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Agricultores investem no aprimoramento das propriedades

Subsídio de máquinas agrícolas feito pela prefeitura de Flores da Cunha teve aumento superior a 70% neste primeiro semestre

Melhorar a estrutura de produção e ganhar em qualidade dos morangos. Essa é a estratégia do agricultor Izaia Galiotto, que investe na produção de morangos, tomates e uvas no distrito florense de Otávio Rocha. Ele faz parte das famílias que neste ano procuraram a prefeitura de Flores da Cunha em busca do programa de subsídio de máquinas pesadas. De acordo com a Secretaria de Agricultura e Abastecimento, a cota disponibilizada para o ano inteiro – de 3 mil horas-máquina – foi atingida somente de janeiro a julho de 2015. No ano passado, o mesmo período registrou cerca de 1,6 mil horas-máquina. Os mais de 70% de aumento na procura pelo custeio revelam que os agricultores estão empenhados na diversificação da produção, além da busca por novas e mais rentáveis culturas.

O programa de subsídio de máquinas pesadas do poder público oferece desconto de 40% do valor pago por hora de trabalho de máquinas como trator de esteira e escavadeira hidráulica. Cada propriedade pode solicitar no máximo 20 horas ao ano para atividades como terraplanagem, grampeamento, destocamento, abertura de valas de drenagem, construção de açudes, patamares e abertura de estradas dentro das propriedades. “Os agricultores estão priorizando a renovação dos seus pomares e optando pelo plantio de culturas com um valor agregado maior, como cebola, tomate e os hortifrutigranjeiros. São vilões para quem compra, mas para o agricultor o valor remunerado dessas culturas está muito bom. Por esse motivo já tivemos no primeiro semestre uma procura maior pelos serviços do que houve durante todo o ano passado, que fechou em 2,9 mil horas-máquina”, recorda o secretário de Agricultura, Jones Piroli.

O distrito de Mato Perso também é um grande ‘consumidor’ do programa, muito em função da diversidade de culturas agrícolas da região. “Mato Perso se vale muito pela renovação dos pomares. A diversificação lá é grande. Por isso é necessária uma reestruturação dessas plantas, tanto de pomares como também de vinhedos”, acrescenta Piroli. O técnico agrícola da Emater-Ascar de Flores da Cunha, Jair Carlin, complementa que no passado a demanda das máquinas agrícolas era para aumentar a área de produção; hoje a ampliação deu lugar à renovação. “No pêssego, por exemplo, variedades antigas são substituídas por outras, com cor e sabor mais atraentes, o que acontece também com os parreirais. Está se pensando na produtividade, no retorno financeiro e isso faz parte de um processo de competitividade, de crescimento, o que é muito positivo para nosso interior”, valoriza.

Dedicação para aperfeiçoar
O distrito de Otávio Rocha é considerado um dos principais produtores de morangos do Estado. Muitas famílias perceberam na diversificação da produção a solução para uma propriedade lucrativa, além de despertar o interesse dos jovens pela agricultura. O produtor Izaia Galiotto, 52 anos, vislumbrou isso há 20 anos, quando paralelamente aos vinhedos começou a investir no morango.

A atividade é hoje a principal fonte de renda da família, que conta com o trabalho de todos. Izaia a esposa Fátima Isoton Galiotto, 55 anos, incentivaram a participação dos filhos na atividade. Hoje, Greici, 20 anos, estudante de Comércio Internacional; e Jardel, 18 anos, que cursa Agronomia, estão inseridos no trabalho. “O que falta na região são profissionais que incentivem a diversidade nas propriedades e ter os jovens é uma iniciativa também da família. É preciso sempre olhar para frente e melhorar”, acredita o agricultor.

A família utilizou o serviço da prefeitura em abril deste ano para melhorar a área de estufas de morango. Foram feitos novos patamares que melhoraram a produção que conta com mais de 300 mil pés da fruta distribuídos em mais de 50 estufas. “Nosso projeto de agora em diante não é ampliar, mas sim melhorar a propriedade”, complementa Galiotto, que há 13 anos dedica-se ao plantio de morangos em estufas. “Com isso melhoramos o trabalho, a limpeza e a qualidade das frutas. Hoje nossa irrigação é totalmente automática”, complementa Jardel.

Além dos morangos a família conta com uvas cobertas e tomates. A venda é feita na Ceasa de Porto Alegre, em fruteiras da Região Metropolitana da Capital e na cidade de Campo Grande (MS), sob a marca D’Flores. “Melhorar a propriedade é importante em todos os sentidos. Investimos na estrutura e também no escritório, as notas e pedidos são todos feitos aqui de forma eficiente e familiar”, complementa Greici. Além da produção própria a família compra frutas de pequenos produtores de Flores da Cunha, São Marcos e Antônio Prado.

Novas demandas somente para 2016
Com as 3 mil horas-máquina disponibilizadas pelo programa de subsídio de máquinas pesadas para 2015 esgotadas, a Secretaria de Agricultura e Abastecimento abrirá novas inscrições somente no próximo ano. O agricultor deve procurar a Secretaria, no subsolo da prefeitura, e inscrever sua propriedade. Cada pedido tem uma autorização e o local recebe uma visita técnica. Se o processo é aprovado o agricultor recebe 40% de subsídio, sendo o teto máximo de 20 horas-máquina. Outras informações pelo telefone (54) 3292.1722.


Família Galiotto, de Izaia (C) e os filhos Jardel e Greici: renovação das estufas que produzem morangos. - Camila Baggio
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