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As mãos que homenageiam a padroeira de Flores da Cunha

Comemorações em honra a Nossa Senhora de Lourdes serão realizadas neste final de semana na Igreja Matriz e no salão paroquial

A Paróquia Nossa Senhora de Lourdes promove neste domingo, dia 9, a festa em honra à padroeira de Flores da Cunha. Os ritos da preparação começaram há semanas com a organização do cardápio, a venda de ingressos e a divulgação pelos festeiros Laurindo e Rosália Brandalise, Valmir e Ivone Forlin, Vitor e Clarici Balzan e Velocino e Inês Pontel. A programação religiosa teve início ontem, dia 6, com início do Tríduo, que é um período de três dias de celebrações e orações. Hoje o encontro será às 16h com Celebração da Unção dos Enfermos e, no sábado, às 18h, a finalização do Tríduo terá procissão com imagem da santa da gruta ao lado da Matriz até o interior da Igreja.

O dia de festa será domingo, dia 9, com missas às 7h30min, às 10h30min e às 19h. A do meio da manhã será festiva. A parte social contará com almoço com cardápio típico (sopa de agnolini, lesso, pien, galeto, churrasco, lombinho de porco, maionese, salada mista e café com biscoito) e vinho e refrigerante. Foram 75kg de agnolinis produzidos para a festa, que envolveram mais de 50 pessoas na cozinha. Durante o almoço haverá rifão. Os ingressos custam R$ 30 e podem ser adquiridos no salão paroquial, ou com os festeiros. Nesta sexta-feira estarão à venda no salão pão, cuca, biscoitos e galeto. No sábado, além dos produtos já citados, será comercializada tripada (bucho).

Quem faz a festa acontecer
Há 12 anos Genita Pauletti Stuani, 60 anos, é a cozinheira oficial das festas da Paróquia. Ela é a responsável pelas receitas, pelas ordens do trabalho e pela administração das panelas. “A receita é sem dúvida a experiência. A quantidade certa é medida pelos anos que trabalho em festas no salão paroquial”, define Genita.

Para a realização da festa os organizadores, que compreendem comissão e festeiros, contam com muitos voluntários. É o caso da dona de casa Sônia Finger, 57 anos. Há seis anos ela é voluntária na preparação. “Estar aqui é motivo de alegria. Estamos no ritmo da festa com trabalho e fé, pensando sempre em receber os fiéis no domingo, sempre da melhor maneira”, destaca. A voluntária faz parte deste grupo que faz um belo trabalho comunitário: “Tudo é válido quando é para o coletivo e quando é feito em equipe”.

Voluntária nesta festa pela primeira vez, porém com uma vida inteira dedicada ao trabalho à Igreja, a irmã Santa Biachin, 73 anos, também destaca a coletividade. “É com a ajuda de todos que a festa será maravilhosa”, enfatiza a religiosa da Congregação de São José.

Além do trabalho na cozinha existem as atividades na Igreja. Liturgia, cantos e decoração são algumas das tarefas. Nesta semana, a decoradora Santina Meneguzzo, 68 anos, acompanhada das festeiras Rosália Brandalise, 57 anos, e Ivone Forlin, 48 anos, doaram mais um pouco de tempo e trabalho à festa. A arrumação do pedestal que levará Nossa Senhora nas procissões entre os dias de festa foi arrumado com tecido azul e será enfeitado com flores oferecidas à padroeira. Santina, que há 28 anos ajuda nas festas da Paróquia, sente-se orgulhosa em ajudar. “Comecei lavando toalhas e agora estou arrumando a Nossa Senhora. É uma honra poder ajudar de alguma forma”, conta a decoradora.

Fotos/Larissa Verdi

Genita Pauletti Stuani é a cozinheira oficial do evento há pelo menos 12 anos.


Com a mão na massa: Euclides Schiavenin (E), Gema Paloski e Cleonice Renosto (D).


Denise Sgarioni (E), Teresita e Delvino Pauletti: voluntariado.

Histórico

Conforme o pároco florense, frei Valdivino Salvador, a origem da santa deu-se em fevereiro de 1858, em Lourdes, na França. Nossa Senhora apareceu em uma gruta aos olhos da jovem Bernardete fazendo a seguinte revelação: “Eu sou a Imaculada Conceição”. O pároco destaca que Maria é sempre a mesma mãe, trocando apenas de nomes representando sua grandeza. “As aparições de Nossa Senhora sempre estão vinculadas a fatos históricos. Um sinal de fé e esperança marcado a cada aparição divina”, pontua.

Em Flores da Cunha, segundo dados da Paróquia, em 1877 os moradores, todos imigrantes italianos, demarcaram dois povoados na cidade: o de São José, no alto de um monte, e o de São Pedro, na planície, hoje Centro da cidade. Como o terreno do alto era rochoso e sem água, o povoado foi se deslocando para a planície até 1885. E desta forma o padroeiro foi considerado São Pedro. A Paróquia foi assumida pelos frades capuchinhos franceses em 30 de maio de 1903. Eles vieram para a futura cidade de Flores da Cunha com o compromisso de construir uma nova Igreja Matriz, obra inicada em 4 de dezembro de 1904 e inaugurada em 29 de fevereiro de 1916 pelo frei Vitorino de La Ravoire, já com o nome de Nossa Senhora de Lourdes. Os frades franceses eram profundos divulgadores da devoção e das aparições de Nossa Senhora. Ainda hoje o altar principal da Matriz tem no alto a imagem da santa ladeada de São Pedro e de São José, em homenagem aos dois primeiros povoados da cidade.

Atualmente a santa é padroeira de 34 comunidades. Segundo o pároco, esta não é a maior festa religiosa do município, mas a que tem mais amplo significado. “Esta é uma época de colheitas na nossa região e para muitos ainda período de férias. Esperamos uma boa participação no domingo”, projeta frei Valdivino, destacando a mobilização da comunidade: “A festa é uma oportunidade de fortalecer a fé cristã, um momento de participação e comunhão”.


Santina (E), Ivone e Rosália (D) garantem que tudo ficará pronto dentro da Matriz. - Larissa Verdi
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