Aumenta em 25% a procura pelo sistema público de saúde
Acréscimo nos atendimentos em Flores da Cunha está diretamente ligado ao fato de que a população está economizando e deixando de lado gastos com planos, além daqueles que foram desligados de empresas que ofereciam o benefício
O setor da saúde sente, como era inevitável, os reflexos da difícil situação econômica do país. A crise não se reflete apenas por meio dos cortes nos gastos públicos. O desemprego que ela acarreta tem também um importante efeito indireto, porque diminui o número de pessoas com acesso a planos de saúde, que com isso procuram o Sistema Único de Saúde (SUS), o qual opera com dificuldades. Flores da Cunha se inclui nesse cenário nacional. Neste primeiro trimestre de 2016 os atendimentos na rede pública cresceram 25% no município, fazendo com que mais de 18% da arrecadação fosse destinada ao setor – a lei determina que os municípios apliquem 15% das receitas na área. Os valores até março deste ano chegam a R$ 1,1 milhão.
Para o secretário da Saúde de Flores da Cunha, Vanderlei Stuani, o aumento nos atendimentos está diretamente ligado ao fato de que a população está economizando e deixando de lado os custos com os planos, além daqueles que foram desligados de empresas que ofereciam o benefício. “Esse crescimento de 25% nos atendimentos vem se acentuando desde o segundo semestre do ano passado. Ouvimos muito falar em demissões e com elas vão os planos. Além disso, Flores da Cunha recebe muitas pessoas de outros municípios que buscam atendimento aqui, principalmente gestantes. Existe o fator de precisar ‘segurar’ os custos, mas também o lado humano, onde não podemos negar um atendimento”, esclarece Stuani. Quem possui o Cartão SUS de outro município recebe apenas a consulta. Exames e medicamentos são fornecidos somente na cidade de origem do documento.
Apenas neste primeiro trimestre de 2016, os gastos com o sistema de saúde florense chegaram ao percentual de 18% da receita, superando os 15% obrigatórios. Os investimentos são em serviços médicos, hospitalares, odontológicos, laboratoriais, medicamentos e materiais de saúde. “Estamos investindo em saúde acima do limite e não sabemos até quando o município poderá suportar esses gastos, já que a arrecadação está na contramão e está despencando”, pondera o secretário. Segundo ele, até o momento nenhum atendimento está prejudicado.
Mais consultas
Dentro deste crescimento de 25% nos atendimentos do sistema público, as consultas foram o serviço mais procurado pela população. Consequência disso, porém, é o aumento nos pedidos por exames e medicamentos. Exames especializados são os que mais registram filas de espera. “A atenção básica de saúde está sendo mantida, porém, os atendimentos e exames especializados, que também estão crescendo, têm uma demora maior. Atendimentos na área da traumatologia, que eram feitos no Hospital São Carlos, em Farroupilha, estão parados desde o ano passado”, lamenta o secretário.
Segundo Stuani, o município recebe repasses do Ministério da Saúde e do governo do Estado – parcelas estão atrasadas desde janeiro, como, por exemplo, pagamentos do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e dos atendimentos do SUS feitos no Hospital Fátima.
O prefeito de Flores da Cunha, Lídio Scortegagna, adianta que a prefeitura fará um concurso público para a contratação de mais médicos. Além de atender à demanda, o objetivo é contratar profissionais para a nova unidade básica (UBS) do bairro União, que segue em obras. “Tínhamos uma banca de médicos consideravelmente grande, porém, esses profissionais não assumiram e por isso vamos realizar novo concurso para abrir mais atendimentos e descentralizar a demanda do Centro de Saúde. Não contávamos com esse crescimento, mas isso é reflexo da crise e esperamos que essa seja uma situação momentânea, até porque o município não vai ter suporte para acompanhar esse crescimento”, avalia Scortegagna.
