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Alberto Oliveira desiste de buscar a reeleição

Decisão foi anunciada nesta semana pelo deputado

O deputado estadual Alberto Oliveira (PMDB), que no ano passado havia decidido concorrer à reeleição no pleito de outubro de 2010, anunciou na tarde de terça-feira, dia 6, no plenário da Assembleia Legislativa, que irá se dedicar à vida particular ao término do mandato. Ele não cogita pleitear uma vaga de deputado federal e enfatiza que não pretende abandonar a vida pública. “Não vou virar as costas para tudo, tenho uma trajetória”, resume. O parlamentar alega que não existe um motivo, mas uma série deles que o motivaram a tomar a decisão.

Durante seu discurso na Capital, o ex-vereador e ex-prefeito de Flores da Cunha fez uma rápida retrospectiva, citando que foi movido a fazer política “por respeitar e valorizar a liberdade e a democracia. Encontrei no MDB, e depois no PMDB, o espaço para consolidar estes valores. Foi nesta agremiação, meu único partido ao longo dos 35 anos da minha vida pública, que conheci grandes líderes nacionais, como Ulysses Guimarães, Tancredo Neves e Teotônio Vilela, e tenho profundo respeito por líderes gaúchos, como Germano Rigotto, Pedro Simon e José Fogaça”.

Oliveira foi vereador em 1982. Cinco anos depois foi chefe de Gabinete do então governador Pedro Simon. Em 1988, foi eleito prefeito de Flores. Em 1995, assumiu a Secretaria Estadual do Turismo e, entre 1987 e 2001, atuou como vice-presidente estadual do PMDB. Coordenou a campanha de Germano Rigotto ao governo do Estado e foi chefe da Casa Civil em 2003, onde permaneceu até 31 de março de 2006 – no final do mesmo ano foi eleito deputado estadual com 36.516 votos.
Em entrevista concedida ontem ao jornal O Florense, por telefone, o político lamentou que seu partido, “o maior do Brasil”, não tenha um candidato à presidência da República. Confira abaixo os principais trechos.

O Florense: O que, sinceramente, motivou o senhor a desistir da reeleição?
Alberto Oliveira:
Foi uma decisão difícil, mas amadurecida com o tempo. Chegou a hora em que não quis mais ser deputado. Nosso sistema eleitoral não permite debates, nem liberdades. Já quanto aos partidos, a legislação deveria mudar, pois a fidelidade partidária praticamente foi deixada de lado. Tenho falado muito que existe uma valorização exagerada de atitudes negativas. Isso machuca um pouco. A sociedade, atualmente, tem descrédito político, o que faz, talvez, que a classe seja nivelada por baixo.

O Florense: O senhor acha que esse nivelamento por baixo irá acabar algum dia?
Oliveira:
Ao longo dos anos isso tem de ter volta. A política faz parte do contexto de nossas vidas. Defendo a política e a vida pública. Os cidadãos precisam saber discernir quem faz política.

O Florense: Em Caxias do Sul circula a informação de que o senhor teria desistido da reeleição para trabalhar com o ex-governador Germano Rigotto (deve concorrer ao Senado) ou com o prefeito licenciado de Porto Alegre, José Fogaça (pré-candidato ao governo do Estado). É verdade?
Oliveira:
Acredito que Caxias do Sul deva cuidar dos assuntos de Caxias do Sul. São conjecturas.

O Florense: A sua desistência pode abrir as portas para outros candidatos da Serra, como é o caso de Maria Helena Sartori, de Caxias do Sul, não é?
Oliveira:
Sem dúvida, mas nomes estão sendo lançados, e caberá ao partido definir os candidatos na região.

O Florense: E depois que o senhor concluir o mandato, o que fará?
Oliveira:
Não preciso ser deputado para discutir política ou fazer política. Vou seguir minha vida particular e me dedicar a causas que considere pertinentes, como é o caso do combate às drogas, assunto que tenho amplamente debatido dentro do parlamento.


Alberto Oliveira. - Walter Fagundes
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