Acidentes urbanos aumentam 1.100% na última década
Dados da última década do Departamento de Trânsito e da Brigada Militar apontam ampliação de 1.100% nas ocorrências urbanas
A estatística da Brigada Militar (BM) de Flores da Cunha aponta que em 2003 eram registrados em média 10 acidentes por ano no perímetro urbano do município. Em 2013 (até agosto), este índice aumentou para 120 acidentes. A grande preocupação está em se o índice tiver este aumento proporcional, de 1.100%, qual será a situação no ano de 2023?
Para o diretor do Departamento de Trânsito, Décio Stangherlin, o Marinho, esse aumento é derivado de uma série de fatores que vêm desencadeando um número alarmante de acidentes. “Como principal fator temos a falta de educação e de respeito aos limites e sinalização. O ritmo das pessoas e a pressa são fatores crescentes, sem falar na má formação de condutores”, destaca Marinho, citando que em 45% dos acidentes estão envolvidos condutores na faixa etária entre 18 e 23 anos.
Outro fator colaborativo ao aumento de acidentes é o aumento da frota de veículos. “Em 10 anos a frota do Estado aumentou 58%, enquanto que em Flores a porcentagem foi de 72%”, analisa. O comandante do policiamento da BM de Flores da Cunha, tenente Luiz Carlos da Luz Rodrigues, também atribui os acidentes ao aumento expressivo do fluxo de veículos. “A facilidade em adquirir um veículo é um fator contribuinte, aliado à inexperiência do condutor”, define o policial. “Em 80% dos casos o motivo é imprudência. Apenas em 20% são falhas mecânicas”, pontua.
Até julho, segundo do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), estavam emplacados em Flores da Cunha 19.966 veículos, médias de dois para cada três habitantes. Outro grande problema local é também a falta de consciência coletiva. “Há uma necessidade que se deixe o veículo em casa para pequenas distâncias para o trânsito poder fluir no Centro. A Avenida 25 de Julho ainda é a mesma, a cidade está crescendo, mas devemos respeitar e ter paciência”, salienta Stangherlin.
Medidas
O tenente Luiz Carlos justifica que a Brigada reforça a fiscalização. “O nosso papel é fazer valer as leis de trânsito, para isso estamos intensificando a fiscalização e as abordagens para tentar conscientizar a população dos perigos”, opina o oficial. Conforme o Departamento de Trânsito, os cruzamentos mais perigosos de Flores são entre as ruas Frei Eugênio com Severo Ravizzoni; Frei Eugênio com Heitor Curra; Avenida 25 de Julho com Júlio de Castilhos; e Dr. Montaury com Raimundo Montanari.
Como medida estão sendo estudados, com o auxílio da BM, pontos para instalação de novas lombadas eletrônicas e semáforos. “Até o final do ano, em no mínimo três cruzamentos teremos que tomar providências. A instalação de semáforo é sempre a última medida, pois ele paralisa o fluxo, mas teremos que recorrer também a isso para ajudar a controlar nosso tráfego”, adianta Marinho.
Conscientização
Como medida de planejamento, o Departamento de Trânsito aposta na conscientização e educação nos futuros motoristas, para não chegarmos em 2023 com estatísticas assustadoras. Este ano, uma parceria entre o Departamento, Secretaria de Educação, Cultura e Desporto, Brigada e Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL Jovem) foi desenvolvido o projeto Trânsito: Uma Questão de Vida (veja mais no suplemento encartado nesta edição). A iniciativa envolve os alunos dos 3º anos das escolas municipais, onde são desenvolvidas atividades interativas para que esse aprendizado tenha início ainda na infância. “O primeiro passo foi dado, mesmo que a longo prazo esperamos uma geração mais consciente de motoristas”, projeta Marinho. Dos dias 23 a 25 de setembro, os alunos que participaram do projeto farão uma blitz educativa no Centro da cidade, no cruzamento da Avenida 25 de julho com a Dr. Montaury, no semáforo ao lado da Igreja Matriz. Os estudantes serão acompanhados por policiais militares.
Indenizações do DPVAT sobem 38% no primeiro semestre
Muitos proprietários de veículos desconhecem o destino de parte dos valores pagos com o seguro obrigatório ao licenciar o carro. Na verdade os recursos servem para pagar indenizações em caso de acidentes. Somente no primeiro semestre deste ano o Seguro de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Vias Terrestres (DPVAT) pagou quase 300 mil indenizações. Os números representam um crescimento de 38% em comparação aos seis primeiros meses do ano passado. Enquanto que o número de mortes caiu 3%, as indenizações por invalidez permanente saltaram 51% e chegaram a 215.530 pagamentos em todo o Brasil. O levantamento foi realizado pela seguradora Líder, administradora do DPVAT no país.