Em Nova Pádua
De acordo com o titular da Secretaria da Saúde e Assistência Social de Nova Pádua, Odir Boniatti, nos últimos meses o munícipio também registra aumento nos atendimentos para aquelas pessoas que chegam de outras cidades. Essa movimentação, no entanto, é tímida e não representa acréscimo significativo nas despesas da pasta. “O município apresenta demanda em mão de obra e muitas famílias estão se transferindo para cá para trabalhar. Com isso percebemos essa movimentação de muitas regiões e acredito que essa seja uma tendência, mas, por enquanto, não é um número representativo”, avalia Boniatti. No último ano, Nova Pádua investiu 18,9% da receita na saúde. De acordo com o secretário, é uma média de quase R$ 900 por habitante/ano.
O que dizem as operadoras privadas
Gerente da Regional Flores da Cunha da Círculo Operadora Integrada de Saúde, Regina Chies: “O cenário da saúde para as operadoras é diretamente proporcional ao crescimento ou enxugamento das empresas ou serviços. De 2015 até o momento, esse fluxo de saída dos planos está ocorrendo basicamente pela redução de funcionários nas empresas e a situação de Flores da Cunha não é diferente. Aumentaram as exclusões do plano por motivo de demissões e isso, com certeza, faz com que aumente a procura pelo serviço público. Percebemos também uma procura maior pelos planos físicos. A pessoa que é demitida da empresa procura garantir a proteção do plano, principalmente para seus dependentes. O Círculo criou três novos produtos que, justamente, procuram se adequar ao cenário econômico”.
Diretor-geral do plano Fátima Saúde, Roberto Zottis: “Ainda em 2006, inovamos na relação entre operadora e gestão empresarial, lançando um produto com um conceito novo e compartilhado, diferenciado, capaz de interligar e integrar em um só ambiente as diversas soluções de saúde. Esta visão lançou no mercado um desafio, convidando os empresários a repensar o modelo tradicional desta relação, visto que o mesmo já apresentava claros sinais de esgotamento. E é essa nova opção que tem conquistado o mercado empresarial no decorrer dos últimos anos, tanto que propiciou que a operadora fechasse o ano de 2015 com crescimento de 15% na carteira de beneficiários”.
Superintendente de Mercado da Unimed Nordeste-RS, Carlos Eduardo Corá: “A Unimed teve crescimento em Flores da Cunha de 2,9% no número de beneficiários em planos de saúde desde janeiro de 2015. Portanto, não perdeu usuários, e sim teve até um pequeno crescimento”.
Para o secretário da Saúde de Flores da Cunha, Vanderlei Stuani, o aumento nos atendimentos está diretamente ligado ao fato de que a população está economizando e deixando de lado os custos com os planos, além daqueles que foram desligados de empresas que ofereciam o benefício. “Esse crescimento de 25% nos atendimentos vem se acentuando desde o segundo semestre do ano passado. Ouvimos muito falar em demissões e com elas vão os planos. Além disso, Flores da Cunha recebe muitas pessoas de outros municípios que buscam atendimento aqui, principalmente gestantes. Existe o fator de precisar ‘segurar’ os custos, mas também o lado humano, onde não podemos negar um atendimento”, esclarece Stuani. Quem possui o Cartão SUS de outro município recebe apenas a consulta. Exames e medicamentos são fornecidos somente na cidade de origem do documento.
Apenas neste primeiro trimestre de 2016, os gastos com o sistema de saúde florense chegaram ao percentual de 18% da receita, superando os 15% obrigatórios. Os investimentos são em serviços médicos, hospitalares, odontológicos, laboratoriais, medicamentos e materiais de saúde. “Estamos investindo em saúde acima do limite e não sabemos até quando o município poderá suportar esses gastos, já que a arrecadação está na contramão e está despencando”, pondera o secretário. Segundo ele, até o momento nenhum atendimento está prejudicado.
