Arte barroca com mais de 600 quilos de ouro
Modelo da primeira época do estilo colonial, Igreja de São Francisco de Assis, no Centro de Salvador (BA), encanta turistas das mais variadas nacionalidades pela beleza e preservação de sua arquitetura
Fabiano Provin
É difícil não ficar boquiaberto ao entrar na Igreja e Convento de São Francisco de Assis, no Centro Histórico de Salvador, capital da Bahia. Também chamada de Igreja de Ouro, o templo é o principal modelo da primeira época do estilo barroco (Século 18) no Brasil – ou como se diz popularmente, do estilo colonial – e tem seu interior todo revestido em ouro. Como o metal era encontrado facilmente na época, e a ostentação era uma das características religiosas, mais de 600 quilos de ouro foram usados na decoração de colunas, pedestais, molduras e imagens sacras.
Antes da construção da igreja foi erguido um convento, o primeiro, mais rústico, em 1590; e o atual, devido ao aumento da comunidade franciscana na Bahia, foi iniciado em 1686. Em 1708 foi lançada a pedra fundamental da igreja. Em 1713 ela foi inaugurada, porém, concluída somente uma década depois. A decoração interna em ouro foi finalizada em 1750.
O templo tem também painéis de azulejos que revestem as paredes do fundo. Neles estão representadas cenas da vida de São Francisco de Assis. As duas pias de pedra foram oferecidas por dom João V. No lado direito as capelas com grades de jacarandá são dedicadas a São Benedito, São Pedro de Alcântara e São José; no esquerdo, Santa Ana, Santa Luzia e Santa Efigênia. A capela-mor tem piso de pedra lavrada e veio de Portugal. No teto há um lampadário de prata de 1758 e altares para Santo Antônio, Nossa Senhora da Conceição, Nossa Senhora da Glória e Nossa Senhora da Piedade.
A igreja está anexada ao convento, onde hoje vivem seis religiosos. No espaço é proibido tirar fotos com flash porque o mecanismo oxida o ouro. Há cobrança de ingresso (R$ 5) para manutenção e limpeza.
A Bahia é de todos os povos
Fundada São Salvador da Bahia de Todos os Santos em 1549, a capital baiana foi a primeira capital do Brasil. Depois de Porto Seguro, onde os primeiros portugueses aportaram em 1500, foi Salvador que teve grande desenvolvimento. Dividida em Cidade Alta e Cidade Baixa, uma escarpa com 85 metros de altura é ligada, desde 1873, pelo Elevador Lacerda, obra construída por uma família para uso particular que posteriormente (e até hoje) é usado como meio de transporte público (o preço por pessoa é de R$ 0,65). Do seu topo é possível avistar o Mercado Modelo (não deixe de visitá-lo, você fará boas descobertas) e a famosa Baía de Todos os Santos, junto ao Terminal Marítimo. Quando estiver em Salvador, lembre-se que tudo deve ser curtido sem pressa. A arquitetura colonial e a comida de muitos sabores, além das belas paisagens, são alguns dos atrativos. Capital de muito calor e do achaque (muito cuidado com os ambulantes ávidos por turistas desinformados), a Bahia é, sem dúvida, uma terra para se aproveitar uma sombra e água fresca. Se for de coco, melhor ainda.
É difícil não ficar boquiaberto ao entrar na Igreja e Convento de São Francisco de Assis, no Centro Histórico de Salvador, capital da Bahia. Também chamada de Igreja de Ouro, o templo é o principal modelo da primeira época do estilo barroco (Século 18) no Brasil – ou como se diz popularmente, do estilo colonial – e tem seu interior todo revestido em ouro. Como o metal era encontrado facilmente na época, e a ostentação era uma das características religiosas, mais de 600 quilos de ouro foram usados na decoração de colunas, pedestais, molduras e imagens sacras.
Antes da construção da igreja foi erguido um convento, o primeiro, mais rústico, em 1590; e o atual, devido ao aumento da comunidade franciscana na Bahia, foi iniciado em 1686. Em 1708 foi lançada a pedra fundamental da igreja. Em 1713 ela foi inaugurada, porém, concluída somente uma década depois. A decoração interna em ouro foi finalizada em 1750.
O templo tem também painéis de azulejos que revestem as paredes do fundo. Neles estão representadas cenas da vida de São Francisco de Assis. As duas pias de pedra foram oferecidas por dom João V. No lado direito as capelas com grades de jacarandá são dedicadas a São Benedito, São Pedro de Alcântara e São José; no esquerdo, Santa Ana, Santa Luzia e Santa Efigênia. A capela-mor tem piso de pedra lavrada e veio de Portugal. No teto há um lampadário de prata de 1758 e altares para Santo Antônio, Nossa Senhora da Conceição, Nossa Senhora da Glória e Nossa Senhora da Piedade.
A igreja está anexada ao convento, onde hoje vivem seis religiosos. No espaço é proibido tirar fotos com flash porque o mecanismo oxida o ouro. Há cobrança de ingresso (R$ 5) para manutenção e limpeza.
A Bahia é de todos os povos
Fundada São Salvador da Bahia de Todos os Santos em 1549, a capital baiana foi a primeira capital do Brasil. Depois de Porto Seguro, onde os primeiros portugueses aportaram em 1500, foi Salvador que teve grande desenvolvimento. Dividida em Cidade Alta e Cidade Baixa, uma escarpa com 85 metros de altura é ligada, desde 1873, pelo Elevador Lacerda, obra construída por uma família para uso particular que posteriormente (e até hoje) é usado como meio de transporte público (o preço por pessoa é de R$ 0,65). Do seu topo é possível avistar o Mercado Modelo (não deixe de visitá-lo, você fará boas descobertas) e a famosa Baía de Todos os Santos, junto ao Terminal Marítimo. Quando estiver em Salvador, lembre-se que tudo deve ser curtido sem pressa. A arquitetura colonial e a comida de muitos sabores, além das belas paisagens, são alguns dos atrativos. Capital de muito calor e do achaque (muito cuidado com os ambulantes ávidos por turistas desinformados), a Bahia é, sem dúvida, uma terra para se aproveitar uma sombra e água fresca. Se for de coco, melhor ainda.
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