As motocicletas continuam na liderança das estatísticas. Apesar de as motos corresponderem a apenas 27% da frota nacional, os acidentes envolvendo o veículo de duas rodas representaram 72% de todas as indenizações pagas no semestre. Os automóveis, que superam 60% da frota, foram responsáveis por 23% dos benefícios pagos.
Entre os casos de invalidez permanente, 76% foram em decorrência de acidentes com motocicletas. Essa categoria de veículo, também, é responsável pela maioria dos pedidos de reembolso de despesas médicas e hospitalares, com 69%. Já os automóveis foram os causadores da maioria das indenizações de morte, 46% do total.
De acordo com o levantamento, 76% das vítimas eram homens. Os jovens, na faixa de 18 e 34 anos (homens e mulheres), representam 51% dos benefícios pagos no semestre. A maior incidência de vítimas foram os motoristas, 60%, e dentre estes, 54% foram do sexo masculino. Os pedestres foram as vítimas de 23% de todas as indenizações pagas.
Custo anual de R$ 40 bilhões
Recente pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) estima um custo anual com acidentes de trânsito no Brasil em R$ 40 bilhões. O número de indenizações por invalidez permanente é algo que chama atenção, destaca o diretor-presidente da seguradora Líder, Ricardo Xavier. De acordo com ele, os jovens motociclistas, principalmente de 18 a 34 anos, têm um risco grande de se acidentarem e muitos ficam com uma invalidez permanente. Várias ações precisam ser somadas para mudar essa tragédia nas ruas, como campanhas educativas, incentivo ao uso de equipamentos de proteção, fiscalização, conscientização dos motoristas e dos pedestres, além da melhoria da mobilidade urbana das cidades, analisa.
Nos últimos 10 anos os pagamentos de indenizações por invalidez permanente cresceram 2.082%, saltando de 16.929 em 2003 para 352.495 em 2012. Já o número de indenizações por morte aumentou 175% no período. No geral, a soma de todas as indenizações, incluindo despesas com assistência médica, tiveram um crescimento de 471% na década.
O que é o DPVAT
- O seguro DPVAT existe desde 1974. É um seguro de caráter social que indeniza todas as vítimas de acidentes de trânsito no Brasil, sem apuração de culpa, seja motorista, passageiro ou pedestre. O seguro oferece cobertura para três naturezas de danos: morte, invalidez permanente e reembolso de despesas médicas e hospitalares. O pagamento da indenização é feito em conta corrente ou poupança da vítima ou de seus beneficiários em até 30 dias após a apresentação da documentação necessária.
- O valor da indenização é de R$ 13.500 no caso de morte, de até R$ 13.500 nos casos de invalidez permanente, variando conforme o grau da invalidez, e de até R$ 2.700 em caso de reembolso de despesas médicas e hospitalares comprovadas.
Para o diretor do Departamento de Trânsito, Décio Stangherlin, o Marinho, esse aumento é derivado de uma série de fatores que vêm desencadeando um número alarmante de acidentes. “Como principal fator temos a falta de educação e de respeito aos limites e sinalização. O ritmo das pessoas e a pressa são fatores crescentes, sem falar na má formação de condutores”, destaca Marinho, citando que em 45% dos acidentes estão envolvidos condutores na faixa etária entre 18 e 23 anos.
Outro fator colaborativo ao aumento de acidentes é o aumento da frota de veículos. “Em 10 anos a frota do Estado aumentou 58%, enquanto que em Flores a porcentagem foi de 72%”, analisa. O comandante do policiamento da BM de Flores da Cunha, tenente Luiz Carlos da Luz Rodrigues, também atribui os acidentes ao aumento expressivo do fluxo de veículos. “A facilidade em adquirir um veículo é um fator contribuinte, aliado à inexperiência do condutor”, define o policial. “Em 80% dos casos o motivo é imprudência. Apenas em 20% são falhas mecânicas”, pontua.
Até julho, segundo do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), estavam emplacados em Flores da Cunha 19.966 veículos, médias de dois para cada três habitantes. Outro grande problema local é também a falta de consciência coletiva. “Há uma necessidade que se deixe o veículo em casa para pequenas distâncias para o trânsito poder fluir no Centro. A Avenida 25 de Julho ainda é a mesma, a cidade está crescendo, mas devemos respeitar e ter paciência”, salienta Stangherlin.
Medidas
O tenente Luiz Carlos justifica que a Brigada reforça a fiscalização. “O nosso papel é fazer valer as leis de trânsito, para isso estamos intensificando a fiscalização e as abordagens para tentar conscientizar a população dos perigos”, opina o oficial. Conforme o Departamento de Trânsito, os cruzamentos mais perigosos de Flores são entre as ruas Frei Eugênio com Severo Ravizzoni; Frei Eugênio com Heitor Curra; Avenida 25 de Julho com Júlio de Castilhos; e Dr. Montaury com Raimundo Montanari.
