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Agricultores dão primeiros passos em novas culturas

A vitivinicultura e a alhicultura constituem as atividades mais tradicionais no município de Flores da Cunha.

A vitivinicultura e a alhicultura constituem as atividades mais tradicionais no município de Flores da Cunha. Entretanto, novas culturas e diferentes maneiras de plantar começam a ganhar espaço e destaque na agricultura. Os produtores vêm investindo e apostando em diversificação. Como é o caso do agricultor Jones Pirolli, da capela Nossa Senhora do Carmo, e Fernando Zin e Carlos Francisco Callai, de Santa Bárbara. Desde o ano passado, Pirolli vem investindo na plantação de um fruto pouco conhecido nos dias atuais: o marmelo. Bastante difundido nas décadas de 1930 a 1950, o fruto perdeu espaço nos últimos anos no país devido a demora da produção e ao pouco conhecimento sobre a cultura. Pirolli plantou mil pés da espécie marmelo-maçã, importada do Uruguai, numa área em que antes havia um parreiral. "Tive que tirar o parreiral por causa da peróla-da-terra, e resolvi por incentivo de uma empresa de doces a plantar o mamerlo", conta. A intenção do agricultor, que já tem um mercado garantido para a venda do fruto, é aumentar a área caso o empreendimento der certo. "Estou na expectativa, porque não sei se vai dar certo ou não. Mas, eu tinha a área, e resolvi arriscar na produção e nas informações que me passaram", aponta o agricultor. A área de plantio já está em produção, entretanto somente no ano que vem Pirolli vai conhecer os lucros do investimento, que foram cerca de R$ 4 por pé. A planta requer alguns cuidados especiais, como a utilização de agrotóxicos e um sistema de irrigação para o bom desenvolvimento da fruta. "Estamos experimentando e depois vamos ver o que fazer", diz o agricultor, que projeta colher cerca de 15kg da fruta por pé. O que é marmelo

O marmelo é fruto do marmeleiro (Cydonia oblonga), uma árvore de tamanho médio e natural da Ásia ocidental. É uma planta típica de climas temperados e exigente no trato cultural. Foi introduzida no Brasil por volta de 1532, tendo sido o primeiro produto de exportação paulista, antes mesmo do café. Chegou a ser uma cultura de grande importância, principalmente na década de 1930, quando a marmelada era o doce industrializado. O marmelo possui um formato semelhante ao da pêra, medindo entre 7 a 12 cm de largura por 6 a 9 cm por altura. A fruta possui uma coloração amarelo-dourada, característica que faz com que o marmelo seja conhecido como “pomo dourado”. Sua polpa é rígida e aromática. A fruta é adstringente e fortificante do aparelho digestivo. Não é consumida in natura, porém sua polpa é empregada na fabricação de doces e da famosa marmelada. Segundo informações publicadas pela Emater, as colheitas de marmelo acontecem de fevereiro a março. As safras comerciais começam a partir do terceiro ano da instalação do pomar. A produtividade é de 8 a 18 toneladas por hectare. Os estados que produzem o marmelo são Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná, Goiás, Bahia, São Paulo e Espírito Santo.

Investimento também em perus

Além do cultivo experimental de marmelo, Pirolli também dedica-se à criação de perus. A atividade iniciou a cerca de cinco anos, já que antes disso ele trabalhava com criação de frangos. Atualmente, possui um aviário com 4 mil perus, que atingem um peso entre 12 kg a 14 kg para a comercialização. "Eles chegam aqui com 750g e consomem em média 1kg de ração por dia", conta Pirolli. São necessárias 14 semanas para o animal atingir o peso ideal para o abate. Nesse período, a média de alimentação é 200 mil kg. Num ano, são produzidos três lotes, que são comercializados para uma empresa do ramo. "O peru é um animal bastante curioso e quando está frio come mais", diz. A criação de perus é uma atividade que não exige muita mão de obra. Entretanto, necessita de dedicação constante, boa higiene, alimentação adequada e boas condições de manejo. Apesar do investimento alto, o retorno também é garantido. Em média, cada cabeça de peru é comercializada a R$ 1,80.

Agricultor Jones Pirolli plantou mil pés de marmelo, que devem começar a produzir no próximo ano.  -
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