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A herança dos antepassados no lombo de um cavalo

Diretor Jurídico da Florense Móveis, Ezio José Ribeiro de Salles, compartilha sua paixão pelos animais que, para ele, representam o símbolo da cultura gaúcha

Nascido nos campos da Criúva, interior de Caxias do Sul, a paixão pelos animais é algo que o diretor Jurídico da Florense Móveis, Ezio José Ribeiro de Salles, hoje com 69 anos, carrega consigo desde o berço. Se para seus antepassados o cavalo era sinônimo de único meio de locomoção e animal indispensável na lida com o gado no campo, para o empresário, ele representa o símbolo da cultura gaúcha e o orgulho em fazer parte deste estado. 
Esta é uma das razões do porquê, há mais de 20 anos, Salles iniciou a criação de cavalos e, desde então, sempre teve crioulos e campeiros. Sua família também compartilha desse sentimento, aproveitando momentos de lazer no campo, com os animais, contudo, ele revela que sempre foi mais ligado às suas raízes, às suas tradições: “Já criamos mais de 50 animais, mas depois da Covid-19 decidimos realizar um leilão e agora o cavalo é utilizado para o serviço de campo e lazer. Hoje tenho sete potras e vou tirar quatro embriões nesta temporada. Em razão do meu trabalho, nem sempre conseguimos estar presentes nas competições, mas eu tenho uma estrutura de pessoas que acompanha e realiza as provas”, explica o diretor Jurídico da Florense Móveis há 38 anos.
Conforme o tradicionalista, essa estrutura e a equipe de pessoas envolvidas é fundamental, uma vez que os animais precisam de cuidados específicos: “Ficam em cocheiras, baias fechadas, recebem ração, sal mineral, ficam algumas horas na pastagem e retornam, dormem com capas. Há necessidade de acompanhamento permanente de veterinário e de ferrajamento, além de um aquecimento diário para a manutenção da forma”, esclarece. 
De acordo com Salles, o Cavalo Campeiro, além de ser utilizado nas ‘lidas de campo’, é um animal rústico, muito forte e de um andar confortável, se destacando pela marcha. Característica que proporciona sensações únicas: “Eu dei continuidade nas atividades rurais que iniciaram com os meus antepassados, todas as semanas carrego minhas baterias no campo, onde além dos cavalos temos gado Hereford e Braford. Os campeiros, além de apegados e dóceis, quando montamos não temos vontade de retornar para casa. Se estou sozinho, saio pela manhã e o meu almoço é sempre muito tarde”, descreve.
Cuidados e amor que são reconhecidos, até mesmo, por quem não acompanha a rotina de Salles e seus animais. Durante a última edição da Expointer, por exemplo, suas potras foram premiadas em três categorias: “A potra Ruiva ficou em primeiro lugar na Prova de Marcha e na de Resistência e em segundo lugar na Prova de Morfologia. Já a potra Dourada, que ainda não é domada, ficou em segundo lugar na Prova de Morfologia”, comemora Salles, acrescentando que esta potra que esteve na Expointer este ano, havia ficado em segundo lugar na prova de marcha de 2022 e que a mãe dela também já havia ficado em segundo lugar há algum tempo. “Há alguns anos uma potra nossa ficou em quarto lugar na FICCC (Federação Internacional dos Criadores de Cavalo Crioulo)”, conclui Salles, orgulhoso.

Sobre as provas

Prova de Morfologia: observa, principalmente, ângulos articulares, que a correção dos mesmos tenha relação com o equilíbrio, a cabeça e a sua união com pescoço, que devem manter uma harmonia, silhueta retangular e equilibrada, cascos proporcionais à estrutura morfológica, alinhamento superior reto e bom revestimento muscular, estrutura óssea resistente, correção de aprumos, lombo reto com uma correta união com a garupa, parte final, entre outros.
Prova de Marcha: é observada a marcha por um longo tempo, onde o animal precisa ter um andar regular, sem cansar, sem mudar o passo, sem se sentir forçado, ou seja, leve, onde os que forem cansando ou perdendo o ritmo, vão sendo retirados pelos jurados e restam somente os que apresentarem o melhor desempenho.
Prova de Resistência:  Trinta minutos de marcha ininterrupta, onde é observado, também, a regularidade da marcha, ao final os animais são desencilhados e até podem ser molhados, precisam ser puxados de forma rápida para ver se não estão dopados ou se não ingeriram calmantes, porque o resultado da prova é o animal que depois de todo este tempo, retornar aos batimentos cardíacos normais, no menor espaço de tempo.

A potra Ruiva ficou em primeiro lugar na Prova de Marcha, de Resistência e em segundo lugar na de Morfologia.  - Divulgação A potra Dourada, que ainda não é domada, ficou em segundo lugar na Prova de Morfologia. - Divulgação
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