Ampliação do ensino médio em Flores depende de parceria
Proposta do Estado é de que a prefeitura seja parceira para encaminhar reformas na Escola Frei Caneca. No comparativo com municípios que têm número semelhante de habitantes, Flores da Cunha é o único a ter apenas uma instituição para atender a este nível escolar
O presidente da Câmara de Vereadores de Flores da Cunha, Alexandre Scortegagna (PP), está tentando organizar uma comitiva que irá a Porto Alegre com o objetivo de solucionar a falta de vagas no ensino médio do município. O assunto foi debatido na sessão do dia 4 de abril pelos parlamentares. Scortegagna, que é professor, desde então faz contatos com representantes do partido na Capital para agendar um encontro com o secretário estadual de Educação, José Clóvis de Azevedo.
Scortegagna convidou os vereadores integrantes da Comissão de Educação, Saúde, Agricultura, Serviços Públicos e Direitos Humanos (Renata Zorgi Lusa, do PMDB, é a presidente; Osmar Doro, PDT; e Pedro Quintanilha, PSB) para integrarem o grupo. “Precisamos unir esforços para que o ensino médio seja implantado na Escola Estadual Frei Caneca, o que irá desafogar o São Rafael e atender à demanda de vagas do município”, opina o presidente do legislativo. Ele revela que algumas turmas da Escola São Rafael têm até 48 alunos à noite. “Aliado à falta de dimensão das salas, é insuportável dar aula nessas condições”, protesta o vereador.
Outro progressista, Felipe Salvador, na sessão do dia 4, concordou com a proposta do presidente de que seja formada uma comitiva para cobrar, em Porto Alegre, a ampliação do ensino médio em Flores da Cunha. “A ideia é proveitosa. É inadmissível não haver vagas em pleno Século 21. Sugiro ainda que seja criada uma situação provisória para atender aos estudantes que aguardam uma vaga no município, torcendo para que o Frei Caneca seja ampliado o mais breve possível”, pondera Salvador.
Ampliação da modalidade no Frei Caneca depende de reformas
O debate sobre a implantação de mais uma escola de ensino médio no município é de longa data. Há pelo menos cinco anos Flores reivindica por mais uma escola de ensino médio. Com mais de 27 mil habitantes, somente a Escola Estadual São Rafael atende a modalidade. Em 2010, a Câmara de Vereadores entregou um documento à 4ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE), na época sob a coordenação de Marta Fattori, para a expansão do ensino médio na Escola Estadual de Ensino Fundamental Frei Caneca. Na ocasião, foi solicitado um estudo sobre o levantamento de alunos no município e a capacidade de lotação da Escola São Rafael. Conforme o coordenador adjunto da 4ª CRE, Lucas Carenhato, a solicitação para ampliação do ensino médio no Frei Caneca passa por um processo de adequação da instituição de ensino. A escola tem estrutura necessária para acomodar a modalidade, entretanto para que o Conselho Estadual de Educação (responsável pela definição e avaliação da ampliação) dê o parecer favorável, a instituição precisa passar por algumas reformas, como a troca de telhado. "Para que se resolva um problema de infiltração e possa haver laboratórios de informática e ciências no segundo piso", assinala Carenhato.
Convênio
Um convênio entre a Prefeitura Municipal e o Estado – que deve ser assinado durante encontro pré-agendado com o secretário estadual da Educação José Clóvis de Azevedo no próximo dia 28 – prevê um subsídio de 15% da Prefeitura para a execução das obras. "Essa reforma está impedindo o funcionamento dos laboratórios. A parceria com a prefeitura irá reduzir o tempo e, quem sabe, já no próximo ano ter sanado esse problema para iniciar o ensino médio no Frei Caneca e com isso resolver a questão de superlotação do São Rafael", diz o coordenador.
Segundo a secretária municipal de Educação, Cultura e Desporto, Claudete Gaio Conte, o subsídio do executivo para as obras do Frei Caneca auxiliará a comunidade em outra questão. "Em contrapartida, vamos buscar junto ao Estado a implantação do EJA (Educação para Jovens e Adultos) em Flores para o ensino médio. Com a ampliação do Frei Caneca, o espaço físico do São Rafael irá desafogar e poderemos implantar o EJA nessa modalidade na escola. São duas ações que ocorrerão concomitantemente", destaca a secretária.
