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Amor além do câncer

Em meio às boas sensações da espera do primeiro filho, Issia Benedetti Adami foi surpreendida por um carcinoma agressivo de mama e desde então luta ao lado da família

Hoje o pequeno Heitor, de dois meses, é a alegria da casa e um alento em meio a tantas preocupações. Ele nasceu forte e saudável depois de enfrentar, junto com a mãe Issia Benedetti Adami, 34 anos, duas sessões de quimioterapia. Com 30 semanas de gestação, Issia foi surpreendida com a descoberta de um agressivo câncer de mama. “É difícil pensarmos a todo o momento em fazer o autoexame. E comigo não foi diferente. Estava tudo bem, fazia o acompanhamento pré-natal e um dia, quando estava tomando banho, percebi que uma mama estava mais dura que a outra. Inicialmente pensei que era da gravidez, mas mesmo assim mandei uma mensagem para minha doutora. Do banho até o resultado da biópsia foram quatro dias, por isso o diagnóstico precoce é tão importante”, valoriza Issia.

A jovem faz parte de uma parcela grande da população feminina que é acometida pelo câncer de mama, o tipo de carcinoma mais comum entre as mulheres no mundo e no Brasil, depois do de pele não melanoma, responde por cerca de 30% dos casos novos a cada ano. Por isso, o mês de outubro foi eleito para, anualmente, lembrar da importância da prevenção e do diagnóstico precoce da doença. Em Flores da Cunha, o Outubro Rosa tem uma programação que conta com diversas atividades, entre elas exames gratuitos e a tradicional Caminhada pela Vida (confira a programação abaixo). As ações contam com a força da Liga Feminina de Combate ao Câncer de Flores da Cunha, entidade que tem como missão amparar pessoas carentes portadoras de câncer e atuar preventivamente junto à comunidade, juntamente com a prefeitura.

 

Uma luta, duas vidas

No dia seguinte daquele em que percebeu uma mama diferente durante o banho, Issia realizou todos os exames e em quatro dias estava com o resultado em mãos. “Foi no dia 30 de maio e foi uma loucura, uma situação totalmente inesperada, e logo comecei o tratamento com a quimioterapia. Fiz duas sessões grávida e, antes da terceira, quando estava com 38 semanas de gestação, programamos o nascimento do Heitor”, conta a florense.

Com lágrima nos olhos e segurando nos braços, como um precioso troféu, o pequenino Heitor, Issia conta que passou por dias de muita angústia, onde a saúde do filho era a sua prioridade. “Nos primeiros dias depois da notícia, a gente não enlouquece por pouco, porque tudo acontece muito rápido pra nossa cabeça assimilar. Os médicos indicaram que eu começasse o tratamento o quanto antes e meu maior medo era que algo pudesse prejudicar a gestação. Mas tive que confiar, e deu tudo certo, os efeitos colaterais foram suportáveis e o bebê nasceu bem”, reconhece Issia.

No geral, o câncer de mama tem mais incidência após os 50 anos de idade. No entanto, mulheres jovens, com menos de 40 anos, também podem ser acometidas pela doença, mas com uma incidência muito menor. “Ouvimos falar das estatísticas dessa doença, e agora eu faço parte delas. É uma luta contra o tempo, antes por duas vidas, e agora que ele nasceu eu só quero melhorar ainda mais. A estrutura familiar nessas ocasiões é muito importante. Todo mundo começa a rezar e a gente fica cada vez mais forte. Eu fui abençoada por ter todos ao meu lado, meu marido é fantástico, me acompanhou desde a primeira consulta e a minha primeira quimio, no Dia dos Namorados, ele estava lá me apoiando”, relembra Issia emocionada.

Apesar de ter a frustração de não poder amamentar o pequeno Heitor – Issia ainda tem sessões de quimioterapia até novembro –, o apoio do esposo Flávio Roberto Adami e de toda a família torna o convívio com o câncer um fardo menos pesado. “No dia a dia a gente consegue ter uma vida praticamente normal. Quando eu faço as sessões de quimios minha mãe fica com o Heitor. Eu trouxe o escritório para casa e tenho a rotina de cuidar de uma criança. Mas é assim, o câncer acaba envolvendo o núcleo familiar inteiro”, relata a jovem que conta que, segundo os médicos, o carcinoma em pessoas jovens é muito agressivo, mas, ao mesmo tempo, o tratamento tem maior eficácia.

Em dezembro Issia fará a mastectomia (a retirada cirúrgica de toda a mama) e no próximo ano entrará na fase das radioterapias. Mas o caminho não assusta a jovem mãe, tão pouco tira o brilho de seu sorriso e a esperança do olhar.

O mês da prevenção

Em Flores da Cunha, e todo o Brasil, a luta pelo combate ao câncer de mama é anualmente intensificado no mês de outubro. Além da programação especial, durante o mês a Igreja Matriz recebe iluminação especial para reforçar a conscientização. Em Nova Pádua, são realizados exames de prevenção na Unidade Sanitária Dom Henrique Gelain. Para as 100 primeiras mulheres, a UBS entrega um mimo como incentivo e valorização a autoestima.

 

Programação

– Sábado, dia 13: Distribuição de material preventivo em diversos pontos do município

– Dia 16, pela manhã: Blitz no pórtico Sul, com distribuição de material informativo, organizada pela UBS do Pérola

– Dia 16, às 14h: Bate-papo com a comunidade, além de distribuição de balões para alertar sobre a importância da prevenção, na UBS de São Gotardo

– Dia 17, às 14h: Bate-papo e café da tarde compartilhado na UBS do União

– Dia 18, às 14h: No Bar do Alemão, em Nova Roma, haverá bate-papo e sessão de cinema. A UBS de Nova Roma terá durante o mês vacinação do HPV nas escolas Antônio Soldatelli e Tiradentes, além de consultas especiais com ginecologista e exames de mamografia.

– Dia 20, das 8h às 12h: O Centro de Saúde Irmã Benedita Zorzi realiza exames preventivos

– Dia 22: Visita aos órgãos públicos da cidade para distribuição de materiais informativos, realizada pela equipe da UBS do Pérola

– Dia 27, às 14h: Caminhada pela Vida, com saída em frente ao Clube Independente e caminhada até a Igreja do bairro Aparecida

 

 

O jovem mãe Issia Benedetti Adami descobriu nas 30 semanas de gestação um câncer de mama. Hoje, tem nos braços o pequeno Heitor. - Gabriela Fiorio
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