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À memória do vinho

Conheça os museus do vinho na Serra Gaúcha e deguste a trajetória da vitivinicultura

O dicionário Aurélio define museu como um “estabelecimento permanente criado para conservar, estudar, valorizar e expor, para deleite do público, coleções de interesse artístico, histórico e técnico”. Já a palavra vinho vem do latim e significa “bebida alcoólica produzida por fermentação do sumo de uva”. Junte os dois significados e você terá um Museu do Vinho. Na Europa eles são milhares, mas no Brasil, segundo o catálogo do Sistema Brasileiro de Museus, existem poucos espaços destinados a resgatar, exclusivamente, a história da bebida. Os museus brasileiros do vinho estão distribuídos pela região Sul e Sudeste do País.

E para celebrar a 9ª Semana Nacional dos Museus, que ocorreu de 16 a 22 de maio e teve como tema Museus e Memória, e o Dia do Vinho, que acontece sempre no primeiro domingo de junho – neste ano será festejado em 5. -, O Florense selecionou alguns desses locais na Serra Gaúcha para você degustar a bebida enquanto conhece a sua história. Além dos museus que ilustram essas páginas, muitas cantinas mantêm seus próprios museus do vinho.

Museu Padre Alberto Lamonatto

Em Flores, o Museu Padre Alberto Lamonatto, localizado no distrito de Otávio Rocha, abriga uma grande coleção de licores e vinhos. São mais de mil garrafas em diversos formatos e sabores. Além disso, seu acervo tem ainda objetos históricos da imigração italiana. Instalado dentro de um prédio datado de 1935, todo o acervo do museu foi doado pelo padre Alberto Lamonatto. No local há, também, pequenas pipas e garrafões, bem como uma estátua de Nossa Senhora da Uva e um quadro com a Deusa dos Licores.

Localiza-se:
Praça Regional da Uva, junto ao prédio da Sub-prefeitura do distrito de Otávio Rocha – Flores da Cunha
Contato: (54) 3279 1298
Horário de visitação: Segunda à sexta-feira, das 9h às 11h30min e das 13h30min às 17h. Finais de semana e feriados é necessário agendar.

Memorial do Vinho Villa Michelon

Quem visita o Vale dos Vinhedos, em Bento Gonçalves não pode deixar de conhecer o Memorial do Vinho e a Casa do Filó no Hotel Villa Michelon. Com um acervo de peças utilizadas na colheita da uva e no processo de elaboração do vinho pertencentes ao período da colonização, o Memorial do Vinho apresenta “os tempos mais difíceis” da época da imigração, que iniciou por volta de 1875. No local, também é possível conhecer peças ligadas à agricultura, aos primeiros moinhos, artesanato, móveis e utensílios.

Além das peças, 48 painéis temáticos contam fatos históricos do vinho no Rio Grande do Sul, Brasil e no mundo. Textos, fotos e mapas dão maior ênfase à história do vinho no Vale dos Vinhedos, contemplando registros, imagens e depoimentos de descendentes diretos dos precursores da vitivinicultura na Região. A Linha do Tempo permite que o visitante acompanhe a evolução das técnicas empregadas no cultivo das uvas e na elaboração do vinho desde o final do século XIX.

Localiza-se

RS 444 – Km 18,9 – Estrada do Vinho –Vale dos Vinhedos
Bento Gonçalves
Contato: (54) 3459 1800
Horário de visitação: Aos sábados, das 13h às 17h e aos domingos e feriados, das 10h às 17h. Outros dias e horários mediante agendamento prévio.


Museu Municipal da Uva e do Vinho Primo Slomp
As margens de uma linha férrea, o Museu do Vinho Primo Slomp, em Forqueta – Caxias do Sul, proporciona aos visitantes mais do que vinho: tradição. A história inicia em 1883, quando Luiz Antônio Feijó Jr. começou a vender sua propriedade para famílias de imigrantes italianos. Foi assim que surgiu Forqueta, um vilarejo que sediava a primeira estação férrea da Região antes do centro de Caxias, o que com o passar do tempo, facilitou muito o desenvolvimento da economia vitivinícola da região. Os imigrantes italianos, conhecedores das técnicas viníferas desde que chegaram ao nordeste do Rio Grande do Sul, perceberam no plantio da parreira, uma atividade econômica atraente. O trabalho na terra, arando, plantando, sulfatando, era executado por toda a família. O plantio da uva modificava aos poucos a paisagem rural. A fabricação do vinho promovia o crescimento urbano e o incremento de diversas atividades paralelas. Com as vinícolas, as tanoarias (responsável pela fabricação de barris), as fábricas de garrafas, a impressão de rótulos, o comércio intermunicipal e as bodegas proliferavam. A cidade transbordava e as festas da uva nasciam. Boa parte dessa história, da Cooperativa Vitivinícola Forqueta, dos seus bravos personagens está salva no Museu da Uva e do Vinho em Forqueta, que leva o nome de Primo Slomp um dos pioneiros na fundação da Vitivinícola. No Museu pode-se viajar no tempo e conhecer o processo pelo qual a uva passava até se transformar em vinho através de registros fotográficos, equipamentos de trabalho, processos de cultivo e utensílios da vinha.
O local funciona junto a Cooperativa Forqueta – a 1ª da América Latina – e conta com 156 peças, provenientes de várias e extintas vinícolas de Caxias do Sul. Além de conhecer a história, é possível também degustar vinhos e sucos no varejo.

Localiza-se
Rua Luiz Franciosi Sério, 350
Forqueta – Caxias do Sul
Contato: (54) 3221 2423 – www.forqueta.com.br
Horário de visitação: Terça a domingo, das 9h às 17h.


Projeto em Bento Gonçalves

O município de Bento Gonçalves possui um projeto para construção de um Museu do Vinho, junto à vinícola Casa Valduga. Será criado um “museu” do vinho - o memorial - conectado a uma adega de produção – o ateliê. O memorial deverá contar a história da família Valduga e seu pioneirismo na produção do vinho. Segundo o projeto da Brasil Arquitetura, serão tratados a história do Vale dos Vinhedos e o vinho na história da humanidade; a evolução da técnica de produção e a diversidade de marcas, tipos e produtos. A adega Ateliê será ao mesmo tempo um complemento e um fundamento do “museu” do vinho, construída em seu subsolo escavado em rocha basáltica. Será uma “cave ateliê” por se tratar de um equipamento ligado à criação e à pesquisa na produção de vinho e espumante.
O edifício que abrigará o “Memorial e Atelier Valduga” será erguido com pedra basáltica extraída do próprio terreno, concreto pigmentado em vermelho e vidro, além da madeira de reuso de antigos tonéis utilizada nos forros acústicos e elementos internos de mobiliário e expografia. Além de “museu’ do vinho, o edifício contará com espaços para encontros e exposições temporárias de vários tipos.

Abaixo:
-Memorial do Vinho Villa Michelon.
- Museu Municipal da Uva e do Vinho Primo Slomp.
- Projeto em Bento Gonçalves.


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