Atualmente, em Flores, existe EJA somente para o ensino fundamental. É de responsabilidade do município a educação nos ensinos infantil e fundamental, sendo obrigação do estado o ensino médio.
A situação em outros municípios da Região
Se comparada a outros municípios com o mesmo número de habitantes, Flores é a única cidade da Região a ter apenas uma escola de ensino médio. Por exemplo, a cidade de Carlos Barbosa, com 25.193 habitantes, possui três escolas de ensino médio, sendo duas estaduais e uma particular. Em municípios menores, caso de Antônio Prado, com 12.837 moradores, a discrepância é ainda maior. São quatro escolas que atendem aos estudantes de ensino médio no município pradense.
De acordo com o diretor da Escola São Rafael, Vitório Francisco Dalcero, como a cidade está crescendo é preciso suprir a demanda aumentando o número de vagas. "É preciso abrir mais uma escola de ensino médio em Flores da Cunha, visto também que ocorreu no ano passado o fechamento das aulas do Mutirão", assinala o diretor.
A Escola São Rafael atende a 1,1 mil alunos, sendo 868 no ensino médio nos turnos da manhã, tarde e noite. Somente no primeiro ano são 440 estudantes. A Escola Estadual de Ensino Fundamental Frei Caneca, cotada para receber o ensino médio, possui 366 alunos, nos turnos da manhã e tarde. Conforme cadastro da Associação dos Estudantes Universitários (AEU), em 2010, havia 118 alunos do ensino médio cadastrados no transporte escolar para Caxias do Sul. Esses alunos frequentam, em sua maioria, os colégios São Carlos, Cristóvão, São José, Carmo e Cetec-UCS.
Entenda o caso
Na semana passada, O Florense divulgou que a Escola Estadual de Ensino Médio São Rafael está com uma lista de espera de 20 alunos para o 1º ano do ensino médio no turno da noite. Nesta semana, conforme o coordenador adjunto da 4ª CRE, Lucas Carenhato, dessa lista, sete vagas foram encaminhados para matrícula, duas aguardam por decisão e 11 são estudantes que tem mais de 18 anos, idade na qual a legislação não obriga à abertura de vagas.
Única escola de ensino médio de Flores, o São Rafael tem mais de 40 alunos em cada uma das três turmas da manhã e das três do noturno. Há vagas na escola somente para o turno da tarde. Um dos motivos apontados pela diretoria do colégio pela procura por vagas no turno da noite é o fechamento das aulas do Mutirão no final do ano passado.
Scortegagna convidou os vereadores integrantes da Comissão de Educação, Saúde, Agricultura, Serviços Públicos e Direitos Humanos (Renata Zorgi Lusa, do PMDB, é a presidente; Osmar Doro, PDT; e Pedro Quintanilha, PSB) para integrarem o grupo. “Precisamos unir esforços para que o ensino médio seja implantado na Escola Estadual Frei Caneca, o que irá desafogar o São Rafael e atender à demanda de vagas do município”, opina o presidente do legislativo. Ele revela que algumas turmas da Escola São Rafael têm até 48 alunos à noite. “Aliado à falta de dimensão das salas, é insuportável dar aula nessas condições”, protesta o vereador.
Outro progressista, Felipe Salvador, na sessão do dia 4, concordou com a proposta do presidente de que seja formada uma comitiva para cobrar, em Porto Alegre, a ampliação do ensino médio em Flores da Cunha. “A ideia é proveitosa. É inadmissível não haver vagas em pleno Século 21. Sugiro ainda que seja criada uma situação provisória para atender aos estudantes que aguardam uma vaga no município, torcendo para que o Frei Caneca seja ampliado o mais breve possível”, pondera Salvador.
