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Água e esgoto em debate

Corsan tem até o final do mês para entregar plano de ação municipal

O tema água está sendo bastante debatido no município de Flores da Cunha. Com reclamações constantes de falta de abastecimento nas últimas semanas, uma terceira reunião entre o poder público e a Corsan foi realizada no dia 13 – a primeira ocorreu em 17 de fevereiro e a segunda no dia 2 de março, a qual previa que até o final de abril a Corsan comunicasse ações contempladas em solo florense. “O município cobrou agilidade na apresentação de um plano de ação de curto prazo para resolver os constantes problemas de falta de abastecimento de água e também medidas a longo prazo para a garantia de abastecimento”, salienta a secretária de Planejamento, Meio Ambiente e Trânsito, Rosiane Machado Pradella, que destaca que o prazo para entrega das melhorias continua para o final do mês. 
“O intuito de adiantar a última reunião – prevista para final de abril – foi para acelerar a cobrança dos prazos previamente acordados no mês de março com a equipe técnica”, informa a secretária. 
Conforme a chefe da pasta, a Corsan garantiu que durante este período de implementação das novas ações irá assegurar o abastecimento de água da população com caminhão-pipa em caso de eventuais problemas. E isto está sendo bastante visível. Diariamente moradores de Flores da Cunha veem o abastecimento dos reservatórios com caminhões-pipas. “Aqui no São José é dia e noite, todo o dia. E ainda assim tem momentos que ficamos sem água. Está bem difícil”, diz uma moradora da localidade que reside próximo aos reservatórios.
“A administração pública irá cobrar que o plano de ação também contemple prazos para a revisão do estudo que viabiliza a captação de água na bacia do Rio São Marcos”, informa Rosiane.
Desde o início da nova gestão municipal, a administração pública está cobrando soluções da Companhia quanto às questões de água e esgoto. A secretária conta que a prefeitura conseguiu o comprometimento da Corsan quanto à entrega de um poço na localidade de São João, até o final do mês de abril, e de Santa Bárbara, até o final de maio. Ainda segundo Rosiane, já foi emitido por parte da Companhia a ordem de compra de novos tanques para garantir a reserva de água.
A equipe de redação do Jornal O Florense entrou em contato com o gestor da Corsan de Flores da Cunha, Giovani Tavares Espelocin, o qual afirmou que não falará a respeito do assunto. 

Esgoto

O município de Flores da Cunha ainda não tem uma estação de tratamento de esgoto, por isso a prefeitura e a Corsan vêm também discutindo em suas reuniões este problema. “O tratamento de esgoto impacta na qualidade de vida da comunidade, na saúde, além de impactar nos avanços da preservação do meio ambiente”, informa Rosiane.
O plano de ação em relação a esse assunto também será entregue até o final deste mês. Segundo a secretária de Planejamento, Meio Ambiente e Trânsito, algumas estratégias estão sendo revistas pela Corsan, “uma vez que os avanços quanto ao tratamento nos últimos anos foram mínimos”.

ETE Lagoa Bela

Uma Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) na localidade de Lagoa Bela é assunto de mais de 10 anos em Flores da Cunha. 
Conforme matérias publicadas no Jornal O Florense, em 12 de janeiro de 2011, o então prefeito Ernani Heberle, assinou um contrato com a Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) que delega à Companhia a prestação dos serviços de abastecimento de água e tratamento do esgoto municipal. O contrato, com prazo de vigência de 25 anos (até 2026), previa que até 2020 fosse executada a primeira etapa, com a construção da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Lagoa Bela. Com a ETE Lagoa Bela e a ligação da rede pluvial a este local, o município passaria a tratar 70% do esgoto.

Para entender

- Em 2011, a prefeitura municipal e a Corsan assinaram um contrato para a prestação dos serviços de abastecimento de água e tratamento do esgoto municipal. O contrato, com vigência de 25 anos, prevê que até 2020 seja executada a primeira etapa da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Lagoa Bela; e que até 2036 seja estruturado o Sistema de Esgotamento Sanitário.
- Na época do contrato, previa-se um investimento inicial de R$ 10 milhões e a conclusão da obra em três anos. O contrato também estimava multa no caso de não cumprimento das metas.
- O projeto inicial precisou ser modificado para um sistema misto de coleta. Houve resistência por parte da Fepam/RS para aprovar a atualização.
- Em dezembro de 2014, após duas tentativas de compra de terreno para a construção da ETE, a Corsan definiu o local na comunidade de Lagoa Bela. O terreno foi aprovado pela Fepam/RS.
- Nesse mesmo ano, a prefeitura municipal divulgou o decreto que dava urgência à desapropriação da área e a declarava como de utilidade pública.
- Em 2015, o dono do terreno recusou a oferta pelo imóvel e o caso entrou em trâmite judicial até 2018, quando as partes entraram em acordo. O terreno já está em nome da Corsan.
- Em 2017, uma reunião no gabinete do prefeito, à época Lídio Scortegagna, anunciou a liberação de recursos e início do processo de licitação (para o primeiro semestre de 2018). Os valores somavam-se em aproximadamente R$ 17 milhões. 
- Em 2018, o projeto de sistema misto de coleta de esgoto passava pelo licenciamento na Fepam.
- Em 2019, foi dado início ao encaminhamento do processo e até então nada foi feito.

 - Gabriela Fiorio
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