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Aumento de custo e diminuição de receita

Empresas de transporte de pessoas estão tendo dificuldades para passar esse momento de crise. Coletivo urbano de Flores da Cunha teve queda de 55% no fluxo de passageiros

A Flor da Serra Transporte, que desde 22 de janeiro assumiu a concessão do transporte público do município, também está sendo impactada com a pandemia. Conforme o diretor da empresa, Milton Antunes de Lima, a empresa estava num período de crescimento, em que, no primeiro mês de trabalho houve uma movimentação de 10 mil passageiros. “Estávamos com uma ótima expectativa e fazendo um bom trabalho para aderir cada vez mais passageiros, mas a pandemia ofuscou esse desempenho”, enfatiza Lima mostrando os números. A média, que estava em 400 pessoas por dia, baixou consideravelmente, atingindo, nos meses de abril, maio e junho, em torno de 170 passageiros. “Estamos trabalhando com todas as linhas e ainda acrescentamos mais algumas. A única coisa que mudou foi ao sábado, quando não estamos atuando durante este período”, declara. Conforme o diretor, a empresa investiu mais de R$ 600 mil para o transporte urbano, e agora está tentando renegociar as dívidas. “Atuamos com quatro frentes: urbano, fretamento, escolar e turismo. Esses últimos dois estão totalmente parados. Estamos com 14 carros parados que são ligados a cada 15 dias para ver se está funcionando bem”, revela. 
Lima declara que cinco funcionários tiveram o desligamento da empresa nesse momento. “Obtivemos os auxílios do governo, mas todos já acabaram e a pandemia ainda não”.
A empresa, que tinha como perspectiva a bilhetagem eletrônica para este ano, adiou os planos. “Provavelmente metade do ano que vem ou final. Tudo vai depender de quando as coisas começarem a se desenrolar. Esperamos que em setembro já obtenhamos melhoras”, informa. 
Mais limpeza e cuidado
A  Flor da Serra dobrou a limpeza e higienização dos ônibus com a pandemia. Além do álcool em gel ser disponibilizado para quem entra no ônibus, todos os carros passam por higienização até quatro vezes por dia. E a responsável para deixar tudo bem limpo é a auxiliar de limpeza Terezinha de Sá, 45 anos. É pelas mãos dela que tudo fica higienizado. “Limpava duas vezes por dia os ônibus, uma de manhã e outra de tarde. Agora redobrou o meu trabalho”, declara. 
Os motoristas também possuem seu kit de higienização e cuidados, com máscara facial, protetor de acrílico e álcool em gel. De acordo com a empresa, todos os usuários estão colaborando com as normas. “No início tínhamos algumas pessoas que tiravam a máscara assim que entravam no ônibus. Mas, a norma que estabelecemos é que o motorista não saia do local até que a pessoa colocasse-a de volta”.

Transporte estudantil

São 12 linhas escolar que a Flor da Serra possui contrato com a prefeitura e, desde março, estão paradas. Conforme Milton, ele entrou em contato com a prefeitura para um possível adiantamento de verbas para ajudar nas contas, mas nada foi feito até o momento. “A empresa está sobrevivendo”, afirma. A Flor da Serra transporta aproximadamente 1200 alunos.  
Vicente Giotti, 58 anos, que há 30 atua na cidade com fretamento para empresas e escolar, também diz estar no vermelho. “Nunca vivi uma crise assim. Está bem complicado para o nosso setor”, enfatiza. 
Giotti possui cinco linhas de escolar e realiza o fretamento para uma empresa do município. “Tenho 10 carros. Sete para o escolar, dois para o fretamento e um reserva. Oito estão parados desde março”, conta.
A empresa possui dois funcionários que foram contemplados com as medidas provisórias do governo. “Se ficar muito tempo não sei o que vou fazer”, finaliza. 
A empresa Expresso Caxiense também está atravessando essa situação difícil, como vários outros negócios. “Nós, como transportamos pessoas, é uma responsabilidade um pouco maior. A pandemia reduziu muito o número de passageiros e aumentou o custo de manutenção com limpeza e higienização. Então, aumentou o nosso custo e diminuiu a nossa receita”, destaca o diretor executivo, Nelson Antônio Ribeiro.
A Caxiense está trabalhando no serviço metropolitano (intermunicipal) com 30% da demanda, e o fato das universidades estarem fechadas também trouxe um prejuízo muito grande para a empresa. “Nós usávamos nossa estrutura para transportar muitos estudantes. Agora, estamos transportando pouquíssimos, pois poucas escolas têm aula”, declara. 
Para Ribeiro, a expectativa é de que a partir de outubro as coisas comecem a melhorar. “Eu quero crer que o transporte possa melhorar a partir de outubro e a nossa perspectiva é que quando voltar ao normal, possamos atingir a meta de 70% do que fazíamos antes da pandemia. Enquanto não voltarem os estudantes do transporte metropolitano, a nossa demanda fica muito ruim, pois tínhamos uma estrutura muito grande para isso”, finaliza.