Ampliação da modalidade no Frei Caneca depende de reformas
O debate sobre a implantação de mais uma escola de ensino médio no município é de longa data. Há pelo menos cinco anos Flores reivindica por mais uma escola de ensino médio. Com mais de 27 mil habitantes, somente a Escola Estadual São Rafael atende a modalidade. Em 2010, a Câmara de Vereadores entregou um documento à 4ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE), na época sob a coordenação de Marta Fattori, para a expansão do ensino médio na Escola Estadual de Ensino Fundamental Frei Caneca. Na ocasião, foi solicitado um estudo sobre o levantamento de alunos no município e a capacidade de lotação da Escola São Rafael. Conforme o coordenador adjunto da 4ª CRE, Lucas Carenhato, a solicitação para ampliação do ensino médio no Frei Caneca passa por um processo de adequação da instituição de ensino. A escola tem estrutura necessária para acomodar a modalidade, entretanto para que o Conselho Estadual de Educação (responsável pela definição e avaliação da ampliação) dê o parecer favorável, a instituição precisa passar por algumas reformas, como a troca de telhado. "Para que se resolva um problema de infiltração e possa haver laboratórios de informática e ciências no segundo piso", assinala Carenhato.
Convênio
Um convênio entre a Prefeitura Municipal e o Estado – que deve ser assinado durante encontro pré-agendado com o secretário estadual da Educação José Clóvis de Azevedo no próximo dia 28 – prevê um subsídio de 15% da Prefeitura para a execução das obras. "Essa reforma está impedindo o funcionamento dos laboratórios. A parceria com a prefeitura irá reduzir o tempo e, quem sabe, já no próximo ano ter sanado esse problema para iniciar o ensino médio no Frei Caneca e com isso resolver a questão de superlotação do São Rafael", diz o coordenador.
Segundo a secretária municipal de Educação, Cultura e Desporto, Claudete Gaio Conte, o subsídio do executivo para as obras do Frei Caneca auxiliará a comunidade em outra questão. "Em contrapartida, vamos buscar junto ao Estado a implantação do EJA (Educação para Jovens e Adultos) em Flores para o ensino médio. Com a ampliação do Frei Caneca, o espaço físico do São Rafael irá desafogar e poderemos implantar o EJA nessa modalidade na escola. São duas ações que ocorrerão concomitantemente", destaca a secretária.
Atualmente, em Flores, existe EJA somente para o ensino fundamental. É de responsabilidade do município a educação nos ensinos infantil e fundamental, sendo obrigação do estado o ensino médio.
A situação em outros municípios da Região
Se comparada a outros municípios com o mesmo número de habitantes, Flores é a única cidade da Região a ter apenas uma escola de ensino médio. Por exemplo, a cidade de Carlos Barbosa, com 25.193 habitantes, possui três escolas de ensino médio, sendo duas estaduais e uma particular. Em municípios menores, caso de Antônio Prado, com 12.837 moradores, a discrepância é ainda maior. São quatro escolas que atendem aos estudantes de ensino médio no município pradense.
De acordo com o diretor da Escola São Rafael, Vitório Francisco Dalcero, como a cidade está crescendo é preciso suprir a demanda aumentando o número de vagas. "É preciso abrir mais uma escola de ensino médio em Flores da Cunha, visto também que ocorreu no ano passado o fechamento das aulas do Mutirão", assinala o diretor.
A Escola São Rafael atende a 1,1 mil alunos, sendo 868 no ensino médio nos turnos da manhã, tarde e noite. Somente no primeiro ano são 440 estudantes. A Escola Estadual de Ensino Fundamental Frei Caneca, cotada para receber o ensino médio, possui 366 alunos, nos turnos da manhã e tarde. Conforme cadastro da Associação dos Estudantes Universitários (AEU), em 2010, havia 118 alunos do ensino médio cadastrados no transporte escolar para Caxias do Sul. Esses alunos frequentam, em sua maioria, os colégios São Carlos, Cristóvão, São José, Carmo e Cetec-UCS.
Entenda o caso
Na semana passada, O Florense divulgou que a Escola Estadual de Ensino Médio São Rafael está com uma lista de espera de 20 alunos para o 1º ano do ensino médio no turno da noite. Nesta semana, conforme o coordenador adjunto da 4ª CRE, Lucas Carenhato, dessa lista, sete vagas foram encaminhados para matrícula, duas aguardam por decisão e 11 são estudantes que tem mais de 18 anos, idade na qual a legislação não obriga à abertura de vagas.
Única escola de ensino médio de Flores, o São Rafael tem mais de 40 alunos em cada uma das três turmas da manhã e das três do noturno. Há vagas na escola somente para o turno da tarde. Um dos motivos apontados pela diretoria do colégio pela procura por vagas no turno da noite é o fechamento das aulas do Mutirão no final do ano passado.
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