Geral

Audiolivros aproximam deficientes visuais da literatura

Audiolivros aproximam deficientes visuais da literatura

A pequena Nicole de Souza da Silva, 10 anos, portadora de deficiência visual, está tendo a oportunidade de conhecer mais obras literárias por meio dos audiolivros e dos livros em braile. Uma parceria entre a Biblioteca Municipal Érico Veríssimo, de Flores da Cunha, e a Fundação Dorina Nowil para cegos, de São Paulo, possibilitou a doação de livros para deficientes visuais. São 25 audiolivros, oito livros em braile infantil e mais seis obras para jovens e adultos disponíveis para empréstimo.

Conforme a bibliotecária Vivian Salazar, em 2011 ela conheceu, por meio de um fôlder, o projeto ‘Biblioteca Amiga do Leitor com Deficiência Visual’ desenvolvido pela Fundação Dorina Nowill e cadastrou a Biblioteca Municipal para receber os livros em braile e falados. No início deste ano as obras para deficientes visuais começaram a chegar. Entre os livros, há sucessos como a saga Crepúsculo. “Quando a Fundação tem alguma novidade, nos envia os livros. É uma oportunidade para pessoas com deficiência, como a Nicole, lerem. E há obras também para deficientes parciais e os livros estão disponíveis para toda a população”, explica Vivian. Como as doações das obras infantis foram em dose dupla, a bibliotecária enviou exemplares para a Escola São José com o objetivo de a pequena Nicole, que estuda na instituição, ter a oportunidade de retirar os livros na biblioteca da própria escola.

Os audiolivros e as obras em braile são emprestados para os usuários ouvirem/lerem na Biblioteca ou em casa. O empréstimo é gratuito e para retirar basta realizar um cadastro no órgão público. O horário de atendimento é de segunda à sexta-feira, das 8h às 11h30min e das 13h às 17h30min (veja no quadro as obras disponíveis).

Muita leitura
Com a doação das obras, os deficientes visuais conhecem outras realidades e ouvem muitas histórias. Nicole segue esse caminho. Nasceu cega e aos sete anos aprendeu a ler em braile numa escola de Caxias do Sul. Hoje, estudante da 3ª série da Escola São José, tira de letra o convívio com crianças que enxergam e as leituras em braile. “Gosto muito de ler e fui muito bem recebida na escola. Até me apelidaram de Paula Fernandes”, conta a menina, que é fã da cantora mineira e vive cantando as músicas do ídolo. Entre as obras preferidas estão os livros Meu Pai é o Máximo, Umbigo, Amigo Bicho e Quero Ser Rico. “Vou lendo e imaginando os desenhos. O livro Meu Pai é o Máximo lembra quando meu pai me trazia doces”, comenta Nicole, que mora com os pais Rodrigo e Edivânia e os irmãos Camile, Nicolas e Niuri.

Esperta, a menina já pensa no futuro. Além dos estudos regulares, pretende fazer cursos de inglês e francês. Aliás, Nicole também canta em inglês. Aprendeu a música Someone Like You, da britânica Adele, ouvindo a novela Fina Estampa. “Preciso aprender outra língua porque, quando eu encontrar a Adele, como vou conversar com ela se não sei inglês?”, instiga Nicole.

Cadastro
Para fazer o cadastro na Biblioteca é preciso Carteira de Identidade, comprovante de residência e uma foto 3x4. A Biblioteca Municipal fica na Avenida 25 de Julho, junto ao Museu e Arquivo Histórico Pedro Rossi.

Livros disponíveis

Audiolivros
Memórias de um Sargento de Milícias; Capitães de Areia; O Cortiço; A Garota da Capa Vermelha; Fahrenheit 451; Nove Noites; Armando a Barraca; Liberdade; Filhos da Terra; A Cidade Ilhada; A Auto-Estrada; Fazendo as Malas; O Discurso do Rei; P. Escuridão; Bem Bilionários por Acaso; Humano, Demasiado Humano; Nietzsche para Estressados; Vidas Secas; O Retorno do Jovem Príncipe; Morte e Vida de Charles Saint Cloud; Um Amor para Recordar; Estação Carandiru; Uma Vida sem Limites; Café da Manhã com Tiffany; A Sombra do Vento.

Infantis
Amigo Bicho; Quero ser Rico; A Galinha que Botava Batatas; A Dança das Cores; Umbigo; Meu Pai é o Máximo; Capitão Mariano, o Rei do Oceano.

Jovens e adultos
O Vôo da Águia; O Macaco que se fez Homem; Amanhecer; Crepúsculo; Eclipse; Lua Nova.

Fonte: Biblioteca Municipal de Flores da Cunha.
Nicole de Souza da Silva nasceu cega e aprendeu a ler em braile aos sete anos. - Danúbia Otobelli
Compartilhe esta notícia:

Outras Notícias:

0 Comentários

Deixe o Seu Comentário