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Anos iniciais superam meta do Ideb

Estudantes florenses da rede pública de ensino foram avaliados pelo Índice de Desenvolvimento da Educação Básica e alcançaram a nota estipulada para 2021

Foi divulgado pelo Ministério da Educação, no início do mês de setembro, o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) referente a 2017, realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. Flores da Cunha superou as expectativas para os anos iniciais, alcançando a meta estipulada para o ano de 2021 – que é de 7. Já os anos finais e ensino médio, caminham a passos lentos.

As oito escolas da rede municipal alcançaram a nota de 6.9. A meta para 2017 era 6.7, um aumento de seis décimos em relação à avaliação de 2015, o que representa um crescimento de 10%. Nos anos iniciais do ensino fundamental, tiveram destaque as escolas São José (7.4), Tancredo de Almeida Neves (7.1), 1º de Maio (6.9), Tiradentes (6.7) e Leonel de Moura Brizola (6.5), que alcançaram a meta estipulada para 2021. As demais escolas tiveram notas acima de seis, ficando com médias previstas para 2019. Já a rede estadual alcançou a nota média de 7.1, destacando-se as escolas São Rafael (7.4), Targa (7.4) e Pedro Ceconello (7).

Conforme a secretária de Educação, Cultura e Desporto do município, Ana Paula Zamboni Weber, são diversos os aspectos que receberam atenção e, consequentemente, colaboraram para o aumento do índice. “A valorização dos profissionais da educação é um desses pontos, com uma política pública de remuneração com plano de carreira, onde o professor, conforme investir na sua formação e no seu desempenho na aprendizagem dos alunos, ascende na carreira, acumulando uma melhor remuneração. Além disso, todos os professores têm um horário de planejamento na escola, porque planejamento é fundamental para que se tenha um processo ensino-aprendizagem em sala de aula. E também existe a gestão estratégica, onde três dimensões na escola precisam estar bem equilibradas e atendidas: a pedagógica, pessoas e clima, e estrutura física”, lista Ana Paula.

Entre esses aspectos, outro se destaca: o turno integral, praticado hoje em duas escolas de ensino fundamental. “A ampliação da carga horária na escola foi fundamental, pois para uma realidade de vulnerabilidade social, é de extrema importância que as crianças estejam mais bem preparadas e com uma aprendizagem satisfatória. Com esse tempo integral, esses alunos têm uma boa alimentação, o que já é uma pré-disposição para que haja aprendizagem; além de terem um trabalho pedagógico ampliado durante os turnos da manhã e da tarde”, valoriza a secretária.

Anos finais têm menor rendimento
Já os anos finais do ensino fundamental das escolas de Flores da Cunha mantiveram as notas medianas, não alcançando a meta do ano, que era de 6.2. O índice total foi de 5.6, com destaque para a Escola Estadual Antônio de Souza Neto, do distrito de Mato Perso, que conquistou a nota mais alta – 6.8. No ensino médio, a situação não é tão diferente: Flores da Cunha teve uma média de 4.5. Nenhum Estado brasileiro atingiu a meta que, em 2019, será estipulada em 4.9. “Não foi uma característica apenas nossa, em todo o país os anos finais evoluíram em menor proporção. Certamente as nossas escolas também tiveram o trabalho equilibrado das três dimensões, contudo aquela pedagógica, a metodologia do professor, a linguagem que ele usa com o adolescente, é um grande desafio que temos para trabalhar”, analisa.

Comprometimento em transformar
A Escola Tancredo de Almeida Neves, localizada no bairro União, teve destaque no índice. Na última pontuação, divulgada em 2015, a escola havia obtido nota 6. Em 2017, subiu para 7.1, uma conquista para toda a comunidade escolar em pleno ano em que a instituição de ensino comemora seus 30 anos. Para a diretora Alessandra Drebes, não é o número que importa, mas todo o contexto por trás desse índice. “O número é o resultado das nossas metas elencadas no início do ano, onde está a questão bem forte do pertencimento, da transformação da nossa realidade e de tornar os nossos alunos críticos”, afirma.

A diretora salienta que o resultado positivo vem de um trabalho em conjunto das professoras Patrícia Borges Gomes Bisinela e Carla Guarese, do turno integral, em parceria com as famílias. “O Ideb serve para refletirmos em relação ao processo da escola. A escola Tancredo tinha, até 2015, um dos piores índices do Ideb do município. Trabalhamos em cima de fatores que prejudicavam o ensino dos alunos, focamos nisso e desenvolvemos um trabalho integrado, onde o resultado é satisfatório e construído a muitas mãos. É a conquista de um trabalho onde os alunos ficam mais tempo na escola, do projeto político pedagógico, em que, desde o primeiro dia de aula, os alunos tiveram o comprometimento e sabiam que um dos objetivos da turma era melhorar esse índice”, ressalta a professora Patrícia. A coordenadora pedagógica da escola, Graziele Dall Acua, complementa que o Ideb não é um trabalho só dos 5º anos, inicia desde a educação infantil. “Nossa alfabetização é muito forte, temos professores muito bons e o turno integral que fortalece ainda mais na construção e no desenvolvimento do raciocínio”, salienta.

As palavras acreditar e transformar estão nas veias na escola. O projeto de pertencimento #somostodostancredo foi um ponto forte para essa última conquista da instituição. “Temos uma boa acolhida, fazemos práticas de meditação, atividades de educação para o pesar, tudo voltado para a vida, para que os jovens sejam felizes. É trazer a comunidade para a escola. Nós realizamos várias campanhas para que eles possam fazer pelos outros e não apenas receber”, conta Patrícia. “Quando queremos uma transformação na escola, precisamos que os alunos percebam que eles fazem parte desse processo. E é isso que estamos conseguindo de um tempo para cá”, complementa a diretora.

A aluna Natália Ribeiro Pimentel de Lima, de 12 anos, é um dos estudantes que realizou a prova do Ideb no ano passado. “É muita alegria porque tivemos que nos superar muito para alcançar esse sonho. Para mim, isso é um sonho. Ficamos muito felizes pela nota conquistada”, conta. Já Bernardo Cassão, de 13 anos, manteve a calma durante o teste. “Pensei que a prova ia ser mais difícil, mas as professoras nos ensinaram tudo muito bem. No dia estava tranquilo e ganhamos até cupcake”, brinca.

Nova Pádua também bate índices
O ensino do município vizinho não chegou aos índices de 2021, mas o superou a meta estipulada para o ano de 2017. Os alunos do 5º ano obtiveram uma nota de 6.9 – ultrapassando o índice estipulado em 6.7. Como em Flores, os anos finais também ficaram abaixo, com a pontuação de 5.1 em uma média de 5.9 para o ano de 2017. Já o ensino médio alcançou 4.6.
A secretária de Educação, Mônica Corso Pan, ressalta que mesmo tendo somente uma escola estadual de ensino fundamental e médio em Nova Pádua, sempre que possível o município investe em capacitação de professores e dá suporte quando a escola necessita. “Iremos traçar metas para a contínua melhoria dos indicadores e, apesar da meta não ter sido atingida nas séries finais e em nível médio, vamos trabalhar para diagnosticar as deficiências e ajudar a saná-las”, ressalta. Mônica lembra que a secretaria está engajada na municipalização da educação.
 

Escola Tancredo de Almeida Neves é um dos destaques. - Gabriela Fiorio Alunos da Escola Tancredo de Almeida Neves, que fizeram a prova no ano passado, hoje estão cursando o 6º ano. - Gabriela Fiorio
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