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As sinaleiras de Flores e a conversão à esquerda

Em 1997, quando a primeira sinaleira foi instalada no município, realizar conversões era proibido. Porém, em 2013, as placas foram retiradas e com a instalação dos novos semáforos trânsito passou a ficar mais lento

Há 22 anos, em 3 de setembro de 1997, o primeiro semáforo foi instalado em Flores. Ele se localizava no cruzamento da Avenida 25 de Julho com a Rua Dr. Montaury. Ali, com a nova sinalização, placas indicavam aos motoristas de qualquer sentido a proibição de convergir à esquerda no cruzamento. No ano de 2013, as placas de proibição foram retiradas dando a possibilidade de qualquer motorista realizar a conversão à esquerda. Entretanto, hoje, com o aumento dos semáforos no município – quatro novos equipamentos foram instalados em outubro de 2019 – o trânsito passou a ficar lento devido às conversões, especialmente na Avenida 25 de Julho, em razão dos canteiros. Conforme relatos de motoristas florenses, muitas pessoas querem convergir à esquerda e acabam congestionando a rua, tempo que faz com que o sinal feche novamente e ninguém saia do lugar – atualmente a sinaleira fica 35 segundos no sinal vermelho.  “Na Avenida se tu precisa virar à esquerda não tem como o carro de trás passar pelo lado. É preciso aguardar, e isso que incomoda. Em outros pontos que há as sinaleiras não tem tantos problemas”, avalia um motorista, que preferiu não se identificar.

De acordo com a secretária de Planejamento, Meio Ambiente e Trânsito, Ana Paula Ropke Cavagnoli, as placas foram retiradas porque não faziam sentido. “Como temos todas as vias mão dupla e as placas estavam em apenas um ponto – Avenida 25 de Julho com a Rua Dr. Montaury – acabava confundindo as pessoas. Ou padronizávamos em todas as sinaleiras ou retirávamos deste ponto. E foi o que aconteceu”, relembra.

Conforme ela, a Secretaria está repensando na volta das proibições, mas tudo depende do Plano de Mobilidade Urbana. “Agora que foram instalados os novos semáforos vamos repensar. É uma coisa que pode ser implantada novamente”, explica.

O Plano que está sendo montado e até o final de 2020 será encaminhado para a Câmara de Vereadores para virar lei, planeja a curto, médio e longo prazo estratégias para melhorar o trânsito da cidade. “Já temos um estudo para nos auxiliar com o Plano, mas como ocorreu com o Plano Diretor, vamos fazer audiências públicas, ouvir a comunidade, para depois encaminhar à Casa Legislativa”, salienta a secretária.

 

Educação

Muitos motoristas não se importam com as conversões, para eles o que falta mesmo no trânsito de Flores é a educação. O policial aposentado Marcos Camargo de Melo, 48 anos, enfatiza que aguardar um pouco até o motorista realizar a conversão não vai alterar em nada o percurso. “Sem as proibições temos mais opções e para quem está dirigindo é muito melhor. Tudo isso faz parte do trânsito”, enfatiza. A corretora de imóveis Ivone Pagno Oliboni, 47 anos, compartilha da mesma opinião. “Tem que deixar como está. Pra mim não incomoda. Não temos um grande fluxo de veículos ainda para isso”, adianta. Conforme dados do Detran-RS, até dezembro de 2019, o município possuia uma frota de 24.520 veículos, sendo 807 veículos a mais do que o ano anterior.

O empresário caxiense Luiz Alberto Nora, 68 anos, vem a Flores da Cunha semanalmente e acha o trânsito muito bom. “Aqui ainda as pessoas respeitam, é tranquilo. Não é como Caxias. E por isso não vejo a necessidade de proibir as conversões à esquerda. Às vezes, o que falta é educação”, enfatiza. Para o projetista Nestor Paviani, 68 anos, a questão é não tumultuar o trânsito. “Às vezes esperamos ou damos a preferência. É questão de visão e educação. E não é apenas os motoristas, os pedestres também precisam saber quando parar e quando atravessar”, relata.

 - Gabriela Fiorio
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