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A união e a solidariedade das Formiguinhas

Grupo voluntário confecciona roupas e cobertores para doação

Em um porão localizado no início da ciclovia da Avenida 25 de Julho, no centro de Flores da Cunha, semanalmente cerca de 10 mulheres se reúnem para confeccionar roupas e cobertores a serem doados para pessoas carentes e hospitais. Algumas peças também chegam a ser vendidas por um valor simbólico para custear a compra de novos materiais. 
O grupo, criado há mais de sete anos, recebeu o nome de Formiguinhas, e foi idealizado pela aposentada Lidia Betanin Otobeli, de 70 anos. O plano da florense era o de fazer um trabalho voluntário quando conseguisse se aposentar e, inicialmente, com o auxílio do Centro Espírita Irmã Teresa, conseguiu concretizá-lo. Depois, o endereço atual dos trabalhos tornou-se sede do projeto, graças aos dois proprietários que cederam o espaço, sem custos. “No começo éramos em poucas pessoas e tinha poucos tecidos. Nós não tínhamos máquinas e não sabíamos como íamos fazer. Aí começaram a chegar os tecidos e conseguimos comprar as máquinas”, explica a fundadora, sobre o motivo do nome do projeto, lembrando que há ainda voluntárias que atuam em casa e ajudam com trabalhos de crochê, corte e costura.
A amizade de longa data com Lidia também despertou o desejo de Ires Muterle Tibolla, 75 anos, em participar do projeto. “Já faz seis anos que estou vindo aqui, quase toda semana. Às vezes a gente vem no sábado, às vezes no domingo. É muito bom e tem muito trabalho para fazer”, conta a aposentada, enquanto costura uma blusa infantil.
O grupo atraiu, até mesmo, voluntárias de outras cidades. A aposentada Nilda Harnisch da Silveira, 68 anos, veio de Canguçu, no sul do estado, e reside há dois anos em Flores da Cunha. Como ela já realizava voluntariado por lá, foi uma das primeiras coisas que procurou no município florense. “A gente procura seguir aquele modelo de Cristo, que nos ensinou a sempre fazer o bem. Eu encontrei esse grupo maravilhoso que, além de a gente realizar o nosso trabalho em prol das pessoas que precisam, tem esse círculo de afetividade entre o grupo que se formou. É muito gratificante”, enaltece.
Para Silvane Gelain Veadrigo, 58 anos, muito mais do que a doação do seu tempo, da sua solidariedade e do amor ao próximo, o voluntariado proporciona o contato com outras pessoas e muito aprendizado. “Ao fazermos a roupa, é a nossa energia que estamos colocando nela. É isso que estamos recebendo, mais do que simplesmente doar. A energia que nos faz feliz e nos traz a realização, faz nos sentirmos úteis”, destaca a florense, complementando que o reaproveitamento dos tecidos, lãs e linhas como forma de reconstruir uma nova roupa foi o que mais chamou a sua atenção no projeto.
Além do círculo de amizade, criado pelo grupo, e da união na confecção das peças, Lidia enfatiza que a melhor parte é quando fazem a destinação dos agasalhos produzidos. “Quando a gente entrega e vê que eles te olham com os olhos cheios de lágrimas dá uma emoção enorme. Não tem palavras para descrever. Todas nós sentimos a mesma coisa, porque a gente convive e trabalha juntas”, conclui Lidia, emocionada.

Como ajudar
As pessoas podem ajudar as Formiguinhas com a doação de tecidos, retalhos, linhas e lãs, bem como se tornando voluntárias do projeto. Além disso, o grupo está em busca de uma máquina de costura Overloque 4 fios, que auxiliará ainda mais nos trabalhos. As doações podem ser entregues na Avenida 25 de Julho, 1016 (embaixo da Maqsul Todescatto), e o telefone para contato é o (54) 9.9944.7751, com Lidia.

Lidia (sentada à esquerda) e o grupo voluntário que confecciona  agasalhos para doação. - Gustavo Tamagno
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