Mais consultas
Dentro deste crescimento de 25% nos atendimentos do sistema público, as consultas foram o serviço mais procurado pela população. Consequência disso, porém, é o aumento nos pedidos por exames e medicamentos. Exames especializados são os que mais registram filas de espera. “A atenção básica de saúde está sendo mantida, porém, os atendimentos e exames especializados, que também estão crescendo, têm uma demora maior. Atendimentos na área da traumatologia, que eram feitos no Hospital São Carlos, em Farroupilha, estão parados desde o ano passado”, lamenta o secretário.
Segundo Stuani, o município recebe repasses do Ministério da Saúde e do governo do Estado – parcelas estão atrasadas desde janeiro, como, por exemplo, pagamentos do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e dos atendimentos do SUS feitos no Hospital Fátima.
O prefeito de Flores da Cunha, Lídio Scortegagna, adianta que a prefeitura fará um concurso público para a contratação de mais médicos. Além de atender à demanda, o objetivo é contratar profissionais para a nova unidade básica (UBS) do bairro União, que segue em obras. “Tínhamos uma banca de médicos consideravelmente grande, porém, esses profissionais não assumiram e por isso vamos realizar novo concurso para abrir mais atendimentos e descentralizar a demanda do Centro de Saúde. Não contávamos com esse crescimento, mas isso é reflexo da crise e esperamos que essa seja uma situação momentânea, até porque o município não vai ter suporte para acompanhar esse crescimento”, avalia Scortegagna.
Em Nova Pádua
De acordo com o titular da Secretaria da Saúde e Assistência Social de Nova Pádua, Odir Boniatti, nos últimos meses o munícipio também registra aumento nos atendimentos para aquelas pessoas que chegam de outras cidades. Essa movimentação, no entanto, é tímida e não representa acréscimo significativo nas despesas da pasta. “O município apresenta demanda em mão de obra e muitas famílias estão se transferindo para cá para trabalhar. Com isso percebemos essa movimentação de muitas regiões e acredito que essa seja uma tendência, mas, por enquanto, não é um número representativo”, avalia Boniatti. No último ano, Nova Pádua investiu 18,9% da receita na saúde. De acordo com o secretário, é uma média de quase R$ 900 por habitante/ano.
O que dizem as operadoras privadas
Gerente da Regional Flores da Cunha da Círculo Operadora Integrada de Saúde, Regina Chies: “O cenário da saúde para as operadoras é diretamente proporcional ao crescimento ou enxugamento das empresas ou serviços. De 2015 até o momento, esse fluxo de saída dos planos está ocorrendo basicamente pela redução de funcionários nas empresas e a situação de Flores da Cunha não é diferente. Aumentaram as exclusões do plano por motivo de demissões e isso, com certeza, faz com que aumente a procura pelo serviço público. Percebemos também uma procura maior pelos planos físicos. A pessoa que é demitida da empresa procura garantir a proteção do plano, principalmente para seus dependentes. O Círculo criou três novos produtos que, justamente, procuram se adequar ao cenário econômico”.
Diretor-geral do plano Fátima Saúde, Roberto Zottis: “Ainda em 2006, inovamos na relação entre operadora e gestão empresarial, lançando um produto com um conceito novo e compartilhado, diferenciado, capaz de interligar e integrar em um só ambiente as diversas soluções de saúde. Esta visão lançou no mercado um desafio, convidando os empresários a repensar o modelo tradicional desta relação, visto que o mesmo já apresentava claros sinais de esgotamento. E é essa nova opção que tem conquistado o mercado empresarial no decorrer dos últimos anos, tanto que propiciou que a operadora fechasse o ano de 2015 com crescimento de 15% na carteira de beneficiários”.
Superintendente de Mercado da Unimed Nordeste-RS, Carlos Eduardo Corá: “A Unimed teve crescimento em Flores da Cunha de 2,9% no número de beneficiários em planos de saúde desde janeiro de 2015. Portanto, não perdeu usuários, e sim teve até um pequeno crescimento”.
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