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Aberta a temporada dos golpes do aluguel na praia

Anúncios de imóveis no litoral que não estão disponíveis ou nem existem são comuns e cuidado deve ser redobrado

A temporada de veraneio ainda nem começou e, com a aproximação do período de festas de final de ano e aumento na procura por imóveis no litoral, cresce também a ação de golpistas, transformando a vida dos veranistas que pretendem tirar alguns dias de descanso num verdadeiro pesadelo e dor de cabeça. O golpe não é novidade e se repete todos os anos, onde os estelionatários oferecem imóveis para aluguel, muitas vezes com preços abaixo do mercado e cobrança antecipada, mas que, no entanto, não existem ou não estão disponíveis.

Normalmente, os golpes funcionam com imóveis em cidades distantes do interessado no aluguel, justamente para evitar que a vítima confira pessoalmente a moradia. Os golpistas publicam fotos falsas em redes sociais e classificados, informando endereço – geralmente em locais valorizados da praia. Exemplo disso foi o que aconteceu recentemente com um grupo de amigos florenses que pretendia passar as festas de final de ano no Litoral Norte. Por meio das redes sociais eles tiveram contato com uma mulher, que se passou por proprietária de um imóvel no Centro de Torres. Nas mensagens enviadas pelo aplicativo WhatsApp, a suposta locadora enviou fotos do imóvel, internas e externas, dando impressão de que realmente ela seria a proprietária. A casa de três quartos, sendo um suíte, dois banheiros e garagem para dois veículos era tudo o que o grupo de rapazes queria. “Pretendíamos antecipar a reserva para evitar problemas de última hora”, contou um deles.

Depois de depositar R$ 1,5 mil referentes a 50% do valor acertado pelo aluguel numa conta bancária do Bradesco, com agência de Gramado e em nome de um homem, no feriado de Finados os amigos se deslocaram a Torres com o objetivo de conferir a casa. A desconfiança de terem caído num golpe começou a aumentar na medida que se aproximavam do local marcado, quando a suposta locadora passou a não responder mais as mensagens. A suspeita se confirmou quando os rapazes chegaram à moradia e encontraram o imóvel habitado pelos verdadeiros proprietários. De acordo com um dos jovens, eles ficaram sabendo que a estelionatária conseguiu as fotos e o modelo de contrato com as características da casa há algum tempo, quando a suspeita pretendia alugar o imóvel, mas acabou desistindo.

Contra ela há Boletim de Ocorrência na Delegacia de Polícia de Torres, onde os florenses também registraram o golpe. “Ainda bem que foi agora. Imagina a gente chegar lá no final do ano e não encontrar a casa”, diz um dos um dos integrantes do grupo, que prefere não se identificar. Ele ressalta que ainda estão pensando se irão manter a decisão de passar o fim do ano no litoral. “Não sei se vamos. Talvez só na virada”, lamenta o rapaz. Ele aconselha para quem pretende alugar casa na praia, para pesquisar muito antes de fechar negócio.

 

Outros casos

Esse não foi o único registro de estelionato sofrido por moradores de Flores da Cunha. Segundo a titular da Delegacia de Polícia florense, delegada Aline Martinelli, diversos moradores da cidade tiveram prejuízos com os golpistas na última temporada e também neste ano. De acordo com ela, na maioria das vezes os golpistas se utilizam de documentos falsos ou de pessoas que os perderam para abrir contas em bancos e repassar dados para os supostos inquilinos. “Parte dos golpes é comandada de dentro de presídios”, explica. Em outro caso registrado, a proprietária descobriu, por meio das redes sociais, que sua casa estava sendo anunciada para locação.

Em caso de dúvida, a delegada orienta para que as pessoas busquem informações junto à Delegacia de Polícia ou pelo telefone 3292.2100.

Nas mensagens enviadas pelo aplicativo WhatsApp, a suposta locadora enviou fotos do imóvel, internas e externas, dando impressão de que realmente ela seria a proprietária - Gabriela Fiorio
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