Alimento saudável direto do produtor
Desde 1989, Feira do Produtor ocorre duas vezes por semana no Centro de Flores
Produtos frescos, qualidade garantida e valorização do agricultor local. A Feira do Produtor é um espaço onde a comunidade encontra diversos alimentos produzidos em Flores da Cunha.
Conforme dados da Secretaria da Agricultura do município, a Feira do Produtor existe desde 1989, a partir da criação de uma lei. São 31 anos, por onde já passaram diversos produtores rurais e hoje, dois deles ainda permanecem lá: Vanio Sandi e Nelson José Molon. “O objetivo da Feira é a comercialização dos produtos produzidos nas propriedades de Flores da Cunha. Já teve anos que muitos produtores faziam parte. Atualmente, como outros nichos cresceram, como venda a domicílio, direto para mercados e o Ceasa, foram poucos que permaneceram”, destaca a secretária de Agricultura, Stella Pradela. Conforme Stella, qualquer produtor florense que queira vender seu produto, pode participar, mas deve realizar um cadastro na Secretaria.
A Feira do Produtor ocorre na esquina da Rua Garibaldi com a Júlio de Castilhos, ao lado da Agrobichos, na quarta-feira, a partir das 13h, e aos sábados, a partir das 7h30min até às 12h.
“Adoro o que faço”
O agricultor Vanio Sandi, 48 anos, há 16 participa da Feira. Sandi tem propriedade em Otávio Rocha e planta frutas e verduras diversificadas. “Alguns produtos que possuo na banca são de outros produtores locais. As parcerias são importantes. Nem sempre temos tudo, então buscamos os produtores na nossa cidade para colocarem aqui seus produtos”, informa.
De acordo com Sandi, em meio à pandemia as vendas cresceram em torno de 10 a 15%. “A maioria das pessoas vem aqui porque o produto é de qualidade e não gostam de enfrentar fila nos mercados”, garante Sandi, que informa que o perfil de clientes é praticamente o mesmo: pessoas a partir dos 40 anos. “Às vezes aparecem alguns jovens, e algumas pessoas que passam aqui e dizem: “nossa nem sabia que em Flores tinha feira””, ressalta o agricultor. Na banca de Sandi, alguns produtos são orgânicos, mas, segundo ele, não tem ainda uma procura muito grande.
E para atender todos os clientes, Sandi conta com um ajudante: Carlos Eduardo Bernardi, 20, que há três se dedica à profissão de verdureiro. Bernardi é técnico de enfermagem especializado em instrumentação cirúrgica e está no 4º semestre de Direito. “Teve um dia que vim aqui tomar chimarrão e começamos a conversar, então fiquei”, conta ele todo sorridente e motivado a trabalhar. “Como sou sozinho, é sempre bom uma ajuda para atender e também descarregar e carregar o caminhão”, revela o agricultor.
Além da Feira, Sandi atua na entrega de mercadorias em pizzarias, mercados e, quando havia aulas, nas creches do município. “Faço essa outra parte para não perder o produto. Tem vezes que não se vende tudo na Feira, então para não por fora ou deixar produto velho para a próxima semana, vendemos nesses locais. Só depender da Feira não dá”, diz.
De acordo com Sandi, os primeiros quatro anos foram complicados. “Pensei umas quatro vezes em desistir. Agora não saio daqui de jeito maneira. Eu adoro o que faço e me sinto contente em ajudar as pessoas".
“Temos muitos fregueses”
Nelson José Molon, 60, e a esposa Reali Galiotto Molon, 55, participam da Feira há 22 anos. “Fui um dos primeiros a participar e não dá para reclamar, principalmente este ano que está atípico”, enaltece.
Para eles, os fregueses aumentam a cada dia, mas a troca do local foi de fundamental importância. “Antes, quando era ao lado do Banco do Brasil, não tinha lugar para estacionar, era mais complicado, agora temos muito mais fregueses”, enfatiza.
Como é o caso do casal Salete de Oliveira, 47, operadora de sopro, e Airton Rezende, 40, azulejista. Eles visitam a Feira toda a semana. “Os produtos são de boa qualidade e os preços são em conta”, adiantam. Além disso, os produtos são diferenciados. “Eles têm todo um cuidado ao atender, e isso faz com que a gente volte sempre”, declaram.
Na barraca de Molon, a maioria dos produtos vem de sua propriedade, em Otávio Rocha. “Faço Ceasa também com os produtos que sobram”, informa. Mas, para Molon, o tempo de Feira não deve se estender muito. “Tenho alguns problemas de coluna e acho que ficarei mais um ou dois anos”, declara. Ele diz que os filhos preferem trabalhar em casa. “Não gostam muito da Feira. Eles se dedicam aos morangos e as parreiras, além das nossas outras produções”, informa.
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