Deixando para trás inesquecíveis imagens do Egito, é hora de preparar corações e mentes para um novo impacto: Israel. Marcado por conflitos milenares, o país, com uma população estimada em 7,4 milhões de pessoas, dá mostras da sua preocupação ao receber e se despedir de seus visitantes com minuciosa e mal-educada revista de malas e mil perguntas. Mas no meio desta turbulência, pode-se dizer que Israel é um país maravilhoso.
De ônibus, por uma moderna rodovia, atravessamos um grande deserto. Mas ao contrário do que a gente pensa, é mais um deserto de pedra do que de areia. Após longa viagem, chegamos a capital de Israel, Tel- Avid, (130.000 habitantes). Tel-Avid é capital de fato, mas tudo está em Jerusalém.
A primeira noite ficamos em um hotel com vista para o mar. Uma paisagem indescritível. No dia seguinte, conhecemos as grandes ruínas de Cesaréa, antiga capital Romana, com teatro, porto, fortaleza e o aqueduto. Neste local há uma réplica de pedra entalhada, na qual consta o raro nome de Pôncio Pilatos. Na viagem a Tiberíades (cidade ao norte de Israel), pode-se observar a passagem pelo Monte Carmelo, a gruta do profeta Elias e o espetacular jardim de Bahai. Ao entardecer, a visão do mar da Galiléia. Nesta região, a guia não cansava de dizer “aqui vocês estão no centro da história, aqui é a bíblia viva...” e quase ia as lágrimas. No entorno do Mar da Galiléia está o templo das Bem-Aventuranças, o lugar da multiplicação dos pães e dos peixes, Cafarnaum, com a ruína da sinagoga e a casa da sogra de São Pedro.
Momento maior do dia foi o passeio de barco pelo Mar da Galiléia, com outro grupo de brasileiros, e assistir uma missa, antecedida pela emocionante cerimônia de hasteamento da bandeira do Brasil no mastro do barco, ao som de potente toque do hino nacional. As lágrimas e emoções tomaram conta do grupo. Naquelas águas, o Nazareno navegou por inúmeras vezes. Ao meio-dia, no almoço, um peixe pescado naquele mar. O Monte Tabor é outro lugar impressionante. Seu acesso é feito com pequenas vans, num zigue-zague perturbador. No alto da montanha, a Basílica da Transfiguração e paisagens à perder de vista. Depois de entrar no Mar da Galiléia, o Rio Jordão segue sereno em busca do Mar Morto. Em local especial, as pessoas buscam a renovação das promessas do batismo.
Muito próximo do mar da Galiléia está Nazareth , a cidade da Anunciação e a oficina de São José, escondida numa escavação por sobre uma igreja. Dá para imaginar a Virgem Mãe alcançando ao Pequeno um cacho de uvas das parreiras do jardim. Depois, o contato com Canaã, onde Jesus realiza o seu primeiro milagre: a transformação da água em vinho. Também no sub-solo, em meio a escavações, um grande vaso, escavado em pedra, preservado dentro de uma redoma de vidro, nos dá a primeira visão daquele, primeiro contato milagroso do Messias em relação ao vinho.
Os encantos de Jerusalém
Estamos em Nazareth. Duzentos quilômetros nos separam de Jerusalém. Esta distância era percorrida a pé ou no lombo de jumentos. Ali, José e Maria (grávida) se dirigiam à Capital. No nosso caminho, a parada junto a Qumran, onde foram encontrados os Manuscritos e a inesquecível experiência de nadar no Mar Morto. A salinização atinge 33%, e outros mares, 3,5%. Com este índice não se afunda e há uma lama negra, que serve para fins medicinais. Localizado a 400 metros abaixo do nível do mar, e recebendo as águas do Rio Jordão, sofre uma grande evaporação.
No alto da montanha, depois de passagem por áreas desérticas e de grande produção de alimentos, observamos maravilhados a visão de Jesuralém. Nos dias seguintes, visitas inesquecíveis ao Vale de Josafé, a piscina de Betesda, a Igreja de Santa Ana e a capela da Flagelação. A visita ao Monte das Oliveiras, com suas árvores milenares, e a outros locais sagrados. No murro das Lamentações é hora e colocar os pedidos por entre as milenares pedras. Depois, percorremos a Via Dolorosa até o Monte Calvário e o Santo Sepulcro, onde as emoções afloram em lágrimas. Entre os dois pontos fortes do catolicismo há uma pedra, onde Jesus teria sido preparado para a sepultura, que emana um perfume inebriante...
A visita a Belém, 10 km de Jerusalém, mostra as dificuldades que passa o povo do lugar. Cercados por quilômetros de muros de 6 metros de altura, estes povos palestinos vivem trancados dentro de Israel. A guia e o ônibus não entram e às vezes pedem passaporte. O local sagrado do nascimento do Menino é vigiado por três correntes religiosas: católica, grega e ortodoxa. Passando pela porta da humildade, ali, o momento maior é poder colocar a mão numa estrela de prata em que assinala o nascimento do Salvador. No sub-solo a gruta de São Jerônimo, o grande tradutor da Bíblia. Os palestinos, a exemplo de Belém, também em Gaza, estão cercados, como prevenção aos diversos ataques suicidas. Jerusalém, além dos seus atrativos históricos, nos mostra bairros modernos, limpos e bem arborizados. Enfim, toda a estrutura administrativa do País.
Visitar Israel é vivenciar a sua cultura, a sabedoria de um povo que se renova há milhares de anos. Visitar Israel é sentir o amor de um povo pela sua terra, ver a renovação de ideais comunitários nos Kibutz. Visitar Israel é sentir do ar, as vibrações religiosas das três mais importantes religiões da humanidade.
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