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Aumento nas contratações de seguro de vida

Com a Covid-19, o assunto está sendo tratado na maioria das famílias

Em março de 2020, na primeira onda de Covid-19 no Brasil, as apólices de seguros de vida não previam a cobertura de pandemias, eventos cujos riscos são impossíveis de serem calculados. Em comum acordo, porém, as seguradoras decidiram honrar as indenizações das pessoas acometidas pela nova doença.
De lá para cá, o que se viu foi um já esperado aumento dos sinistros nos seguros de vida, tanto individuais quanto coletivos. Segundo dados do órgão regulador do setor, a Susep (Superintendência de Seguros Privados), somaram-se R$ 1,39 bilhão nos dois primeiros meses deste ano, contra R$ 945,7 milhões no mesmo período de 2020.
O volume de prêmios (valor que o segurado paga à seguradora pelo seguro para transferir a ela o risco previsto nas condições contratuais) também subiu, indicando que mais pessoas contrataram a proteção de um ano para o outro. Nos dois primeiros meses de 2021, os prêmios de seguro de vida individuais e coletivos chegaram a R$ 3,305 bilhões, contra R$ 2,967 bilhões no mesmo período de 2020.
Diversas seguradoras optaram por cobrir os eventos decorrentes especificamente de Covid-19 (atualmente representando mais de 80% do mercado), mesmo se tratando de um risco excluído nos contratos firmados. “É importante esclarecer que a decisão não faz distinção entre cidades ou estados e já foram pagas diversas indenizações em todo o território nacional”, destacou a Susep em nota.
O órgão afirmou ainda que, desde o início da pandemia, intensificou o monitoramento do setor e implementou uma série de medidas de flexibilização de prazos para possibilitar fôlego e adaptações por parte das empresas supervisionadas ao cenário em decorrência do estado de calamidade pública. “A flexibilização de condições contratuais relacionadas à cobertura de Covid-19 por parte das empresas que operam com seguros de vida é um dos avanços obtidos no mercado, com o apoio da Susep”.
Carlos Alberto de Paula, diretor da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (Fenaprevi), acredita que o Brasil está em um processo evolutivo em relação à conscientização securitária. “Essa necessidade de proteção vem aumentando nos últimos anos de forma significativa. Teve um amadurecimento do próprio Estado, como o órgão regulador, a Susep, e das companhias”, disse.
Em Flores da Cunha, o aumento também é percebido. Conforme Ana Paula Carissimi Bulla, corretora da Bulla Corretora de Seguros, “a realidade de nossa existência ser temporária ficou mais presente e com isso a morte é um assunto que está sendo tratado na maioria das famílias”. De acordo com a empresa, “nossos clientes têm como prioridade contratar seguros para danos materiais e o seguro de vida não é tão procurado. Mas com a Covid-19 o cenário mudou”, afirma a corretora. 
Para o sócio da Solaris Corretora, Marco Antônio Zanella Fortuna, o cenário é o mesmo. “O brasileiro normalmente contrata um seguro quando vê que tem algum risco acontecendo. E foi isso que aconteceu na pandemia da Covid-19”, enaltece Fortuna, que declara que para quem contratar seguro de vida neste momento, para cobrir Covid-19, há uma carência de 90 dias. “O seguro de vida deveria ser o primeiro seguro a ser contratado pelas pessoas, independente de idade, profissão ou classe social. Hoje temos seguro de vida a partir de R$ 10 por mês”, diz. E não é apenas cobertura para morte. Casos de invalidez temporária, invalidez permanente, doenças graves como câncer, também podem ser contratados. “Tu recebes em vida valores para custear os gastos”, declara Fortuna. 

Assistência funeral x auxílio funeral
 
A assistência funeral é acionada após a morte pela própria seguradora. A partir disso é a seguradora que cuidará dos trâmites do enterro. Já o auxílio funeral é acionado depois do funeral, apresentando as despesas, o qual será indenizado até o valor contratado.
Conforme Ana Paula Carissimi Bulla, a diferença entre assistência funeral e auxílio funeral é o valor da indenização, “pois quando acionamos a assistência, a seguradora faz negociação com a funerária, a diferença a ser paga é bem menor de quando é utilizado o auxílio”. Conforme Ana Paula, é importante que aqueles que contrataram um seguro de vida com cobertura para funeral, deixem a família avisada sobre o seguro e sobre quem é o corretor para que possam procurar o mesmo na hora mais difícil. “Faz muita diferença ter apoio de uma seguradora nessa hora”, finaliza.

Mas como saber se a pessoa falecida possuía algum seguro de vida?

Quando algum ente querido morre, muitas pessoas ficam em dúvida em como agir, sem saber ao certo se ele possuía algum seguro de vida. Isto é muito comum, pois, às vezes, o falecido não utilizava com frequência os serviços oferecidos pelo produto ou até mesmo esquecia que era segurado de uma apólice paga pela empresa em que trabalhava, uma vez que não era responsável pela mensalidade dela.
O seguro de vida é um benefício que auxilia muitas famílias a passarem por momentos difíceis e de dificuldade financeira, principalmente agora na pandemia. Para saber se seu parente tinha uma apólice em seu nome, é necessário seguir alguns passos:
– Fale com o corretor de seguros da família, caso haja algum;
– Veja se é debitado algum valor fixo automaticamente nas contas bancárias da pessoa que seja discriminado como seguro de vida;
– Verifique no contracheque do falecido se há algum desconto de parcela de seguro de vida;
– Converse no setor de recursos humanos da empresa onde quem morreu trabalhava para saber se o seguro estava entre os benefícios oferecidos;
– Entre em contato com a possível seguradora.
Há também a possibilidade de consultar na Susep (Superintendência de Seguros Privados), através do número do CPF da pessoa, se existe algum seguro registrado no nome dela. Após fazer isso, caso seja verificado que ela era segurada ou beneficiária de um seguro de vida, é necessário dar entrada na seguradora e entregar a documentação exigida.

Fonte: InfoMoney, Revista Apólice e Jornal O Florense

 - Divulgação
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