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Aumenta o percentual da população florense idosa

Número de pessoas com mais de 60 anos de idade cresceu 5,46% entre 2013 e 2014. Em 15 anos o acréscimo foi de 93%

Vitalidade e bom-humor não faltam para as aposentadas Zilba Zulian Guarese, 81 anos, Cláudia Bett Brambatti, 80 anos, e Madalena Marcante De Bastiani, 80 anos. As três são frequentadoras do projeto Conviver, que visa melhorar a qualidade de vida dos idosos, e contam que a receita para a longevidade está na oração, na alimentação saudável, na prática de exercícios físicos e na diversão com os amigos. “Quero viver até Deus me deixar, com alegria para seguir em frente”, diz Madalena, que é casada com José De Bastiani, 85 anos, e tem oito filhos, 11 netos e três bisnetos. Zilba (um filho e um neto) e Cláudia (quatro filhos e sete netos) são viúvas e mantêm o mesmo espírito de longevidade ativa, frequentando encontros de convivência, viajando e se divertindo.

As três mulheres são a representação viva da população futura do Brasil e de Flores da Cunha. De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgados na semana comemorativa ao Dia do Idoso, o povo brasileiro está envelhecendo em ritmo acelerado e até 2050 quase 30% dos habitantes terão acima de 60 anos. O número de idosos no país deverá crescer muito mais rápido do que a média internacional. Enquanto a quantidade de idosos vai duplicar no mundo até o ano de 2050, ela quase triplicará no Brasil. Eles chegarão a 70 milhões de pessoas em 2050. Quem possui 60 anos hoje já pode esperar alcançar os 82, diz o estudo. Ou seja, logo seremos considerados uma nação envelhecida.

Seguindo a tendência nacional, a população florense acima de 60 anos também cresce. Em um ano, conforme os números da Fundação de Economia e Estatística (FEE-RS), houve um aumento de 5,46% nessa faixa etária. Em 2014, eram 4.156 pessoas com mais de 60 anos no município, enquanto que em 2013 esse número estava em 3.941. Se recuarmos ainda mais no tempo, os números crescem década a década. Em 1970, eram 533 idosos, em 1980 passou-se a 963, na década de 1990 chegou-se aos 1.657 e os anos 2000 atingiram os 2.152 idosos.

No Censo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2010, os florenses com mais de 60 anos somavam 3.390. Num período de cinco anos são quase 800 idosos a mais. Se compararmos que a população cresceu 0,76% no último ano, passando de 28.974 habitantes para 29.196 moradores, o número de idosos foi o mais representativo, chegando a 14,2% da população. Nos últimos 15 anos, pessoas com mais de 60 anos saltaram de 2.152 para os atuais 4.156, um aumento de 93,1% em relação a 2000.



Do contingente atual de idosos, as mulheres são maioria. Em 2014, eram 1.875 homens e 2.281 mulheres. Além de estarem em número maior, elas vivem mais: entre as pessoas com mais de 80 anos há 307 mulheres e 153 homens. Ou seja, as idosas são o dobro dos idosos. Em contrapartida a esses dados, o número de pessoas entre zero a nove anos em Flores está em declínio. Se somarmos os percentuais, as crianças são 3.294, contra os 4.156 idosos.

Em Nova Pádua
No município de Nova Pádua o envelhecimento populacional também ocorre. Mesmo em proporções menores, o número de pessoas com mais de 60 anos cresceu em 4,8% de 2013 para 2014, passando de 566 pessoas para 595. Numa população com 2.555 moradores, o número de idosos representa 23,2%. No ano de 2000 eles eram 347, ou seja, um crescimento de 248 novos idosos em 15 anos. Tal como Flores da Cunha, o número de mulheres é maior. São 316 mulheres e 279 homens. Acima dos 80 anos, o sexo feminino representa o dobro do masculino, sendo 75 mulheres para 38 homens.


Ações que estão em andamento

Diante dos números, o alerta da OMS é pensar nas políticas públicas para essa faixa etária. São quatro pontos enumerados pelo órgão. O primeiro é adequar o sistema de saúde ao atendimento de pessoas mais velhas. Os outros pontos são: desenvolver um sistema de acompanhamento da saúde ao longo prazo; incentivar ambientes amigáveis para as pessoas mais velhas; e monitorar as mudanças por meio de estatísticas. Em Flores da Cunha, alguns passos já foram dados. E o primeiro deles foi a criação, em 2013, da Associação dos Idosos de Flores da Cunha (Adiflores), que nasceu a partir da Comissão Pró-Idoso, e tem por intuito representar e apoiar os idosos locais, promovendo atividades de saúde e lazer para melhorias na qualidade de vida. A partir de sua criação, foi fundado o Conselho Municipal do Idoso e o Fundo Municipal do Idoso para assegurar os direitos das pessoas com mais de 60 anos. “Foi um passo importante para representar os mais de 4 mil idosos do município. Continuamos na busca por mais ações, porque ainda precisamos fazer muito mais”, aponta o presidente da entidade, José Pelizzer.

Em junho deste ano a entidade recebeu uma verba de R$ 33 mil da prefeitura que é investida em benefícios. Conforme o presidente, os associados têm disponível por semana quatro horas de ginástica em academia; oito horas de pilates; duas horas de atendimento psicológico; e duas tardes mensais para dança e cultura. O dinheiro também foi usado para contratação de uma secretária e de um projetor. Além disso, a entidade tem convênio com mais de 30 estabelecimentos comerciais e de saúde e presta orientações para aposentadorias e danos contra planos de saúde e extorsão.
O maior plano da Associação é conseguir recursos para a construção do Centro Dia, um espaço onde os idosos possam passar o dia e realizar atividades. “Estamos indo bem, mas ainda falta muito se compararmos com municípios como Veranópolis e Nova Prata”, cita Pelizzer. A Adiflores conta com 140 associados. A sala de atendimento fica no número 20 da galeria da Paróquia Nossa Senhora de Lourdes. Mais informações pelo telefone (54) 9116.1086.


Madalena Marcante De Bastiani, Cláudia Bett Brambatti e Zilba Zulian Guarese representam a geração futura: idosas em plena atividade com mais de 80 anos. - Antonio Coloda
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