Áustria: Um lugar de muitas histórias
Desde setembro de 2021, Nathália Antoniazzi está morando na cidade de Viena e conta um pouco de sua experiência
A engenheira ambiental e mestre em Tecnologia de Embalagens e Sustentabilidade, Nathália Antoniazzi, de 27 anos, já fez intercâmbio na Itália e há mais de dois anos trocou o Brasil pela Áustria. A jovem mora na cidade de Viena e sua escolha se deu por dois motivos, o primeiro foi para estar mais próxima de seu namorado austríaco – que conheceu durante o tempo em que esteve cursando Engenharia Ambiental na Universidade de Pádova, na Itália –, e o segundo por ter se inscrito no mestrado em Tecnologia de Embalagens e Sustentabilidade na Universidade FH Campus Wien, em Viena.
A florense foi para a Áustria sozinha e revela que, por esse motivo, o fato de ter recebido o apoio do namorado foi fundamental: “Viver em outro país é incrível. Conhecer novas realidades e sair da zona de conforto é fundamental para o nosso crescimento pessoal, autoconhecimento e respeito ao próximo”, descreve Nathália sobre a experiência de viver em outro país.
“Antes de me mudar oficialmente, já havia visitado a cidade duas vezes, então eu tinha uma ideia do que esperar”, esclarece, completando que a mudança foi bem planejada e, por isso, não teve grandes surpresas. Porém, sua maior dificuldade foi com o idioma, uma vez que existem diversos dialetos e o alemão austríaco difere do alemão padrão, tornando o aprendizado mais complexo. No entanto, após dois anos, a jovem relata estar mais confortável em compreender e se comunicar.
Para quem não conhece, Viena está localizada à leste do país, às margens do Rio Danúbio, e é a capital da Áustria. A cidade foi palco de diversos imperadores ao longo dos séculos, cada um deixando sua marca na arquitetura, na cultura e nas tradições locais, por esse motivo guarda em suas ruas e monumentos um belo legado da Monarquia: “Essa história longa e rica é evidente em todos os cantos de Viena, desde os majestosos palácios dos Habsburgos até as elegantes cafeterias que servem café vienense e as tradicionais padarias, que até hoje continuam a produzir bolos e sobremesas que remetem aos tempos da realeza”, revela a engenheira ambiental, que afirma que se trata de um local onde o passado e o presente se entrelaçam de maneira notável, proporcionando aos habitantes uma conexão com a história e cultura da cidade.
Nathália conta que, com quase dois milhões de habitantes, a cidade equilibra harmoniosamente o dinamismo de uma metrópole com a tranquilidade de áreas naturais, repletas de parques e espaços verdes. “Aqui, você pode desfrutar de uma ampla variedade de restaurantes, cultura, festas e eventos públicos, além do lazer proporcionado pelo Rio Danúbio e pela Floresta Wienerwald. Seja vivendo a agitação urbana ou explorando a serenidade natural, Viena oferece uma experiência de vida verdadeiramente diversificada”, explica, ao mesmo tempo em que diz que existem várias diferenças entre Brasil e Áustria, mas a que mais a chama a atenção é em relação a organização e ao planejamento. “Aqui, as pessoas não marcam encontros de forma espontânea, ao contrário do Brasil. Para se encontrar com um amigo, é necessário agendar com pelo menos duas semanas de antecedência. Por outro lado, o povo austríaco é muito simpático e acolhedor”, relata, revelando que voltaria para Flores da Cunha por causa da família e dos amigos.
Em relação ao que menos gostou no país, a florense informa que o maior desafio foi o inverno rigoroso, não apenas pelo frio, mas principalmente pela falta de luz. “Durante o auge do inverno, o dia clareia por volta das 8h e escurece às 16h”, informa.
Atualmente a jovem trabalha na Organização Mundial das Embalagens (World Packaging Organisation – WPO) e conta que a oportunidade foi perfeita, uma vez que envolve sua área de especialização no mestrado e pode utilizar seus conhecimentos linguísticos em reuniões internacionais, já que sabe se comunicar em inglês e italiano, além do alemão e do português. “No meu trabalho, tenho o privilégio de conduzir projetos que visam a transferência de conhecimento e aprimoramento da situação das embalagens em âmbito global. Particularmente, concentro meu trabalho em países menos desenvolvidos, onde há uma demanda significativa por apoio na área de sustentabilidade e embalagens. Esses projetos têm como objetivo não apenas aprimorar a eficiência e a sustentabilidade das embalagens, mas também contribuir para a redução do desperdício de alimentos e a promoção de práticas mais ecológicas”, explica.
Para os que pensam, em algum dia, conhecer o país, a jovem deixa como conselho aprender o idioma: “Embora seja possível viver na Áustria falando apenas inglês, a experiência e integração cultural são incomparavelmente melhores quando se fala a língua local. Dominar o alemão facilita a entrada na comunidade, a formação de amizades, a busca de empregos e a compreensão da cultura local”, relata, ao mesmo tempo em que indica como lugar para visitar a própria cidade de Viena, por ser um destino imperdível e cheio de pontos turísticos. “Muitos desconhecem os vinhedos ao redor da cidade, como o Nussberg ou Neustift am Walde, que oferecem uma vista panorâmica junto aos vinhedos, e as vinícolas de excelência que, com certeza, fariam um florense se sentir em casa”, finaliza.
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