a data. A programação, claro, será totalmente online devido às restrições causadas pela pandemia da Covid-19. As rádios Amizade e Solaris e o Jornal O Florense também são parceiros do evento. 
Iniciadas na última quarta-feira, dia 7, com uma palestra com o Padre Ezequiel Dal Pozzo, as atividades seguem até o dia 28, com transmissão ao vivo pelas redes sociais dos veículos de comunicação da cidade. O próximo evento será no domingo, dia 11, com uma Missa Especial celebrada na Igreja Matriz às 9h, que será transmitida pela Rádio Solaris.
A presidente da Associação dos Idosos de Flores da Cunha (Adiflores), Carmen Oliboni, conta que as atividades do grupo foram suspensas durante a pandemia. “Ficamos enclausurados dentro de casa. Tudo ficou proibido para nós: o coral, a ginástica, o pilates, os passeios, os bailes, não pudemos nos agrupar”, afirma Carmen.
Já a vice-presidente da Adiflores, Maria Inês Sogari, vai além: “Tivemos que deixar de lado os nossos amigos, sem podermos nos abraçar. Nos proibiram de ir à Igreja, nos afastaram de filhos e netos”. Sobre a programação online do Mês do Idoso, a instituição considera que ela pode contribuir, mas o grupo torce mesmo é para que eles possam se reencontrar novamente: “O que dá sentido à nossa vida é o encontro, o bate papo, a convivência com outras pessoas”, diz Maria Inês.

Um período difícil 

O comerciante Roberto Schiavon, 63 anos, era um dos membros mais ativos da Adiflores e participava dos ensaios do coral, dos almoços aos domingos, das atividades de ginástica, das reuniões dançantes e das viagens feitas pelo grupo. Ele diz sentir muita falta das atividades e dos amigos, com quem conversa somente pelo celular. “Mas não é a mesma coisa. Ver a pessoa é diferente”, diz Roberto.
Com a família, a dinâmica também não é a mesma. As visitas dos filhos são menos frequentes agora e o contato é menos próximo do que antes. “Eu fico mais em casa, porque é importante se cuidar. Eles vêm de vez em quando, mas não é mais aquela festa nos almoços. Não vejo a hora de voltar a ser o que era”, afirma Schiavon.
Ele conta que algumas atividades do grupo ainda são desenvolvidas de maneira online, como a academia, orientada pelas mesmas profissionais que comandavam as aulas presenciais. Outra associada, Assunta Zucco, 65, destaca a importância da ginástica em sua vida: “Eu não posso parar, tenho muitos problemas no braço, nos ombros. No mês de junho, sem fazer atividades físicas, tive que fazer massagem e tomar remédio por causa da dor”.

Nas quartas-feiras, Assunta costumava ir dançar com os companheiros de associação. Ela sente falta do lazer, do contato com as pessoas, pois sempre esteve envolvida com a comunidade. “Agora é da casa para o mercado, do mercado para casa. De vez em quando, levo o cachorro para passear na quadra. É uma boa desculpa para eu dar uma volta”, conta a senhora. 
Em casa, ela tem a leitura e a internet como passatempos. Outra diversão é a visita do neto João Antônio, de 4 anos, que mora em Caxias. “Ele fica aqui três, quatro dias. Brincar com ele é uma alegria, me ocupa bastante o tempo. Até ginástica ele faz comigo”, afirma Assunta. 
Laura Schiochet, 76, diz que o período tem sido difícil para a maioria dos idosos, pois muitos deles não têm possibilidade de passear e encontrar outras pessoas. “Tinha gente que não via a hora de chegar a quarta-feira para poder dançar e ver os amigos. Agora, nós ficamos em casa. A família é o único jeito de ultrapassar essa fase com alegria”, afirma Laura, torcendo, assim como a maioria das pessoas, para que tudo isso passe logo. 

Programação

1/10 - Domingo
9h: Missa Especial
Local: Igreja Matriz de Flores da Cunha
Transmissão: rádio e Facebook da Rádio Solaris 99.1 FM
 
14/10 – Quarta-feira
15h: palestra com Leila Ghizzoni, nutricionista do Emater
Tema: “Dicas de alimentação saudável em tempos de isolamento”
Transmissão: rádio e Facebook da Rádio Amizade 89.1 FM
 
21/10 – Quarta-feira
15h: palestra com Hermes Oliboni, terapeuta
Tema: “Fitoterápicos”
Transmissão: rádio e Facebook da Rádio Amizade 89.1 FM
 
28/10 – Quarta-feira
14h: palestra com Verônica Filter de Andrade, fisioterapeuta e pós-graduada em Gerontologia
Tema: “Em tempos de isolamento, como evitar o sedentarismo? ”
Transmissão: Facebook do Jornal O Florense