Novas linhas e linhas suspensas:

Desde o dia 15 de junho, a empresa disponibilizou aos usuários do coletivo urbano  novos horários e linhas em Flores da Cunha. A principal novidade é a criação da Linha 3, chamada a partir de agora de Circular (anteriormente AABB), que vai atender oito bairros e loteamentos em quatro horários de ida e quatro horários de volta.
Devido à pandemia da Covid-19, ainda ocorre restrições de horários na Linha 5, de São Gotardo, aos sábados, e na Linha 6, de Alfredo Chaves.

Confira todas as rotas e horários do transporte coletivo:

Linha 1: Nova Roma
Centro/Nova Roma/Monte Bérico: 6h10min; 7h05min; 11h50min; 13h05min; 16h; 17h55min e 19h15min.
Monte Bérico/Nova Roma/Centro: 6h35min; 7h30min; 12h35min; 13h30min; 16h30min; 17h35min, 18h25min e 19h30min.
 
Linha 2: São Gotardo
Centro/São Gotardo: 6h30min, 7h45min, 10h25min, 11h45min, 12h45min, 14h55min, 15h55min, 16h55min, 18h10min e 19h05min.
São Gotardo/Centro: 7h15min, 8h20min, 10h50min, 12h05min, 13h20min, 15h20min, 16h20min, 17h30min, 18h30min e 19h20min.
 
Linha 3: Circular
Ida:
6h40min - Via Bairro Pérola II/Pórtico/Colina de Flores/São José/Aparecida/União/Loteamento Sonda
11h10min - Via Centro/União/Pérola II/ AABB
12h35min - Via Bairro AABB/Pérola II/Pórtico/Colina de Flores/ São José/Aparecida/União/Loteamento Sonda
17h - Via Centro/União/Pérola II/ AABB
Volta:
7h30min - AABB/Pérola II/ União/Centro
11h30min - AABB/Pérola II/Loteamento Sonda/União/Aparecida/São José/Colina de Flores/Pórtico/Pérola II/AABB
13h30min - AABB/Pérola II/ União/Centro
17h20min - AABB/Pérola II/Loteamento Sonda/União/Aparecida/São José/Colina de Flores/Pórtico/Pérola II
 
Linha 4: Otávio Rocha
Flores da Cunha/Otávio Rocha/Travessão Carvalho - via Bairro União/Pérola II/ Linha 80: 6h, 11h50min e 17h45min;
Travessão Carvalho/Otávio Rocha/Flores da Cunha - via Bairro Linha 80/Pérola II/União: 6h30min,12h30min e 18h15min;
 
Linha 5: São Gotardo (suspensa temporariamente aos sábados)
Centro/São Gotardo: 7h, 8h, 10h, 12h, 15h e 17h;
São Gotardo/Centro: 7h30min, 8h30min, 10h30min, 13h, 15h30min e 17h30min;
 
Linha 6: Alfredo Chaves (suspensa temporariamente)
Centro/Alfredo Chaves: 7h30min
Alfredo Chaves/Centro: 7h50min
 

Terezinha de Sá é a responsável por deixar higienizados os ônibus do transporte urbano. - Gabriela Fiorio
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