Como medida estão sendo estudados, com o auxílio da BM, pontos para instalação de novas lombadas eletrônicas e semáforos. “Até o final do ano, em no mínimo três cruzamentos teremos que tomar providências. A instalação de semáforo é sempre a última medida, pois ele paralisa o fluxo, mas teremos que recorrer também a isso para ajudar a controlar nosso tráfego”, adianta Marinho.
Conscientização
Como medida de planejamento, o Departamento de Trânsito aposta na conscientização e educação nos futuros motoristas, para não chegarmos em 2023 com estatísticas assustadoras. Este ano, uma parceria entre o Departamento, Secretaria de Educação, Cultura e Desporto, Brigada e Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL Jovem) foi desenvolvido o projeto Trânsito: Uma Questão de Vida (veja mais no suplemento encartado nesta edição). A iniciativa envolve os alunos dos 3º anos das escolas municipais, onde são desenvolvidas atividades interativas para que esse aprendizado tenha início ainda na infância. “O primeiro passo foi dado, mesmo que a longo prazo esperamos uma geração mais consciente de motoristas”, projeta Marinho. Dos dias 23 a 25 de setembro, os alunos que participaram do projeto farão uma blitz educativa no Centro da cidade, no cruzamento da Avenida 25 de julho com a Dr. Montaury, no semáforo ao lado da Igreja Matriz. Os estudantes serão acompanhados por policiais militares.
Indenizações do DPVAT sobem 38% no primeiro semestre
Muitos proprietários de veículos desconhecem o destino de parte dos valores pagos com o seguro obrigatório ao licenciar o carro. Na verdade os recursos servem para pagar indenizações em caso de acidentes. Somente no primeiro semestre deste ano o Seguro de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Vias Terrestres (DPVAT) pagou quase 300 mil indenizações. Os números representam um crescimento de 38% em comparação aos seis primeiros meses do ano passado. Enquanto que o número de mortes caiu 3%, as indenizações por invalidez permanente saltaram 51% e chegaram a 215.530 pagamentos em todo o Brasil. O levantamento foi realizado pela seguradora Líder, administradora do DPVAT no país.
As motocicletas continuam na liderança das estatísticas. Apesar de as motos corresponderem a apenas 27% da frota nacional, os acidentes envolvendo o veículo de duas rodas representaram 72% de todas as indenizações pagas no semestre. Os automóveis, que superam 60% da frota, foram responsáveis por 23% dos benefícios pagos.
Entre os casos de invalidez permanente, 76% foram em decorrência de acidentes com motocicletas. Essa categoria de veículo, também, é responsável pela maioria dos pedidos de reembolso de despesas médicas e hospitalares, com 69%. Já os automóveis foram os causadores da maioria das indenizações de morte, 46% do total.
De acordo com o levantamento, 76% das vítimas eram homens. Os jovens, na faixa de 18 e 34 anos (homens e mulheres), representam 51% dos benefícios pagos no semestre. A maior incidência de vítimas foram os motoristas, 60%, e dentre estes, 54% foram do sexo masculino. Os pedestres foram as vítimas de 23% de todas as indenizações pagas.
Custo anual de R$ 40 bilhões
Recente pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) estima um custo anual com acidentes de trânsito no Brasil em R$ 40 bilhões. O número de indenizações por invalidez permanente é algo que chama atenção, destaca o diretor-presidente da seguradora Líder, Ricardo Xavier. De acordo com ele, os jovens motociclistas, principalmente de 18 a 34 anos, têm um risco grande de se acidentarem e muitos ficam com uma invalidez permanente. Várias ações precisam ser somadas para mudar essa tragédia nas ruas, como campanhas educativas, incentivo ao uso de equipamentos de proteção, fiscalização, conscientização dos motoristas e dos pedestres, além da melhoria da mobilidade urbana das cidades, analisa.
Nos últimos 10 anos os pagamentos de indenizações por invalidez permanente cresceram 2.082%, saltando de 16.929 em 2003 para 352.495 em 2012. Já o número de indenizações por morte aumentou 175% no período. No geral, a soma de todas as indenizações, incluindo despesas com assistência médica, tiveram um crescimento de 471% na década.
O que é o DPVAT
- O seguro DPVAT existe desde 1974. É um seguro de caráter social que indeniza todas as vítimas de acidentes de trânsito no Brasil, sem apuração de culpa, seja motorista, passageiro ou pedestre. O seguro oferece cobertura para três naturezas de danos: morte, invalidez permanente e reembolso de despesas médicas e hospitalares. O pagamento da indenização é feito em conta corrente ou poupança da vítima ou de seus beneficiários em até 30 dias após a apresentação da documentação necessária.
- O valor da indenização é de R$ 13.500 no caso de morte, de até R$ 13.500 nos casos de invalidez permanente, variando conforme o grau da invalidez, e de até R$ 2.700 em caso de reembolso de despesas médicas e hospitalares comprovadas.
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